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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Obama chega a igreja em Washington

O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, e sua esposa, Michelle, chegaram às 15h53 (8h53 horário local) para uma cerimônia religiosa na Igreja de Saint John's, próxima a Casa Branca. Obama chegou em um carro preto. Eles foram recebidos pelo reverendo Luis Leon. O democrata traja um fato preto com gravata vermelha, coberto por um sobretudo. Michelle está com um vestido dourado.

Este é o primeiro evento público do dia do futuro casal presidencial. Após a cerimônia religiosa, Obama e Michelle seguem para a Casa Branca, onde serão recebidos por George W. Bush e sua esposa, Laura.

Washington em festa mas vigilante

Para a sua tomada de posse em Washington Barack Obama convidou família, amigos, conselheiros, futuros membros da Administração e o povo americano. Depois sugeriu ao secretário da Defesa, Robert Gates, que passasse o dia fechado numa instalação militar longe da capital. O pedido não foi indelicadeza, mas um imperativo de segurança. Se acontecer alguma coisa ao Presidente, Gates terá de assumir o seu lugar.


Para os mais de dois milhões de pessoas que viajaram para Washington, assistir à tomada de posse de Obama é um sonho tornado realidade. Mas para as autoridades, encarregues de garantir a segurança, é um pesadelo.

No terreno estarão mais de 40 mil militares e polícias para assegurar que os piores receios - um atentado biológico - não se confirmam. A esses juntam-se 5265 câmaras de vigilância.

As operações de segurança prometem dificultar a mobilidade dos apoiantes que tentarão chegar perto do Presidente. As 240 mil pessoas com bilhete para assistir à cerimónia de tomada de posse na frente ocidental do Capitólio - em que Obama pedirá a ajuda de Deus para cumprir a sua missão com a mão sobre a mesma Bíblia que foi usada por Abraham Lincoln- serão revistadas à entrada. A lista de objectos a não levar é longa e inclui garrafas, guarda-chuvas e mochilas. As regras apli- cam-se também aos que quiserem assistir à parada na Pennsylvania Avenue em que o Presidente vai desfilar numa limusina blindada.

Mas a festa não se restringe a esses. No relvado do Mall mais de um milhão de pessoas vai acompanhar a cerimónia através de ecrãs gigantes. E por todo os EUA, milhões assistirão à cerimónia através das maratonas televisivas ou através do site YouTube.

O dia de Obama termina com numerosos bailes que prometem aquecer o ambiente gélido da capital federal noite dentro.

Equipa de Barack Obama sem tempo para paradas

Enquanto o primeiro presidente negro dos Estados Unidos estiver a prestar juramento sobre a Bíblia de Lincoln na escadaria do Capitólio, hoje às 18 horas, alguns membros da sua Administração já estarão a mudar-se para a Casa Branca. Amanhã, Obama começa o trabalho efectivo.

44.º Presidente vai ter uma primeira semana preenchida

Quando acordar amanhã, Barack Obama já terá deixado para trás os juramentos, discursos, paradas e bailes da sua tomada de posse. No seu primeiro dia de trabalho efectivo como presidente dos Estados Unidos, o primeiro negro a ocupar o cargo já tem a agenda preenchida. Reuniões com os conselheiros económicos são a prioridade num tempo de crise financeira como já não se via desde a Grande Depressão dos anos 1930.

Hoje, enquanto os Obama se estiverem a instalar na parte privada da Casa Branca, as carrinhas da Administração vão começar a levar os funcionários da nova Administração do Capitólio, onde estiveram instalados desde a eleição de Obama, a 4 de Novembro, para a residência oficial do presidente, onde vão continuar o seu trabalho, como explicou um membro da equipa ao site The Politico. Nada, portanto, de assistir à parada ao longo da Pennsylvania Avenue, onde a organização espera mais de dois milhões de pessoas para assistir a um dia histórico. É que depois de oito anos de presidência Bush, Obama vai herdar um mundo cheio de desafios.

Para amanhã, além da reunião com os conselheiros económicos, Obama tem previsto um encontro com as chefias militares para planear a retirada do Iraque nos próximos 16 meses, uma das suas promessas de campanha. Segundo confessaram três membros da equipa do novo presidente à CNN, este deverá ainda aproveitar a sua primeira semana no cargo para nomear um enviado ao Médio Oriente. Apesar do cessar-fogo entre Israel e o Hamas em Gaza, a situação na região continua a ser preocupante e será uma das prioridades do novo presidente. Numas primeiras cem horas intensas, Obama tem ainda prevista a emissão de decretos de lei relativos ao meio ambiente e à detenção de suspeitos de terrorismo.

Ontem, enquanto George W. Bush se desdobrava em telefonemas para os líderes mundiais no seu último dia na Casa Branca, Obama aproveitou o feriado que assinala o nascimento de Martin Luther King para reafirmar a promessa do sonho americano. Na véspera da tomada de posse, aquele que se vai tornar no primeiro presidente negro dos EUA emitiu um comunicado no qual recordava o líder dos direitos cívicos. Os sonhos que temos em separado devem unir-se num só", escreveu.

Quarenta anos depois do assassínio do reverendo Luther King, o feriado em sua homenagem costuma ser dedicado às obras de caridade. Seguindo a tradição, Obama não hesitou em arregaçar as mangas e pegar nos pincéis. Depois de visitar feridos de guerra no hospital militar Walter Reed, nos arredores de Washington, o presidente eleito ajudou a pintar de azul o muro de um centro de acolhimento para sem-abrigo e adolescentes problemáticos. No local, não faltaram jornalistas e curiosos a aproveitar esta oportunidade de ver de perto um presidente de calças de ganga e em mangas de camisa.

Os sonhos de Barack Obama para o país

Todos os anos, os Estados Unidos assinalam o dia 19 de Janeiro como o dia de Martin Luther King.
Mas nunca a cerimónia de homenagem ao homem que um dia sonhou que ninguém seria julgado pela cor da sua pele fez tanto sentido como hoje.

Na véspera de tomar posse, Barack Obama, o primeiro Presidente afro-americano do país, prometeu “renovar a promessa” do sonho americano.
Washington preparou-se para receber uma das maiores multidões da sua história – esperam-se mais de dois milhões de pessoas.
Mas antes disso, Obama quis prestar homenagem a Martin Luther King, participando em várias iniciativas destinadas a assinalar o dia que por tradição pertence ao activista dos direitos cívicos.

Foi assim que, por momentos, Obama vestiu a pele de pintor e decorador para, rodeado por um batalhão de jornalistas, tornar mais agradável um albergue para os chamados sem-abrigo e adolescentes. Também visitou feridos de guerra num hospital militar.
Já no domingo, Martin Luther King tinha estado implicitamente presente quando o próximo Presidente americano se dirigiu duzentas mil pessoas reunidas no National Mall: Obama escolheu o monumento à memória de Lincoln, o seu líder modelo, para falar sobre os desafios que enfrentam os Estados Unidos da América, o mesmo local onde Martin Luther King fez o seu célebre discurso “tenho um sonho”, em 1963, sobre a união racial.
Nas suas palavras de despedida, George W. Bush citou um outro Presidente, Thomas Jefferson, para dizer: “Gosto mais dos sonhos do futuro do que a história do passado”.

Já Obama foi buscar um sonho com mais de quarenta anos, que para alguns ficará em parte cumprido hoje, para falar dos projectos que tem para os Estados Unidos. “Os sonhos que sonhamos em separado formam apenas um”.
A tomada de posse de Obama, filho de pai queninano e mãe branca americana, é um marco na história racial dos Estados Unidos.

Mas o antigo senador de Illionois tentou afastar a questão durante a corrida à Casa Branca, para evitar um factor de divisão eleitoral, lembra o diário Washington Post, que na semana passada o entrevistou.
O diário refere que agora, pelo contrário, Barack Obama gosta de referir que a sua identidade mestiça pode ser um factor de união e transformação do país: “Há uma geração inteira que vai crescer a ter como garantido que o cargo mais alto no mundo é de um afro-americano”, disse Obama, para depois acrescentar que agora está a mudar a forma como as crianças negras olham para si próprias e como as brancas olham para as negras.

Há outras coisas que parecem estar já a mudar também.

Uma sondagem do Washington Post revela que há menos americanos a encarar o racismo como “um grande problema” da sociedade norte-americana.
Mas, o filho de Martin Luther King, que partilha o nome do pai, escreve também no Washington Post que a eleição de Obama não pode ser uma panaceia para as relações raciais do país, chamando a atenção de que a eleição de Barack Obama não torna totalmente realizado o sonho do seu pai. Há ainda um longo caminho a percorrer, escreveu Martin Luther King Jr.