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Cascatas da Namaacha: sete anos depois da seca

terça-feira, 3 de junho de 2008

A campanha do senador Barack Obama concentrou os seus esforços na disputa pelos superdelegados indecisos e pode declarar vitória na corrida presidencial democrata após as primárias realizadas pelo partido, que acontecem na noite desta terça-feira nos estados de Montana e Dakota do Sul.
Seja qual for o resultado, o quadro geral continuará inalterado, com Barack Obama à frente de
Hillary Clinton.
Por isso, a senadora deu sinais ontem de que pode anunciar a sua desistência após a divulgação dos resultados de hoje e o indício mais claro foi o pedido para que os seus principais doadores comparecessem ao discurso, em Nova Iorque.
O convite incomum e o local escolhido – o seu reduto eleitoral - foram interpretados como um gesto de que ela está pronta para atirar a toalha ao tapete.
Obama deve anunciar esta madrugada que atingiu o número necessário de delegados para a indicação e que a campanha nacional começa na quarta-feira.
O local escolhido não poderia ser mais apropriado: o Xcel Energy Center, Minnesota, o mesmo local onde terá lugar a convenção republicana, em setembro.
Ontem mesmo, em Dakota do Sul, o ex-presidente Bill Clinton admitiu que poderia estar a realizar o seu último comício, acrescentando que foi uma grande honra fazer campanha para a mulher.
Num noutro sinal de que a disputa terminou, a campanha de Hillary dispensou vários dos seus colaboradores, ordenando-os que regressassem à sua base para, a qualquer momento prestarem contas da campanha.
Por meio de telefonemas e e-mails, a campanha da senadora destacou ainda que não há nenhum compromisso na agenda dela a partir de amanhã.
A campanha do senador Barack Obama entrou em contagem regressiva para a nomeação e nesta terça faltavam cerca de 40 delegados para que ele atingisse a maioria.
Após a votação desta noite (madrugada em Maputo), a lista de Obama deve engrossar rapidamente, uma vez que vários aliados de Hillary já reconheceram a derrota e Obama usou um tom amistoso ao falar de Hillary, garantindo que os dois vão trabalhar juntos em novembro.
Entretanto, um dos principais angariadores de fundos para a campanha de
Hillary Clinton disse que vai tão rapidamente quanto possível apoiar Barack Obama uma vez que, segundo ele, o senador finalmente conseguiu a indicação presidencial democrata.
Noah Mamet disse que o senador democrata poderá gastar mais de 500 milhões de dolares nas eleições gerais, informa o jornal Financial Times na sua edição online de segunda-feira.
Obama arrecadou cerca de 240 milhões de dolares até agora, sendo que parte deste dinheiro se deve à sua campanha pela internet, que atraiu doações individuais de mais de um milhão e meio de pessoas.(X)

Instituto Nacional de Segurança Social: Rombo de USD$8 milhões

CERCA de oito milhões de dólares norte-americanos é o valor estimado do rombo que os contribuintes sofreram no Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) desde 2002 a 2007 num acto de corrupção que envolveu funcionários com cargo de direcção e algumas instituições.
A forja de concursos, adjudicação directa de projectos, sobrefacturação de valores dos projectos, vários pagamentos para projectos da mesma construção, violação dos contratos celebrados, nepotismo no processo de adjudicação dos projectos, pagamento dos mesmos antes da assinatura dos contratos e antes do visto do Tribunal Administrativo, bem como a alteração dos que haviam sido legalmente aprovados, sem autorização do Conselho de Administração, constam do leque de irregularidades que durante cinco anos caracterizaram o funcionamento do INSS.
Falando em conferência de Imprensa para esclarecer as causas que levaram a Ministra do Trabalho, Helena Taipo, a intervir no Instituto Nacional de Segurança Social, Paulino Muthombene, chefe da equipa de inquérito, disse que a situação no INSS era simplesmente grave e descreveu o cenário de “corrupção inteligente”, corporizada na transgressão das normas que regem o funcionamento da instituição no que diz respeito aos investimentos.
Referiu que no INSS existem relações familiares muito fortes, funcionários que se consideram donos da instituição.
Segundo Muthombene, os problemas são do domínio de todos os trabalhadores, desde o servente até ao nível de direcção. “Os trabalhadores não agiam por temerem represálias, pois não confiavam na direcção cessante. Alguns colegas foram afastados por terem denunciado irregularidades de vária ordem”, disse.
A contratação ilícita da empresa MOZ IT, Lda, é um dos exemplos do circuito de saque. Esta empresa nunca existiu e todo o processo que culminou com a sua instalação no INSS foi forjado, incluindo o seu registo e publicação no Boletim da República.
O projecto da construção da delegação de Tete é outro exemplo de desvio de fundos no INSS. Para a sua efectivação foram efectuados dois pagamentos e, num espaço de 13 dias foram passados cheques de 15 mil dólares e outros cerca de 23 mil para as empresas Arcus Consultores e Dora Construções, respectivamente.
A construção da delegação do INSS em Gaza estava estimada em 300 mil meticais, mas consumiu, em três pagamentos, perto de dois milhões de meticais.
O projecto da construção de condomínios em Maputo, Beira e Nampula fez parte da política de investimentos do INSS. Assim, foi aprovado um financiamento para esse efeito, orçado em cerca de 15 mil dólares por condomínio de 100 a 150 casas de baixo custo. Entretanto, houve uma deliberação que considerou os 15 mil de irrisórios e que a proposta razoável seria de 45 mil. Contudo, mesmo os 45 mil dólares não foram suficientes e o projecto veio a acontecer com um valor de 100 mil dólares.
O caso de corrupção no INSS está já nas mãos da Procuradoria-Geral da República e até ao momento estão a ser ouvidos dois envolvidos: o ex-chefe de Repartição de Gestão e Património, e o ex-director-geral. (X)

Moçambique: Bispos católicos manifestam "extrema preocupaçã" com "barbárie" xenófoba na Africa do Sul

Maputo – A Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), que reúne os bispos católicos moçambicanos, manifestou a sua "extrema preocupação" face à "barbárie" contra os estrangeiros na África do Sul e atribuiu à frustração dos sul-africanos a causa da violência.
"Manifestamos a nossa extrema preocupação perante a situação em que se encontram muitos dos nossos irmãos e irmãs moçambicanos residentes na vizinha África do Sul, em consequência do aumento da intimidação, violência e morte a que eles estão sujeitos", pode ler-se na mensagem hoje divulgada.
Os bispos católicos referem ainda que "na sequência dos actos de barbárie e intolerância" registados na África do Sul, "mais de 40 moçambicanos foram gratuitamente linchados até à morte", o dobro das vítimas apontadas pelas autoridades moçambicanas no seu último balanço oficial, segunda-feira divulgado.
Na nota ontem divulgada, os bispos deploram o regresso inesperado de "mais de 30 mil" moçambicanos que tinham "ido trabalhar [para a África do Sul] em busca de melhores condições de vida para si e seus familiares", muitos dos quais foram "despojados dos seus haveres".
A onda de xenofobia na África do Sul começou no último dia 12 de Maio e já provocou mais de 60 mortos, 650 feridos, a saída forçada de mais de 40 mil estrangeiros e a deslocação para centros de refugiados internos de mais de 50 mil pessoas.
Para os líderes católicos moçambicanos, as causas da fúria dos cidadãos sul-africanos contra os imigrantes são a "degradação da condição social, distribuição desigual da riqueza e a exploração da mão-de-obra barata estrangeira em detrimento de trabalho e salários justos reivindicados pelos sul-africanos".
"Por outro lado, a riqueza gerada na África do Sul, que não é pequena, parece estar longe de ser distribuída equitativamente por todos. A vida melhor sonhada pelo povo sul-africano, com o fim do apartheid, não está sendo uma realidade", observa o prelado católico moçambicano.
A CEM faz um apelo ao Governo sul-africano no sentido de "compensar todos aqueles que perderam os seus bens nesta onda de xenofobia e que, deste modo, viram o seu futuro e o das suas famílias seriamente comprometido".
A exortação dos bispos católicos é igualmente estendida a todos os povos da África Austral, "para que se neutralizem os extremismos, uma vez que com esse tipo de manifestações todos sairão a perder".
Ao Governo moçambicano, os religiosos pedem que dialogue com as autoridades sul-africanas, para encontrarem formas de desencorajar a violência contra imigrantes.
Os bispos católicos moçambicanos instam as autoridades moçambicanas a formularem, "com a celeridade que o assunto exige, um plano exequível que concretize as melhores práticas de reintegração social" dos moçambicanos que fugiram da xenofobia na África do Sul.
A população moçambicana em geral é também evocada na mensagem episcopal, onde é feito um apelo à calma e contenção face a qualquer tipo de provocação e violência e é lembrado que Moçambique é "um exemplo mundial de resolução pacífica de conflitos".(X)

Afro-americanos pagam a sua "dívida" em Arusha

DESTACADAS figuras mundiais, que vão desde defensores dos direitos cívicos, antigos estadistas e não só, personalidades do mundo da arte e cultura, desportistas de proa, companhias multinacionais de marca, até aos políticos no activo, maioritariamente de origem afro-americana, juntam-se aos seus parceiros africanos, para a partir de hoje, na cidade de Arusha, norte da Tanzania, buscarem novas formas de pagar a sua “dívida” aos seus ancestrais, aumentando o nível de vida do Continente Africano, considerado um dos mais atrasados do planeta.
O Presidente Armando Guebuza que é um dos convidados a esta cimeira de dois dias, deverá chegar ainda hoje a esta cidade, ido de Yokohama, onde semana passada participou na Conferencia Internacional de Tóquio Para o Desenvolvimento de África, a chamada TICAD IV.
As expectativas de participação avançadas pelos organizadores desta cimeira de Arusha apontavam para a presença de participantes oriundos de diversos cantos do mundo, sobretudo das Américas.
Estes eventos que se realizam de dois em dois anos, normalmente conhecidos por cimeiras “afro-americanas”, tiveram o seu início em 1991 e, em 2003, foram baptizadas pela designação de “Cimeiras Leon Sullivan”, em homenagem ao seu promotor e fundador, o reverendo afro-americano, Leon Howard Sullivan, falecido em Abril 2001.
As notas introdutórias sobre a importância destas realizações indicam que razões históricas determinaram que os povos africanos e o segmento norte-americano, ambos descendentes dos mesmos ancestrais, identificassem formas de cooperação entre si, apesar das conhecidas diferenças socioeconómicas e o afastamento geográfico.
Para tanto, a forma encontrada de reaproximação dos povos africanos e afro-americanos é atribuída ao falecido teólogo, reverendo Leon Sullivan, pastor da Igreja Baptista, que foi o patrono do lançamento da iniciativa “Oportunities Industrialisation Centre of America”, um movimento de auto-auxílio iniciado em 1984, ao qual aderiu mais de um milhão de pessoas.
Segundo fomos informados pelos promotores desta oitava cimeira, nos meados de 1992, entre outros feitos, o reverendo Sullivan encetou esforços com vista à promoção do programa “Teachers for Africa” que consistia no envio ao Continente Africano de professores americanos e administradores de escolas para prestarem assistência na melhoria dos sistemas de ensino, entre outras acções, concorrendo para tirar a África do subdesenvolvimento.
Entre as figuras afro-americanas de renome que já ontem tomavam parte nos debates preliminares aqui, em Arusha, particular realce vai para o líder norte-americano dos direitos cívicos, reverendo Jesse Jackson, o antigo subsecretário norte-americano Para os Assuntos Africanos, Andrew Young, a Koreta King, viúva de Martin Luther King, o comediante Chris Tucker, entre outros. Ao lado destas figuras estão igualmente, em Arusha, comungando os mesmos objectivos do Reverendo Sullivan companhias multinacionais norte-americanas como sejam a Coca-Cola , a General Electric, a Cheron Corp, entre outras.
O antigo embaixador Andrew Young, na sua qualidade de co-presidente desta oitava cimeira, nas suas diversas intervenções, lado a lado com Jesse Jackson, esteve sempre presente no seu discurso a presente expressão: “ tudo devemos fazer, cada um à sua maneira, mas o importante é ajudar África”.
Moçambique que estará representado à cimeira ao mais alto nível participa nos debates técnicos com uma delegação que integra o Ministro do Turismo, António Sumbana e o embaixador moçambicano na Tanzania, Zacarias Kupela, entre outros quadros.(X)