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Cascatas da Namaacha: sete anos depois da seca

quarta-feira, 23 de abril de 2008

VÍDEO RARO DE LENNON VIRA OBJECTO DE DISPUTA JUDICIAL

Imagens em que John Lennon aparece A fumar suruma, a escrever músicas e a pensar adicionar LSD no chá de Richard Nixon são a peça central de um processo judicial que começa a ser julgado próxima semana em Boston.
O caso opõe a viúva de Lennon, Yoko Ono, à empresa World Wide Vídeo, com sede em Lawrence (Massachusetts), que alega ser a dona das nove horas de material bruto sobre Lennon e Yoko, filmado semanas antes do fim dos Beatles, em 1970.
A World Wide, formada por colecionadores de coisas dos Beatles da Nova Inglaterra, pretende lançar as imagens em preto e branco na forma de um filme de duas horas, chamado "Três Dias na Vida", mostrando uma fase importante e turbulenta de uma das bandas mais importantes da década de 1960.
A revista Rolling Stone qualifica o material como "incríveis imagens de John Lennon que você pode nunca ver."
A empresa, que pagou mais de 1 milhão de dólares pelo material (incluindo custos legais e outros gastos) quase o estreou em 2007 na Academia Berwick, no Maine, mas desistiu na última hora porque advogados de Yoko apareceram na escola dizendo deter os direitos sobre o filme.
A World Wide então abriu um processo contra Yoko no Tribunal Distrital de Boston por violação de copyright. A audiência preliminar está marcada para 30 de abril.
Segundo os documentos judiciais, a World Wide disse ter comprado, em 2000, 24 fitas e seus respectivos direitos de Anthony Cox, que foi marido de Yoko antes de ela se casar com Lennon, em 1969.
Cox filmou as imagens entre 8 e 11 de fevereiro de 1970 na quinta de Lennon na Inglaterra, para um documentário que pretendia realizar.
Nessas imagens, Lennon aparece a compor duas canções de sucesso, "Remember" e "Mind Games", e fala abertamente do uso de drogas, em cenas que a World Wide qualifica como "íntimas e sem barreiras".
A World Wide diz que o material foi roubado pouco após a aquisição das fitas, juntamente com dez cópias. Em 2001, a empresa abriu um processo civil contra um homem de New Hampshire que aceitara devolver as cópias e localizar os originais, segundo documentos judiciais.
As fitas originais actualmente estão sob a posse de Yoko. Numa contra-ação, os advogados alegam que Yoko comprou o material legalmente da World Wide por intermédio de um homem da Flórida, apontado como réu no processo aberto pela empresa.(X)

25 DE ABRIL DE 1974 – O GOLPE QUE DEU CERTO

Em 1974, uma rebelião militar pôs fim a mais de quatro décadas de ditadura em Portugal. As tropas do Movimento das Forças Armadas que entraram em Lisboa na manhã do dia 25 de abril, uma quinta-feira chuvosa, para destituir o primeiro-ministro Marcello Caetano, não encontraram resistência. Ao passarem pelas floristas do Rossio, no centro da capital, os soldados ganharam delas dúzias de cravos vermelhos, surgindo assim a expressão Revolução dos Cravos, pela qual o levantamento se tornaria conhecido.
A política colonialista de Portugal foi decisiva para o derrube de Caetano, empossado em 1968, depois que o ditador António de Oliveira Salazar sofreu uma queda que o deixou em coma até à sua morte, em 1970. Diante dos movimentos de libertação que haviam eclodido nas colônias portuguesas da África, Caetano insistia no expediente da guerra, o que acarretava despesas colossais – 50% do gasto nacional.
No contexto da Guerra Fria, o imbróglio colonial era uma questão sensível para os Estados Unidos e para a Otan, frente militar da qual Portugal foi membro fundador. Por muito tempo, os americanos viram o imperialismo português com reticência – o governo Kennedy chegou a auxiliar os movimentos de independência africanos. Por ironia, a Otan só deu apoio pleno à posição portuguesa na África nos anos 70, quando ela já era insustentável. Nessa altura, o colonialismo português se tornara mais palatável para os americanos, porque fazia frente aos movimentos de libertação que, com o apoio da ex-União Soviética, China e outros países, combatiam com armas a metrópole em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.
Um ano depois do 25 de abril de 1974, Moçambique e Angola proclamariam as suas independências enquanto a Guiné-Bissau já tinha antes dado esse passo em plena guerrilha.(X)