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Cascatas da Namaacha: sete anos depois da seca

terça-feira, 22 de julho de 2008

JO - Ronaldinho pode ser o único astro

Kaká e Robinho não foram autorizados pelos seus respectivos clubes, o Milan e o Real Madrid, para participar nos Jogos Olímpicos; Diego, do Werder Bremen, e Lionel Messi, do Barcelona, também têm problemas para conseguir sua autorização, apesar de terem idade olímpica: muitos clubes relutam em liberar os seus jogadores para o torneio de Pequim, que deverá ter o brasileiro Ronaldinho Gaúcho como única estrela.
Apesar dos repetidos apelos da Fifa para "respeitar o espírito olímpico", muitos jogadores foram obrigados a abrir mão do torneio, tanto os que têm idade olímpica (nascidos depois do 1 de janeiro de 1985) como os demais. Cada selecção tem direito a três jogadores de mais de 23 anos. Por enquanto, Ronaldinho, 28 anos, é o único astro que tem presença garantida em Pequim - isso porque ele negociou a sua participação com o Milan, o seu novo clube, como parte da sua transferência do Barcelona.
O Barça tenta agora impedir Messi de viajar a Pequim. O atacante argentino de 21 anos transformou o torneio olímpico, que acontece de 7 a 23 de agosto, num objectivo pessoal. Porém, o clube catalão estará a disputar na altura a terceira jornada preliminar da Liga dos Campeões da Europa. Messi está axtualmente em estágio na Escócia com os seus companheiros do Barça, "com a autorização da Federação argentina" e "até que uma decisão seja tomada", diz o clube.
A Fifa tem problemas para resolver a questão porque a medida que obriga os clubes a libertar os jogadores de menos de 23 anos não é uma lei escrita, mas um acordo tácito. "Desde 1992, a libertação dos jogadores de menos de 23 anos sempre foi aceite pelos clubes. Este princípio precisa voltar a ser aplicado", frisou a Fifa, pedindo aos clubes que autorizem os jogadores em virtude do princípio de "solidariedade".
No entanto, os clubes preferem se ater às leis escritas, e lembram que os Jogos Olímpicos não constam no calendário oficial da Fifa. O Werder Bremen recorreu ao Tribunal Arbitral do Dessporto (TAS) para impedir Diego de participar nos Jogos. Nascido em fevereiro e 1985, o jogador deixou Bremen rumo a Paris - sem o aval do seu clube - para se juntar à delegação brasileira.
Outro clube alemão, o Schalke 04, tem um problema semelhante com o lateral brasileiro Rafinha, que também tem idade olímpica e quer participar nos Jogos. Vários clubes alemães se recusaram a libertar jogadores maiores de 23 anos, como o Bayern de Munique (o brasileiro Lúcio e o argentino Martin Demichelis) ou o Hertha Berlim (o sérvio Marko Pantelic). O presidente da liga alemã, Holger Hieronymus, disse publicamente que "não existe a obrigação de libertar os jogadores".
A situação também está tensa entre o Real Madrid e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que se queixou do facto de o clube espanhol ter esperado até a última hora para se recusar a libertar Robinho, afectado por uma lesão no púbis. "O clube pensa que é melhor eu fazer uma boa pré-temporada", comentou o jogador de 24 anos. Entretanto, o clube merengue libertou os argentinos Fernando Gago e Ezequiel Garay, assim como o lateral brasileiro Marcelo.

Formar empreendedores ou eternos empregados? eis a questão

Eis a opinião do jurista e amigo Mouzinho Nicol´s sobre este tema que foi a debate no programa Linha Directa do dia 19 de Julho

"Primeiro. Começar por dizer que concordo quando se diz que as nossas instituições de ensino formam indivíduos cuja perspectiva pessoal imediata é, simplesmente, procurar emprego. Esta é a realidade, mas que deve ser revertida.

De facto temos de apostar seriamente no auto-emprego. Temos que apostar numa geração que pensa seriamente no Empreendedorismo. Porque só assim podemos aumentar mais postos de trabalho. E como o trabalho é que liberta o Homem, todos nós sairemos a ganhar e a pobreza, esta, que tanto se propala, será aos poucos combatida.

Segundo. De facto precisam-se no mercado patrões honestos. Honestos no seu verdadeiro sentido de palavra. Não queremos Patrões desonestos e sem escrúpulos. Patrões que querem enriquecer a todo custo. Patrões que não respeitam a higiene e segurança no trabalho; Patrões que não pagam salários, que produzem e comercializam bens sem qualidade e garantia. Patrões que não aceitam trocas nem devoluções por aquilo que vendem. Seja, não queremos Patrões que não respeitem os consumidores. Destes, o mercado está cheio e farto deles. É verdade!

Não quereremos empreendedores que não medem os meios para atingirem os seus fins. Empreendedores que querem enriquecer empobrecendo os outros.

Queremos sim, Patrões e empreendedores formados tecnicamente, eticamente e moralmente. Patrões e Empreendedores honestos. Porque só assim levaremos este País ao bom porto.

Padrões honestos precisam-se."


Mouzinho Nicol’s

Barack Obama: Retirarei as nossas tropas do Iraque

Barack Obama*

A solicitação do primeiro-ministro Nuri al-Maliki para que se fixe um prazo para a saída das tropas americanas do Iraque é uma enorme oportunidade. Deveríamos aproveitar este momento e começar a nova distribuição das tropas de combate, que defendo há muito tempo, e é imprescindível para o nosso sucesso futuro no Iraque e para os interesses dos EUA no que se refere à segurança.
Contrariamente ao senador John McCain, eu me opus à guerra no Iraque antes que ela começasse, e, se eleito, a encerrarei. Foi um grave erro permitir que as nossas atenções fossem desviadas da luta contra a Al-Qaeda e o Taleban, invadindo um país que não representava uma ameaça iminente e nada tinha a ver com o 11 de Setembro. De lá para cá, morreram mais de 4 mil americanos e gastamos mais de US$ 1 trilhão. Os nossos militares estão sobrecarregadas. E quase todas as ameaças que enfrentamos - do Afeganistão à Al-Qaeda - intensificaram-se.
Nos 18 meses desde o anúncio do presidente Bush do envio de um reforço, as nossas tropas desempenharam heroicamente a missão de reduzir a violência. Novas tácticas protegeram os iraquianos, e as tribos sunitas rejeitaram a Al-Qaeda - enfraquecendo a sua eficiência.
Mas os factores que me levaram a manifestar oposição ao reforço continuam válidos. A pressão sobre os nossos soldados cresceu, a situação no Afeganistão agravou-se e gastamos no Iraque quase US$200 bilhões a mais do que previa o nosso orçamento. A boa notícia é que os líderes do Iraque querem assumir a responsabilidade do seu país e negociar a retirada. Ao mesmo tempo, o general James Dubik, encarregado de treinar as forças de segurança iraquianas, estimou que a polícia e o Exército iraquianos estarão prontos para assumir a segurança do país em 2009.
Mas somente com a retirada e redistribuição das nossas tropas poderemos pressionar os iraquianos a encontrarem uma solução política abrangente e a realizarem a transição assumindo a responsabilidade pela segurança e estabilidade do país. Em vez de aproveitar essa oportunidade e encorajar os iraquianos a melhorar a sua contribuição, o governo Bush e o senador McCain recusam-se a aceitar a transição - apesar das promessas feitas por eles de respeitar a vontade do governo soberano do Iraque. Segundo eles, a fixação de um prazo para a saída das tropas americanas implica uma "rendição", mesmo que estivéssemos a entregar o país a um governo soberano.
Esta não é uma estratégia para o sucesso - é uma estratégia que tem como objectivo permanecer, que vai contra a vontade do povo iraquiano, do povo americano e dos interesses da segurança dos EUA. É por isso que, no meu primeiro dia no cargo, eu daria aos militares uma nova missão: pôr fim à guerra.
Poderíamos perfeitamente retirar as nossas brigadas de combate com toda a segurança em 16 meses. No fim deste prazo estaríamos no verão (setentrional) de 2010. Encerrada a operação, permaneceria no Iraque uma força menor para a realização de missões específicas - perseguir os remanescentes da Al-Qaeda no Iraque e proteger os soldados americanos. Assim, não seria absolutamente uma retirada precipitada.
Como já afirmei, consultaria os comandantes de campo e o governo iraquiano para garantir que os nossos soldados fossem retirados e redistribuídos de maneira segura. Inicialmente, eles seriam retirados das áreas seguras e, depois, das áreas instáveis. Além disso, seria adoptada uma ofensiva diplomática com todas as nações da região a fim de assegurar a estabilidade do Iraque, e seriam destinados US$2 bilhões a uma nova iniciativa internacional para ajudar os refugiados iraquianos.
Pôr fim à guerra é essencial para cumprirmos o nosso objectivo estratégico mais amplo, a começar no Afeganistão e no Paquistão, onde o Taleban voltou a actuar e a Al-Qaeda dispõe de um refúgio seguro. O Iraque não é, e nunca foi, a frente principal da guerra contra o terror. Como ressaltou recentemente o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior conjunto, enquanto não reduzirmos a nossa missão no Iraque, não disporemos de recursos suficientes para acabar a nossa tarefa no Afeganistão.
Se eleito presidente, adoptarei uma nova estratégia, e começarei por enviar pelo menos mais duas brigadas de combate de apoio ao nosso esforço de guerra no Afeganistão. Para cumprirmos a nossa missão naquele país, precisamos de mais tropas, mais helicópteros, aperfeiçoar a colecta de informações e melhorar a assistência fora da área militar. Eu não tornaria os nossos soldados, os nossos recursos e a nossa política externa reféns de um desejo equivocado de manter bases permanentes no Iraque.
* Barack Obama, candidato democrata à presidência dos EUA, publicou este artigo no New York Times?

Radovan Karadzic: o homem da “limpeza étnica”

O antigo líder político sérvio Radovan Karadzic, preso nesta segunda-feira pelos serviços secretos sérvios, foi perseguido durante treze anos pela comunidade internacional, que o acusa de “limpeza étnica” na extinta Juguslávia.
Procurado por genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional de Haia, ele é considerado responsável, em particular, e juntamente com um assistente militar seu, pelo pior massacre na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, no qual foram mortos cerca de oito mil muçulmanos, em Srebrenica, em julho de 1995.
Era também procurado pelo seu papel no cerco a Sarajevo, que se arrastou por quarenta e trés meses e durante o qual mais de dez mil civis foram mortos.
Grande, com a cabeleira grisalha sempre revolta, Karadzic não era mais visto em público desde a sua fuga em 1996.
Considerado um monstro pelos croatas e pelos muçulmanos da Bósnia, para os sérvios, ele continua a ser um herói da guerra que dilacerou a Bósnia, de 1992-1995, após a proclamação da sua independência.
Nascido a 19 de junho de 1945, numa pequena cidade de Montenegro, Radovan Karadzic passou a infância numa aldeia perto da fronteira com a Bósnia.
O seu pai, do qual ele herdou o fervor nacionalista, foi preso por ter pertencido o movimento dos “Tchetniks”, grupo armado que combateu tanto os nazis, quanto os partidários comunistas de Bros Tito, durante a segunda Guerra Mundial.
Psiquiatra em Sarajevo nos anos de 1960, Radovan Karadzic começou a sua carreira política somente em 1990, tendo como mentor Slobodan Milosevic, o homem forte da Juguslávia, morto em março de 2006, na prisão do Tribunal Penas Internacional antes do fim do seu processo.
Após a queda do muro de Berlim, o vento de transformação que varria a antiga Europa Comunista atingiu a Juguslávia, que se dissolveu quando cada uma das suas seis repúblicas proclamaram a sua independência, em 1991.
Assim como Slobodan Milosevic, Tadovan Karadzic queria promover a anexação à Sérvia dos territórios povoados de sérvios na Croácia e na Bósnia, onde os sérvios representam cerca de quarenta e quatro por cento da população.
Auxiliado pelo general Ratko Mladic, Karadzic "limpa" a Bósnia dos seus elementos não sérvios, ocasionando que mais de um milhão de pessoas abandonam as suas cidades e duzentas são mortas durante a guerra.
Com os acordos de Dayton, no final de 1995, Karadzic proclama a Republica Srspka, enquanto os croatas e os muçulmanos dividem a outra metade do país, que se transforma na Federação croato-muçulmana.
Em Dayton, porém, Milosevic isola o aliado e, em julho de 1996, Karadzic é proibido de aparecer em público.
Entra então na clandestinidade, dispondo de uma poderosa rede de seguidores.
Uma lenda que o dava como intocável cresceu ao longo das operações frustradas da Nato para detê-lo, enquanto o Departamento de Estado norte-americano chegou a prometer uma recompensa de cinco milhões de dólares por qualquer informação que pudesse leva-lo à prisão.

ZIMBABWE - Governo e oposição assinam acordo para coligação

HARARE - O presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, e o líder de oposição Morgan Tsvangirai assinaram nesta segunda-feira, 21, um pacto que abre formalmente as negociações para um acordo de partilha de poder. O documento, assinado no primeiro encontro entre Mugabe e Tsvangirai em dez anos, estabelece os termos de uma negociação de governo compartilhado com o objectivo de encerrar a grave crise política que se instalou nos últimos meses no país.

Mugabe e Tsvangirai assinaram o acordo na presença do presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, que faz a mediação dos contactos entre os dois, durante uma cerimônia realizada em Harare, a capital zimbabwana. O acordo assinado vem à tona depois de um período de três meses de turbulência política durante o qual mais de 120 pessoas morreram e milhares ficaram feridas.

Após a cerimônia, Mbeki disse que o memorando compromete as partes a um "intenso programa de trabalho" para tentar finalizar rapidamente as negociações. "Todos os partidos zimbabwanos reconhecem a urgência dos assuntos que estão a discutir e se comprometeram a completar este processo o mais rápido possível", disse Mbeki aos jornalistas que presenciaram a assinatura do documento.

O presidente Mugabe, que está no poder há 28 anos, disse que o acordo inclui emendas na Constituição do país e algumas leis, todas acertadas com a oposição. Afirmou ainda que as negociações devem prosseguir sem a influência da Europa e dos Estados Unidos. Tsvangirai disse que a cerimônia da assinatura do acordo foi uma ocasião histórica.

O presidente Mugabe foi derrotado no primeiro turno das eleições presidenciais realizadas em 29 de março por Tsvangirai, que não obteve, no entanto, o número de votos para uma maioria direta. O segundo turno do pleito aconteceu em 27 de junho, mas Mugabe participou sozinho, pois Tsvangirai se retirou devido à onda de ataques e assassinatos contra os partidários do MDC por parte das milícias leais ao governo com o consentimento das forças de segurança.

Apesar de a comunidade internacional ter considerado ilegítimo o resultado das eleições, Mugabe, no poder desde a independência do Zimbabwe, em 1980, assumiu imediatamente o mandato e governa por decreto, pois ainda não convocou o Parlamento, no qual a oposição obteve a maioria nas legislativas realizadas também em março.