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Cascatas da Namaacha: sete anos depois da seca

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Morreu Ricardo Rangel, decano do foto-jornalismo moçambicano

(Uma das mais emblemáticas imagens de Ricardo Rangel)
(Auto-retrato de Ricardo Rangel)
O foto-jornalista moçambicano Ricardo Rangel, 85 anos, morreu esta quinta-feira, 11, em Maputo, enquanto dormia, disse fonte familiar.

Ricardo Rangel, uma referência na área da fotografia em Moçambique, através da qual denunciou a ditadura colonial, participou em dezenas de exposições em diversos países.

Começou a trabalhar na área da fotografia aos 17 anos, num laboratório, passou pelo jornal bi-lingue “Lourenço Marques Guardian” e depois entrou para o jornal “Notícias da Tarde”, onde foi o primeiro foto-jornalista não branco.

Em 1996, chegou o seu reconhecimento internacional, quando foi incluído na mostra “Fotógrafos africanos de 1940 aos nossos dias” (Museu Guggenheim, Nova Iorque) e numa homenagem prestada pelos Encontros da Fotografia Africana em Bamako, no Mali. Foi condecorado com o grau de Oficial das Artes e Letras pelo governo francês.

O seu percurso começou em 1941, como aprendiz do fotógrafo Otílio Vasconcelos.

Lourenço Marques Guardian , Notícias, Notícias da Tarde , A Tribuna , Diário de Moçambique, Voz Africana e Notícias da Beira , foram jornais onde trabalhou.

Fundou a revista “Tempo”, o Sindicato Nacional dos Jornalistas – SNJ e a Associação Moçambicana de Fotografia – AMF . Em 1983, foi nomeado para fundar e dirigir o Centro de Formação Fotográfica.

Expôs em Moçambique, Mali, Itália, África do Sul, Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Zimbabwe, Holanda, Suécia e França.

Sebastião Salgado, foto-jornalista português, disse, numa exposição em Paris, ter sido bastante marcado pelas fotos de Ricardo Rangel, quando as viu, em 1974, na sua primeira viagem a Moçambique.

Numa entrevista ao jornal “Público”, em Junho de 1991, Rangel afirmou que começou a tomar consciência da importância das suas fotografias pelo facto de a censura as cortar.

Licínio de Azevedo, cineasta brasileiro radicado em Moçambique desde 1976, fez em 2006 um documentário de 52 minutos intitulado “Ricardo Rangel – ferro em brasa” em que Rangel nos conduz pela sua vida e obra, onde a cidade de Maputo, a boémia e o jazz tem um lugar especial.

Gimo Remane: Melhor Artista Africano na Dinamarca

O músico moçambicano radicado na Dinamarca Gimo Remane Mendes, fundador e ex-líder do grupo Eyuphuro, foi recentemente nomeado para a categoria de Melhor Artista Africano – Dinamarca (DK) 2009, cuja indicação dos premiados está prevista para Outubro próximo.

A nomeação de Gimo Remane Mendes surge em reconhecimento do trabalho que tem desenvolvido naquele país europeu em prol da música africana.

Para a categoria de Melhor Artista Africano – DK 2009, segundo informações em nosso poder, foram nomeados nove artistas africanos radicados naquele país europeu, no âmbito da escolha anual realizada pela “Celebrate África”. De referir que esta é a terceira edição do certame que premeia os melhores artistas africanos na Dinamarca (Best African Achievements Awards).

Gimo Remane Mendes nasceu em Mossuril, província de Nampula, mas viveu na Ilha de Moçambique onde cresceu influenciado pela diversidade musical fruto de um cruzamento de culturas dos vários povos que durante séculos passaram por aquelas terras.

Viveu e cresceu num ambiente de riqueza cultural, de história e de beleza natural. Muito cedo mostrou os seus dotes musicais tocando e trabalhando com grupos culturais dos bairros da ilha e, desde 1974, embalado pelos ventos da revolução moçambicana, começou a compor músicas na sua língua materna. Foi um dos primeiros músicos moçambicanos a compor e cantar músicas em macua para o público.

Músico convicto e determinado, fundou em 1985, com Salvador Maurício e outros músicos daquela parte de Moçambique, o conhecido grupo Eyuphuro. Inspirando-se nos diferentes ritmos e instrumentos tradicionais da Ilha de Moçambique, Eyuphuro marcou a música moçambicana com um estilo único na nossa música ligeira.

Actualmente a residir na Dinamarca onde prossegue a sua carreira de músico e artista, Gimo Mendes não pára de surpreender aos moçambicanos e aos apreciadores da boa música. Depois de produzir e lançar “A Luz”, seu primeiro e belíssimo álbum a solo, provou ser um músico de mão cheia. Em 2007, foi galardoado com o prémio “Danish World Awards 2007” na categoria de melhor música do ano 2007 com o número “500 anos”, um trofeu que veio premiar um trabalho que só Gimo sabe fazer e que prestigia a música moçambicana além-fronteiras.

Como artista, criativo e pensador fundou na Dinamarca a associação “Artists Take Action” (ATA), uma associação de carácter cultural e humanitário onde procura juntar músicos, jornalistas e outras entidades do mundo da arte e cultura dinamarquesas para interagir com artistas moçambicanos.

Gimo Remane Mendes é um artista que sabe conjugar as oportunidades que lhe são oferecidas pelo país de acolhimento (Dinamarca) e as potencialidades do seu país de origem (Moçambique) e que juntando moçambicanos e dinamarqueses debaixo da ATA espalha o orgulho de ser moçambicano na diáspora.

40 anos de Woodstock comemorados em caixa

Este ano comemoram-se os 40 anos desde a primeira edição do festival Woodstock, um dos marcos da década de 60. Para se celebrar este aniversário, será editada uma caixa com seis discos com gravações inéditas de artistas como Jimi Hendrix, The Who, The Grateful Dead ou Jefferson Airplane.

Esta caixa tem por título Woodstock - 40 Years On: Back to Yasgur's Farm e será editada no dia 18 de Agosto, pela editora Rhino Records. Cheryl Pawelski, vice- presidente da editora, referiu que esta será "a mais completa colecção de músicas do Woodstock". Ao todo, esta edição reúne 77 canções, sendo que 38 delas nunca foram editadas em disco. Além dos seis discos, esta caixa traz ainda um pequeno livro com informações sobre os vários espectáculos que se realizaram neste festival.

Mas esta não é a única edição marcada para este ano de forma a celebrar os 40 anos de Woodstock. Serão ainda reeditados os discos Music from the Original Sound-track and More: Woodstock 1, Woodstock 2 e ainda o DVD Woodstock: 3 Days of Peace and Music - The Director's Cut.

Este ano vai ainda estrear-se o filme Taking Woodstock, de Ang Lee. O filme, exibido pela primeira vez no festival de Cannes, conta com argumento de James Schaus e é protagonizado por Liev Schreiber e Emile Hirsch.