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Cascatas da Namaacha: sete anos depois da seca

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Magnata Murdoch classifica Obama de "Fenómeno"

CARLSBAD, Estados Unidos - O magnata da mídia Rupert Murdoch, presidente-executivo do conglomerado Newscorp, previu na quarta-feira uma esmagadora vitória do Partido Democrata na eleição norte-americana de novembro, em grande parte devido às perspectivas econômicas sombrias para os próximos 18 meses.
Em entrevista a dois repórteres do seu Wall Street Journal, durante uma conferência anual do sector de alta tecnologia, Murdoch demonstrou muito interesse pela candidatura de Barack Obama, embora não tenha manifestado apoio.
"Você tem o fenômeno Obama. Você tem, indubitavelmente, uma recessão... O americano médio está realmente a ser prejudicado financeiramente, e tudo isso é um bom prenúncio para ele (Obama)", disse Murdoch.
"Provavelmente há a realização de um fenômeno completo neste país", afirmou ele, antevendo uma "lavada" para os democratas nas urnas.
Neste mês, os republicanos perderam em votação complementar uma vaga de deputado num distrito do Mississippi tradicionalmente controlado pelo partido. Para Murdoch, isso mostra como a agremiação governista está impotente diante da maré política.
Na opinião de Murdoch, tanto Obama quanto McCain, que será o candidato republicano, enfrentam vários problemas, mas McCain terá mais dificuldades devido à ligação de seu partido com o governo. Para Obama, que é negro, haverá a questão racial, mas "parece que ele supera isso, supera totalmente".
O empresário costuma ser associado a políticas conservadoras, mas é famoso por seu pragmatismo, o que o faz mudar apoios quando detecta alterações nos movimentos eleitorais.(X)

Biocombustíveis devem ajudar a manter preço alto de alimentos, diz estudo

O aumento da produção de biocombustíveis deverá contribuir para manter os preços altos dos alimentos, afirma um estudo publicado em conjunto pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
"Apesar do volume recorde atingido pelas plantações de trigo e cereais secundários durante a colheita 2007-2008, e um aumento moderado, mas constante, da produção nos próximos anos, os mercados de cereais vão permanecer tensos até 2017", diz o relatório Perspectivas Agrícolas 2008-2017.
Segundo o estudo da OCDE e da FAO, a forte demanda por milho nos Estados Unidos suscitada pelo desenvolvimento rápido do etanol no país transformou profundamente o mercado de cereais secundários (todos, excepto o trigo e o arroz).
De acordo com as duas organizações, 40% da produção de milho nos Estados Unidos poderá, em 2017, ser destinada à fabricação de biocombustíveis.
"O crescimento da indústria do etanol produzido com cereais, sobretudo nos Estados Unidos e na Europa, como também a necessidade crescente da utilização desses produtos na alimentação animal, vão pesar ainda mais sobre os stoques, que já desceram a níveis críticos", diz o estudo.
Maior produtor
A utilização de cereais na fabricação de biocombustíveis deve duplicar nos próximos dez anos, segundo o relatório. Pela primeira vez, a OCDE divulgou projecções sobre a produção de biocombustíveis.
"A produção mundial de etanol registará progressos rápidos e atingirá cerca de 125 bilhões de litros em 2017, o dobro do volume em 2007."
O Brasil, diz o estudo, continuará sendo o maior produtor e exportador mundial de etanol e de cana-de-açúcar.
A participação da cana-de-açúcar destinada à fabricação do biocombustível brasileiro passará de 51% em média, durante o período 2005-2007, para 66% nos próximos dez anos.
"No entanto, essa evolução não vai limitar a quantidade de cana disponível para a produção e as exportações de açúcar, já que a produção brasileira de cana-de-açúcar deverá aumentar em 75% até 2017", afirma o relatório.
Apesar do aumento da produção brasileira, os preços do açúcar, em razão da demanda interna e internacional, deverão se fortalecer.
Segundo as previsões, os preços do açúcar bruto e refinado devem aumentar em 30%. A carne bovina e de porco deve registrar alta de 20% até 2017. O trigo, o milho e o leite desnatado em pó devem aumentar de 40% a 60% no período.(X)

Homem-Bomba mata 16 polícias e recrutas no Iraque

MOSUL, Iraque - Um homem-bomba matou 14 recrutas da polícia e dois policiais no norte do Iraque na quinta-feira, disseram fontes ligadas à polícia e ao Exército.
Usando um uniforme militar, o homem-bomba explodiu nas proximidades de um centro de recrutamento da polícia perto de Mosul, no qual havia uma fila de cerca de 200 candidatos, disse a polícia.
Os ataques dos insurgentes sunitas a recrutas têm sido frequentes e já mataram centenas deles.
O ataque aconteceu ao mesmo tempo em que uma conferência sobre a reconstrução do Iraque está a decorrer em Estocolmo, Suíça.
As autoridades de segurança do Iraque disseram que uma ofensiva contra a Al Qaeda eliminou a maior parte da rede de rebeldes em Mosul, considerada pelo Exército norte-americano a mais forte das áreas do grupo.
A Al Qaeda, que nega as previsões de que esteja a chegar ao fim, procurou abrigo nas províncias do norte do Iraque depois de ser expulsa de Bagdá e da província de Anbar, no oeste do país, no ano passado.
A violência no Iraque está no nível mais baixo em quatro anos, de acordo com as estatísticas divulgadas pelo Exército dos Estados Unidos, mas as autoridades dizem que o progresso ainda é frágil e reversível.(X)

Presidente sul-africano criticado por ataques xenófobos

Cidade do Cabo, África do Sul - O Presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, foi vivamente criticado pela maneira como geriu as violências xenófobas que assolaram o país nas duas últimas semanas.
Mbeki está em viagem oficial ao Japão para participar na Quarta Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento de África (TICAD IV), enquanto prossegue a "operação de limpeza", na sequência da vaga de violências na África do Sul que fez 56 mortos e milhares de deslocados.
"Preferimos estar com o povo", declarou um dirigente do Congresso Nacional Africano (ANC, partido no poder), Matthews Phosa, que criticou o Presidente sul-africano.
Por seu lado, o líder do Movimento Democrático Unido (UDM), Bantu Holomisa, declarou que Mbeki não enfrentava os problemas do país de frente, enquanto a presidente da Aliança Democrática (DA), Helen Zille, reiterou o seu apelo para uma eleição antecipada para destituir o Presidente.
"O ponto crucial do problema é que o regime do Presidente Mbeki está em decadência. Um Presidente digno da sua função abdicaria de qualquer encontro até que a crise seja resolvida", frisou.
Zille criticou violentamente o plano do Governo de permitir aos cidadãos dos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) entrar na África do Sul, dizendo que isto leva directamente à catástrofe.
"Há poucos, senão nenhum país no mundo com os quais temos este tipo de política de porta aberta, pela simples razão que esta política traria um fardo insustentável aos recursos mesmo dos países mais ricos", acrescentou.(X)


Ataques do Zimbqbwe contra Mwanawasa irritam Zâmbia

Lusaka, Zâmbia - A Zâmbia exprimiu-se decepcionada face aos ataques de que é vítima o seu Presidente, Levy Mwanawasa, por parte das autoridades zimbabweanas e advertiu que estas declarações injustificadas afectariam as relações cordiais entre os dois países.
O porta-voz do Governo zambiano, Mike Mulongoti, que é igualmente o ministro da Informação, declarou num comunicado que a Zâmbia estava consternada pelos ataques injustificados atribuídos ao ministro zimbabweano da Justiça, Patrick Chinamasa, pela imprensa.
De acordo com a imprensa zimbabweana, Chinamasa declarou-se decepcionado com Mwanawsa, que é igualmente presidente em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), pela sua incapacidade de instar a Grã-Bretanha a levantar as sanções contra o Zimbabwe.
Mulongoti disse que estes ataques tinham provavelmente como objectivo desacreditar a integridade da missão impecável do Presidente Mwanawasa junto da comunidade internacional, acrescentando que estes ataques verbais poderiam afectar negativamente as relações cordiais existentes entre a Zâmbia e o Zimbabwe.
Mulongoti declarou que a Cimeira Extraordinária da SADC em Dar-es- Salaam, capital da Tanzânia, a 29 de Março de 2007 delegou o Presidente sul-africano, Thabo Mbeki, para desempenhar o papel de medianeiro na crise política no Zimbabwe.
Afirmou que, em "nenhuma circunstância", a cimeira encarregou o Presidente da SADC da época e os sucessivos a empreender esforços diplomáticos, como o sugeriam as autoridades zimbabweanas.(X)

Obama espera pela indicação democrata na próxima semana

O senador Barack Obama disse esperar tornar-se o candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos na próxima semana. Ele acrescentou, em entrevista dada na quarta-feira (28), que analisa a possibilidade de fazer uma viagem ao exterior que incluiria o Iraque.
Após a dura disputa pela indicação partidária com a também senadora Hillary Clinton, Obama disse que a disputa na eleição geral começará na semana que vem, quando as duas últimas primárias forem realizadas nos Estados de Montana e Dakota do Sul.
Falando a jornalistas, Obama foi questionado se a disputa pela Presidência em novembro contra o republicano John McCain começa após as duas votações de terça-feira.
"Sim", respondeu. Indagado se seria o vencedor da disputa pela indicação democrata após as duas últimas primárias disse: "Acredito que sim".
O senador de 46 anos eleito por Illinois previu que estará em "posição bastante sólida" para obter a indicação democrata após um encontro com as autoridades da sua candidatura no sábado e das duas primárias de terça-feira.
Obama lidera em delegados conquistados nas primárias dos Estados e cada vez mais superdelegados anunciam os seus planos de apoiá-lo e ajudá-lo a ultrapassar o número de delegados necessários para garantir a indicação.
"Estamos somente alguns dias distante", disse Obama, que pode se tornar o primeiro presidente negro da história dos EUA.(X)

Centro sul-africano ganha Prémio da UNESCO de Educação para Paz

Paris, França - A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) atribuiu o Prémio de Educação para Paz deste ano ao Instituto para a Justiça e Reconciliação da África do Sul, indica um comunicado da agência transmitida quarta-feira à PANA.
Um júri internacional presidido por Mohammed Arkoun, professor de História do Pensamento Islâmico, reunido a 19 de Maio, escolheu o instituto sul-africano "pelos seus esforços notáveis a favor duma reconciliação duradoura através da educação e contra a injustiça sistémica em África", precisou o comunicado.
O Instituto para a Justiça e Reconciliação foi criado em 2000 para incentivar a reconciliação na África do Sul depois do fim do apartheid e promover a paz a partir duma análise socio-política municiosa.
Desde então, o instituto, cuja sede está situada na Cidade do Cabo, ajudou outros países africanos, incluindo o Ruanda, o Sudão e o Burundi, a empreender uma abordagem análoga.
O instituto colabora com os Governos, as associações e os intelectuais de países em transição para reforçar a justiça, o desenvolvimento e a segurança humana, graças a um trabalho de pesquisa e de análise e ao reforço das capacidades.
Um outro dos seus grandes projectos motivou a publicação do primeiro manual de história da África do Sul, destinado ao ensino secundário desde o fim do apartheid. Esta obra recorre à tradição oral para criar um "diálogo entre pontos de vista" e apresenta histórias pessoais recolhidas localmente por trabalhadores sociais qualificados.(X)

Rei de Marrocos apela para apoio a África

Rabat - O rei Mohamed VI de Marrocos defendeu, no seu discurso enviado à Quarta Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimentro de África (TICAD IV), a urgência da concessão dos meios e dos mecanismos necessários para ajudar os povos africanos a enfrentar os flagelos que afectam o seu continente em matéria de alimentação, luta contra pobreza e pandemias devastadoras.
"É assim que nós daremos um conteúdo concreto ao dever de solidariedade que nos dita a nossa consciência colectiva, em virtude dos ideais humanos e dos altos valores religiosos que nos animam", indicou o soberano marroquino.
A TICAD IV está a realizar-se desde 28 de Maio corrente em Yokohama, nos arredores de Tóquio, sob o lema "Perspectiva duma África que Ganha: Um Continente de Esperança e de Oportunidades".
Cerca de 44 chefes de Estado e de Governo africanos, altas personalidades das Nações Unidas, do Banco Mundial (BM) e das organizações internacionais e regionais participam nesta conferência que encerra a 30 de Maio.(X)

Condoleezza Rice diz que guerra do Iraque era "coisa certa"

ESTOCOLMO - A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, defendeu na terça-feira a investida dos Estados Unidos no Iraque, depois das severas críticas à guerra feitas em um livro por um ex-porta-voz da Casa Branca.
"Fizemos algumas coisas bem, outras não tão bem", disse Rice, que era conselheira de segurança nacional quando a guerra do Iraque começou, em 2003.

"A única coisa que tenho certeza de que não foi um erro foi a libertação do povo iraquiano de Saddam Hussein."
Em conferência de imprensa antes de uma conferência internacional sobre o Iraque, Rice disse que não leu o livro de Scott McClellan, ex-secretário de imprensa da Casa Branca, mas acrescentou que a destituição de Saddam foi "a coisa certa a se fazer".
No livro, McClellan acusa o presidente George W. Bush de fazer propaganda para vender a guerra do Iraque - separando-se dramaticamente do restrito círculo da confiança de Bush.
Quando questionada sobre o assunto, Rice disse a um repórter que não podia falar sobre um livro que não leu, mas logo defendeu a guerra. Ela afirmou que as pessoas só entendem todas as implicações das coisas muito tempo depois que elas acontecem.
Rice, ex-professora da Universidade Stanford, disse que ficará feliz em regressar à vida acadêmica e analisar historicamente as acções do governo Bush, brincando que provavelmente vai orientar dissertações sobre o assunto.(X)

FAO critica política agrícolas em África

Yokohama - Um responsável do Departamento da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) para África, Mobibo Traoré, considerou, quinta-feira em Yokohama, no centro do Japão, que a crise alimentar prevalecente em África é consequência das más políticas agrícolas aplicadas no continente há várias décadas.
"Os países africanos não investiram suficientemente na agricultura e o que se passa agora é apenas a manifestação duma crise estrutural", declarou.
Intervindo durante uma sessão plenária sobre a agricultura, organizada no segundo dia da Quarta Conferência de Tóquio sobre o Desenvolvimento de África (TICAD IV), Traoré deplorou a atitude dos países africanos face às advertências lançadas pela FAO.
"Em 1996, a FAO organizou uma cimeira sobre a agricultura e os riscos de crises alimentares. Infelizmente, isto não mudou grande coisa", afirmou o responsável onusino.
"Africanos que tinham auto-suficiência alimentar de cerca de 85 por cento são agora obrigados a importar até mais de 50 por cento das suas necessidades alimentares. Actualmente, os pequenos produtores já não têm sementes", acrescentou.
Sublinhou a importância da aplicação de políticas agrícolas sub- regionais em África com vista a encontrar soluções duradouras para a crise alimentar.
"Nenhum país africano pode ultrapassar sozinho uma crise alimentar desta amplitude. Devem haver respostas regionais e o desenvolvimento da agricultura africana deve ser projectado a nível sub-regional", considerou o responsável da FAO.
Esta ideia é partilhada por vários intervenientes, incluindo o presidente da Comissão da União Africana (UA), o Gabonês Jean Ping, moderador da sessão.
"Esta crise lembra-nos brutalmente que não investimos suficientemente na agricultura", afirmou.(X)

Presidente são-tomense recusa negociatas para resolver crise

São Tomé, São Tomé e Príncipe - O Presidente de São Tomé e Príncipe, Fradique de Menezes, recusou quinta-feira participar em "negociatas" para ultrapassar a actual crise política provocada pela queda, na semana passada, do Governo do primeiro-ministro Patrice Trovoada.
"Eu tomei nota dos últimos acontecimentos, de resto segui a fundo a crise política, e por isso, nos termos da Constituição vou começar sexta-feira as auscultar os partidos políticos e a sociedade civil. Mas que desta vez que fique bem claro para todos: não contem comigo para negociatas", disse.
De Menezes, que falava à imprensa no aeroporto internacional de São Tomé no seu regresso depois de ter sido forçado a interromper um périplo pelo estrangeiro, expressou frustração pelo facto de os actores políticos das ilhas terem por hábito fazer arranjos, através de acordos para manter a governação, mas logo de seguida violá-los.
"Eu não participarei em negociatas porque os São-tomenses têm por hábito não assumir os seus compromissos" declarou o chefe de Estado, que pediu respeito da classe política, da sociedade civil e da comunicação social, uma vez que, segundo ele, "culpam-me por tudo e por nada, sou mesmo o alvo preferencial dos mídias", sustentou.
As palavras do chefe de Estado, antes mesmo das auscultações à sociedade civil e aos actores políticos, deixaram os principais líderes políticos inquietos, pois receiam que este decida convocar eleições legislativas antecipadas, contrariamente ao que os partidos na sua maioria desejam.
O Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD, oposição) e o Partido da Convergência Democrática (PCD, no poder), que juntos aprovaram a moção de censura que provocou a queda do Executivo de Patrice Trovoada, sugeriram recentemente a criação de um Governo de unidade nacional ou de competências, através de novos acordos entre os partidos com assentos no Parlamento.
Observadores dizem que a determinação do Presidente em recusar negociatas poderá deitar por terra estas propostas e deverá conduzir à convocação de eleições legislativas antecipadas.(X)

Jean-Pierre Bemba permanece na prisão

Bruxelas, Bélgica - O senador e ex-Vice-Presidente congolês Jean-Pierre Bemba, detido sábado passado na Bélgica a pedido do Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra e contra a humanidade, vai permanecer na cadeia, informou uma fonte judicial em Bruxelas.
Bemba compareceu quarta-feira diante dos juízes da Câmara do Conselho de Bruxelas, antes da sua transferência para Haia (Holanda), onde está sediado o TPI, para julgamento.
Durante a audiência, Bemba pediu a sua libertação e prometeu cooperar com a Justiça para esclarecer as acusações de crimes de guerra e contra a humanidade cometidos em 2003 na República Centro Africana (RCA) quando as suas tropas apoiaram o regime do ex-Presidente centro africano, Ange-Félix Patassé.
Segundo um porta-voz do tribunal, Jean-Pierre Bemba será mantido na cadeia porque os Serviços Secretos belgas possuem informações segundo as quais o líder do Movimento para a Libertação do Congo (MLC), ao vir a Bruxelas depois de ter deixado Faro (Portugal), tinha a intenção de regressar ao seu país.
Tendo sido informado sobre este projecto, o TPI precipitou a sua detenção, receando que na RD Congo o ex-líder rebelde se desloque a uma zona que não esteja sob controlo do Governo congolês, o que tornaria a sua detenção impossível.
Nesta situação está há vários anos para o oficial desertor tutsi congolês Laurent Nkundabatware, líder rebelde do Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP), que controla uma zona importante do Kivu Norte, desafiando as tropas governamentais congolesas que não conseguem detê-lo para o entregar ao TPI, que lançou um mandado de captura internacional contra ele.
Entretanto, militantes do MLC em Bruxelas alegam a inocência do seu líder, que, defendem, nunca estava na RCA, país que o acusa de ter cometido crimes contra a humanidade e de guerra.
Jean-Pierre Bemba havia colocado as suas tropas à disposição de Ange- Félix Patassé, confrontado com uma poderosa rebelião dirigida pelo general François Bozizé, que se proclamou Presidente após a vitória das suas tropas.
Durante esta guerra, os combatentes do MLC, por ordens de Ange-Félix Patassé, dedicaram-se a massacres de populações civis, praticaram crimes sexuais e actos de canibalismo, dos quais é acusado Jean- Pierre Bemba.
Os militantes do MLC receiam que a Bélgica entregue Jean-Pierre Bemba ao TPI, para agradar o Presidente congolês, Joseph Kabila, muito irritado devido às críticas do ministro belga dos Negócios Estrangeiros, Karel de Gucht, contra o seu regime.
Nos meios políticos belgas, receia-se que, em fúria, os partidários de Jean-Pierre ataquem os cerca de quatro mil e 500 cidadãos belgas residentes na RD Congo.(X)

Rei do Nepal prepara-se para deixar palácio, afirma revista

KATMANDU - O rei deposto do Nepal, Gyanendra, está empacotando seus pertences para deixar seu palácio de Katmandu na sexta-feira, após ter recebido um prazo de duas semanas para abandonar o local, afirmou à AFP o editor de uma importante revista.
"De acordo com nossas fontes, o rei está empacotando seus bens pessoais para deixar o palácio", disse Kishore Shrestha, editor da revista Jana Aastha.
Esta revista é considerada uma das fontes mais confiáveis no Nepal no que diz respeito ao noticiário do habitualmente fechado palácio real.
O rei não comentou a votação histórica de quarta-feira da Assembléia Constituinte, que aprovou a abolição dos 240 anos de sua dinastia.
"Dizem que na sexta-feira se mudará para Nagarjun, um imóvel que possui nas proximidades de Katmandu, ou para outra residência privada da capital", disse Shrestha.
O palácio real no coração de Katmandu será transformado em museu.(X)

Irão: Rival de Ahmadinejad é eleito presidente do Parlamento

Teerão - Numa mudança política considerável no Irão, Ali Larijani, rival político do presidente Mahmoud Ahmadinejad, foi eleito presidente do Parlamento por uma maioria arrasadora nesta quarta-feira, 28. Larijani, ex-chefe das negociações nucleares do país, é visto pelo Ocidente como uma influência moderadora no governo de Teerão.
A função de presidente do parlamento é uma posição poderosa na política iraniana, e segundo analistas Larijani pode usar o seu cargo para desafiar Ahmadinejad. Ele foi eleito por 231 votos contra 31.
Ahmadinejad e Larijani enfrentaram-se nas eleições presidenciais de 2005. O grande número de votos obtidos pelo novo presidente do parlamento nesta quarta aparece como uma impressionante repreensão ao chefe de Estado iraniano, que enfrenta uma crescente rejeição no país devido a sua política econômica.
O pleito desta quarta foi também uma forte sinal da diminuição do apoio do presidente entre as lideranças iranianas. Especialistas apontam que tal resultado não seria possível sem o apoio de Ayatollah Ali Khamenei, supremo líder do Irão.
Larijani, político conservador, renunciou ao cargo de negociador chefe do programa nuclear iraniano em outubro. Ele estava entre um pequeno grupo de oficiais que tentavam pressionar Ahmadinejad contra o seu discurso radical, que provoca o isolacionismo do Irão.
Na época da renúncia havia especulações de que os dois políticos tinham diferenças tácticas e visões de diálogo com a Europa.
Ainda nesta quarta, Ahmadinejad criticou um informe da Agência Internacional de Energia Atômica que expressa preocupação sobre o programa nuclear do país. Ele classificou o relatório como "deplorável" e disse que no futuro talvez o Irão limite a sua cooperação com a agência nuclear da ONU.
Diante dos resultados, analistas políticos especulam se Larijani poderá usá-los como teste de popularidade. Se ele achar que obteve sucesso suficiente, poderá renunciar ao cargo e concorrer novamente para presidente. Para os observadores, hoje Larijani está numa posição mais confortável do que há três anos, devido a sua forte reputação no Irão.(X)

Aprovado tratado internacional contra bombas de fragmentação

DUBLIN - O tratado internacional que proíbe o uso, a fabricação e o armazenamento das bombas de fragmentação foi aprovado nesta quarta-feira, 28, em conferência realizada em Dublin, segundo anunciou o governo irlandês. Fontes diplomáticas espanholas confirmaram à Agência Efe que os 109 países que participam nas conversações desde 19 de maio chegaram a um "amplíssimo consenso" sobre o último texto da Presidência Irlandesa.
O documento contempla a maioria das exigências colocadas pela organização humanitária Coligação contra as Bombas de Fragmentação (CMC). O tratado, no entanto, foi negociado sem a participação dos principais produtores e usuários deste tipo de armas (Estados Unidos, Israel, Rússia, China, Índia e Paquistão), que se opõem à proibição.
O governo irlandês vai apresentar em Dublin na sexta-feira o texto final, que será ratificado pelos países signatários em cerimônia que será realizada em Oslo no dia 2 de dezembro.
A CMC considera que o encontro de Dublin foi o mais importante realizado no mundo sobre questões de desarmamento desde que, em 1997, o uso da minas antipessoais foi proibido em Ottawa (Canadá).
Em suma, os países participantes concordaram em "proibir, sob qualquer circunstância, o uso, desenvolvimento, fabricação, aquisição e armazenamento" das bombas de fragmentação, cujas vítimas são maioritariamente civis.
Apesar disso, após intensas discussões para redefinir quais tipos de bombas de fragmentação "causam danos inaceitáveis a civis", a minuta introduz uma excepção para as bombas de fabricação alemã Smart 155, o que desagradou a alguns participantes.
Esta munição deixará de ser classificada como "bomba de fragmentação", já que "elimina os riscos e efeitos produzidos por sub munições que não foram exploradas em áreas indiscriminadas", principalmente em zonas civis.
Também estão equipadas "com mecanismos de auto segurança", ou seja, contêm "uma combinação de mecanismos de autodestruição e auto desactivação" que elimina o "efeito mina" que estas armas adquirem quando não explodem.
Outro dos assuntos que dividiram os participantes da conferência de Dublin é o da "relação dos países signatários do tratado com os não signatários", como os Estados Unidos, Rússia, China, Índia ou Paquistão.
A pressão exercida sobre Washington desde então pelos seus aliados modificou radicalmente a sua política sobre o uso desse tipo de armas, até o ponto que já não as utiliza.
As bombas de fragmentação consistem numa bomba "contentor" que é lançada a partir da terra, mar ou ar, e que, ao abrir-se durante a trajectória, deixam cair cargas explosivas.(X)

Rússia: Procurador admite "milhares de erros judiciais"

O procurador-geral da Rússia, Yury Chaika, admitiu nesta terça-feira que, a cada ano, milhares de pessoas são acusadas injustamente no país por crimes que não cometeram. As declarações foram feitas uma semana após a reunião com o presidente russo, Dmitry Medvedev (foto).
No encontro, Medvedev disse que um sistema independente de Justiça deveria ser criado no país.
O novo líder – que é advogado – afirmou que as decisões do sistema judiciário só acontecem depois de pressão e envolvimento de dinheiro. O assunto polêmico já foi tema na Rússia: críticos costumam dizer que as leis são politicamente manipuladas. Porém, esta é a primeira vez que um alto funcionário do governo se pronuncia sobre o assunto.(X)

Empresário diz que deu dinheiro ao primeiro-ministro

O testemunho desta terça-feira do empresário Morris Talansky pode ter sido crucial para a investigação de corrupção que envolve o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert (foto).
Talanski disse que, em 15 anos, deu 150.000 dólares à Olmert: o dinheiro teria sido entregue em envelopes durante reuniões realizadas em Nova York e Jerusalém. "Dei dinheiro à Olmert para as campanhas em 1991 e 1992. Ele me disse que preferia receber em dinheiro", disse o empresário, segundo a agência AP.
Talansky disse desconhecer o destino do dinheiro, mas revelou que o premeiro-ministro gostava de consumir objectos luxuosos. As declarações foram consideradas decisivas para a justiça – que suspeita que Olmert teria recebido até 500.000 dólares do empresário em troca de favores políticos. O primeiro-ministro israelita disse que deixará o cargo, caso seja indiciado.(X)

ONU critica decisão dos militares birmaneses

A alta comissária da ONU para os direitos humanos, Louise Arbour, chamou a atenção nesta quarta-feira para a situação da líder oposicionista birmanesa e Prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, mantida em prisão domiciliar há 12 anos.
"Estas contínuas restrições da liberdade de expressão e movimento contra Suu Kyi transgridem os direitos humanos básicos", afirmou Arbour. "Elas ocorrem quando o povo de Mianmar está a sofrer muito e o sofrimento deles não deve ser agravado com estas medidas restritivas", disse ela, referindo-se à destruição provocada pelo ciclone Nargis.
As declarações de Arbour seguem-se ao anúncio feito pela junta militar de que a prisão de Suu Kyi seria estendida por mais um ano. Em comunicado, a representante da ONU pediu ao regime birmanês que "liberte incondicionalmente" a activista. "A sua libertação será fundamental para facilitar a reconciliação nacional e a transição democrática, com a qual o governo de Mianmar se comprometeu", defendeu.(X)

Petróleo supera previsão de renda no Iraque

As autoridades iraquianas anunciaram nesta quarta-feira um faturamento de 21,25 bilhões de dólares com o petróleo nos quatro primeiros meses do ano.
O montante ultrapassa em mais de 10 bilhões de dólares o previsto para o período e eleva as projecções de renda no sector para 70 bilhões até o final de 2008.
O ministro do Petróleo iraquiano, Hussein al Shahristani, negou, porém, que o aumento da produção possa baixar os preços do combustível. "Há mais petróleo no mercado do que é realmente necessário. Os produtores não têm nenhum impacto sobre o mercado", afirmou ao semanário egípcio Al Ahram Hebdo. Ele disse ainda que os altos preços da commodity não se devem à escassez do item, e sim à especulação. O Iraque produz atualmente 2,5 milhões de barris por dia, produção que poderá aumentar para 400.000 até o fim de 2009.(X)

Tropas de paz e ONGs abusam de crianças

Membros das tropas de paz e funcionários de ONGs de ajuda humanitária estão a abusar sexualmente de crianças em áreas de conflitos ou atingidas por desastres, sugere relatório divulgado nesta terça-feira pela ONG Save the Children.
O documento é baseado em 341 entrevistas realizadas a 2007 com crianças que habitam a Costa do Marfim e o Sudão, África, e o Haiti, no Caribe. Estupro, prostituição infantil, escravidão sexual e troca de sexo por comida foram os casos mais relatados, que afectam meninas e meninos a partir dos seis anos.
Para a autora do relatório, Carina Charky, os autores dos crimes não são punidos porque não são denunciados. Segundo ela, as crianças têm medo de represálias. O documento também culpa a falta de atitude da comunidade internacional, que segundo a ONG, havia prometido uma política de tolerância zero com tais atitudes. Em resposta às acusações, o porta-voz da ONU, Nick Birnback, disse que é difícil impedir que as violações aconteçam no interior de uma organização com mais de 200.000 colaboradores, como a ONU, e que o órgão não tem autoridade para punir os demais criminosos.(X)

Crime: prisão perpétua para serial killer francês

A justiça francesa condenou nesta quarta-feira Michel Fourniret, serial killer de 66 anos, à prisão perpétua pelo assassinato de sete garotas entre 1997 e 2001.
A sua companheira, Monique Olivier, vai cumprir a mesma pena. Ela foi cúmplice em várias das mortes, ajudando Fourniret a sequestrar e a manter em cativeiro algumas das vítimas, a maioria das quais violentada antes de ser morta.
Fourniret costumava abordar as garotas – todas com idade entre 12 e 22 anos – em ruas e estradas da região de Ardennes, que ocupa parte da França, da Bélgica e de Luxemburgo.
Ele solicitava informações sobre rotas e acabava convencendo as vítimas a entrar no seu carro. É também acusado de assassinar outras duas mulheres, uma professora inglesa que leccionava na região e Marie-Angele Domece, de 19 anos. Ele nega os crimes.
Fourniret está preso desde 2003 quando foi surpreendido na Bélgica tentando sequestrar uma garota de 13 anos.(X)