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Cascatas da Namaacha: sete anos depois da seca

segunda-feira, 20 de julho de 2009

E se Jimi Hendrix tivesse sido assassinado?

Michael Jackson morreu há trés semanas e já há quem garanta que o Rei da Pop encenou a sua morte e que andará pela Terra anónimo, afastado da pressão mediática e livre das monstruosas dívidas que acumulou. Nada de surpreendente. Afinal, para muitos, Elvis continua vivo desde que morreu em 1977. Já quanto a Jimi Hendrix, as dúvidas relativas às circunstâncias da sua morte, tendo existido, nunca atingiram dimensão de mito urbano. "Rock Roadie", livro de memórias de James "Tappy" Wright, antigo "road manager" de Hendrix, pode alterar tudo isso: Jimi foi assassinado, diz.

A premissa é simples, mas digna de guião de filme de Máfia. O britânico "The Times", o primeiro jornal a entrevistar Wright acerca de revelação, divulgada há cerca de um mês, apresenta-a pormenorizadamente. Dia 18 de Setembro de 1970, o guitarrista de "Purple Haze" não terá sufocado no seu próprio vómito, depois de uma noite regada a álcool e da ingestão de vários comprimidos. Wright alega que um grupo invadiu o quarto de hotel onde Jimi estava hospedado, forçando-o a ingerir o vinho e os comprimidos que o vitimaram. O "road manager" sabe-o porque isso mesmo lhe terá confessado em 1973 Mike Jeffery, presumível autor moral do crime, "manager" de Hendrix e personagem de percurso nebuloso: serviu os serviços secretos britânicos no canal do Suez, dava-se com a máfia americana e tinha conhecimentos na CIA e no FBI. Jeffery já não poderá confirmar a história - morreu num acidente de avião, um mês depois da alegada confissão.

O motivo para o assassinato, investiga o "Times", seriam as dívidas monstruosas que Jeffery vinha acumulando. Dividas que se veria impossibilitado de saldar se Hendrix, descontente com as decisões do "manager" (em 1967 meteu-o numa digressão desastrosa com os Monkees; em 1968, tentou impedi-lo de lançar o álbum duplo "Electric Ladyland"; em 1969 pretendia obrigá-lo a contratar músicos brancos para a sua banda), levasse em frente a decisão de o despedir. Um seguro de vida de Jimi Hendrix, no valor de dois milhões de dólares e revertendo em nome de Mike Jeffery, que este celebrara algum tempo antes, como era norma no meio, poderia ser a sua salvação. Como escreve o "Times", Jimi vivo não valeria nada ao seu quase ex-manager. Morto, é fazer as contas.
James Wright conta que, à altura, o medo que Jeffery lhe incutia o impediu de revelar a confissão. Acrescenta que se manteve calado após a sua morte por receio de ser directamente implicado no caso.

Entre os entrevistados no artigo do "Times", figuras próximas do guitarrista, as reacções dividem-se. Alguns reconhecem que pode existir um fundo de verdade nas alegações de Wright. Outros, mesmo recordando o fundo sinistro de Jeffery, negam peremptoriamente que possa ter ordenado o crime. Joe Boyd, o histórico produtor que, em 1973, realizou o primeiro documentário dedicado a Jimi Hendrix, é um deles. Isto até lhe serem revelados os relatórios médicos e as memórias do polícia e dos enfermeiros que acorreram ao quarto de hotel londrino naquele 17 de Setembro de 1970 - a história é contada em "The Final Days of Jimi Hendrix", de Tony Brown, publicado em 1997.

Segundo eles, a porta do quarto estaria escancarada, sugerindo uma saída apressada, e Hendrix completamente vestido, o que contraria a tese oficial, segundo a qual teria ingerido uma quantidade exagerada de comprimidos para conseguir dormir durante várias horas. Mais: o autor da autópsia descobriu-lhe uma grande quantidade de álcool nos pulmões, mas pouco tinha sido, à altura da morte, absorvida pela corrente sanguínea - o que vai ao encontro da tese de assassinato.

O agora sexagenário James Wright não dedica grande espaço a toda esta história no seu novo livro, centrado na sagrada trindade "sexo, drogas & rock'n'roll". Dela, mais sexo, menos droga, sabemos praticamente tudo. Já uma teoria da conspiração, para mais bem montada, com pormenores aparentemente credíveis, é sempre um festim para os cultores da mitologia pop. Já fazia falta uma assim para Hendrix. Ei-la. (In Público)

Beatles: 40 anos depois

Paul McCartney apresenta-se no telhado do Ed Sullivan Theater em Nova York, nos EUA, na quarta-feira. Os Beatles fizeram sua estreia na televisão americana no mesmo local.

60 anos depois, o Scala vai vender sapatos, roupas e mobílias


Sessenta anos depois da sua entrada em funcionamento, a Pastelaria “Scala”, em plena baixa da cidade de Maputo, vai ser reaberta em Setembro próximo, agregando outras áreas comerciais para além da pastelaria, como seja, a venda de calçado, vestuário e mobiliário.

Aberto no distante ano de 1949, o “Scala” encerrou as suas portas em 2001, alegadamente porque os seus proprietários, após verem recusada a sua intenção de transformar o estabelecimento para fins para as quais não estava vocacionado, declararam falência.

Aparentemente a saída encontrada para que o emblemático lugar abrisse portas foi esta: integrar no espaço pequenas outras lojas, para além dos serviços de restauração.

Na capital moçambicana e um pouco por todas as grandes cidades, tornou-se comum transformar restaurantes, snack-bares e cervejarias, em lojas, armazéns de mercadoria diversa e locais de culto. 

Restaurantes, Cafés, Snack-Bares e Cervejarias, outrora ex-líbris da cidade de Maputo, frequentados por todo tipo de pessoas e pontos de referência turística, desapareceram, dando lugar a outras actividades e serviços. O fenómeno, estancado pela edilidade de Maputo após alguns tímidos protestos de umas poucas pessoas preocupadas com a sua descaracterização, terá sido desencadeado por alguns sectores fundamentalistas da sociedade, numa cruzada destinada a eliminar o que consideram locais de profusão do pecado. 

Reabre o “Scala” depois da sua reabilitação, fecha o “Continental”, outro estabelecimento de referência situado defronte da pastelaria. Tanto quanto é do conhecimento público, o seu encerramento foi ditado pelo tribunal judicial de Maputo, que arrestou os seus bens em virtude de o proprietário estar a braços com salários dos empregados em atraso e outras obrigações fiscais não saldadas. 

Com as montras tapadas com jornais, o “Continental” deixa assim de ser aquele local para onde empregados do comércio, escritórios, bancários, jornalistas e escritores e outros, iam para a habitual “bica” de café, para o “Mata-bicho”, lanche e a leitura de jornais. Os “habitués” ociosos, de que ninguém conhece a proveniência dos seus rendimentos, viram-se assim desprovidos da esplanada deste local, de onde, de manhã até as primeiras da noite, apreciavam o desfile das lânguidas beldades da cidade.

A dúvida agora é: quais serão os caminhos que o “Continental” terá que trilhar até a sua reabertura e se será ou não desmembrado, passando a integrar lojas de venda de calçado, vestuário e mobiliário, e a restauração como actividade secundária. A ver vamos.

A ver vamos também qual é o destino que o Conselho Municipal de Maputo ao histórico Prédio Pott, nas imediações do Scala e do Continental. Em ruínas e refúgio dos chamados “meninos da rua” e adolescentes marginais, o “Pott” é uma autentica relíquia arquitectónica a espera de uma decisão. O mais certo, dado o seu avançado estado de degradação, é que seja demolido para dar lugar a um mastodonte de ferro e cimento.