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Cascatas da Namaacha: sete anos depois da seca

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Campanha de Obama beneficia-se da "culpa branca", diz pesquisador

Nesta entrevista ao G1, Shelby Steele diz que Obama é favorecido por ser negro.
Por: Daniel Buarque Do G1, em São Paulo entre em contato
Descrito como orador carismático, ou estrela pop da política, o pré-candidato democrata à Casa Branca Barack Obama nada mais é de que um fenômeno social ligado à raça e à culpa, segundo o pesquisador norte-americano Shelby Steele. Para ele, Obama tem deixado de lado o discurso político na sua sua campanha, e focado apenas no que chama de “culpa branca”, uma grande vontade, por parte do eleitorado, de superar a história de racismo do país.
Os Estados Unidos estão desesperados por um presidente negro, e Obama se beneficia disto”, disse Steele, em entrevista ao G1, por telefone. O problema, segundo ele, é que os eleitores acabam apoiando um candidato que mal conhecem, e que ajudam a vencer só por causa da cor da sua pele. “Ninguém sabe de verdade quem ele realmente é. Sabemos que é um negro simpático, mas nada além disso. Não temos idéia do que ele realmente vai fazer se chegar à Casa Branca.” Steele é pesquisador de relações raciais da universidade Stanford e do Intituto Hoover, e ataca as políticas de acção afirmativa, que diz serem apenas uma forma de os brancos buscarem “redenção”. Sobre o tema, ele escreveu o livro “White Guilt” (Culpa branca). O pesquisador também se dedicou a uma obra sobre o fenômeno Obama: “A Bound Man - Why We Are Excited about Barack Obama and Why He Can't Win” (algo como “Um homem de limite: por que estamos animados com Barack Obama e por que ele não pode ganhar”), em que critica o avanço político do pré-candidato.
Steele diz que não vai votar em Obama, caso ele seja escolhido o candidato democrata.
G1 – O sr. está surpreso de ver Barack Obama liderando a disputa pela candidatura democrata à Casa Branca?
Shelby Steele – Não posso dizer que estou surpreso com isso, e acho que a razão de isso acontecer está muito mais ligada ao que está acontecendo atualmente nos Estados Unidos de que com a personalidade de Obama propriamente dita. Há uma enorme fome na “América Branca” de superar nossa história de racismo. Obama foca sua campanha nisso, e esta fome, esta “culpa branca”, é ainda maior de que eu achava que era, e trouxe ele por todo o caminho.
G1 – Não se deve falar, então, que a conquista se dá por uma questão do carisma pessoal de Obama e seus discursos “empolgantes”?
Steele – Exatamente. Ele é uma pessoa boa, mas não chegou onde está por ser quem é. Há algo acontecendo com a sociedade, e milhões de norte-americanos brancos querem desesperadamente superar o passado de racismo do país, e se livrar da acusação permanente de que todos os brancos são racistas. Barack Obama é a oportunidade de fazer isso. Não consigo ver todo este carisma que dizem que ele tem, mas quando existe uma necessidade deste tipo na sociedade, a pessoa parece ser carismática, parece ter mágica. Obama é a história da América branca e sua necessidade de inocência, de superar o passado.
G1 – As pesquisas de boca-de-urna em eleições primárias em quase todos os estados mostram, entretanto, que o maior apoio a Obama está entre os negros. Na maior parte das prévias ele recebeu apoio de 80% dos negros norte-americanos, enquanto os brancos parecem apoiar mais Hillary Clinton. Isso não vai contra a idéia da “culpa branca”?
Steele – No início, os negros eram contrários à campanha de Obama. Há um ano, as pesquisas indicavam que 80% dos eleitores negros prefeririam apoiar Hillary Clinton. Antes de conquistar os eleitores negros, Obama precisou convencer os brancos, o que ele começou a fazer em Iowa, quando os brancos começaram a dar mais atenção a ele. Pouco tempo depois, o ex-presidente Bill Clinton fez um discurso em que introduziu a carta da raça, acusando Obama de usar isso em sua campanha. Isto foi o começo do fim para Hillary. Ela poderia estar vencendo, se ele não tivesse falado isso. Foi ali que os negros assumiram uma postura defensiva, e passaram apoiar o ‘seu homem’. Os negros norte-americanos, acredito, continuam muito ambivalentes em relação a Obama, mas vão apoiá-lo por que acham que ele foi mal-tratado, com base na raça.
G1 – A campanha de Hillary Clinton começou agora a usar o discurso do sexo, dizendo que é “machismo” pedir que ela desista da disputa pela Casa Branca por estar atrás de Obama na corrida das primárias. Isso está relacionado à forma como o sr. diz que Obama ganhou o apoio dos negros?
Steele – Claro. Hillary vai lutar até o fim e usar todas as cartas que puder. Ela agora tenta conquistar o apoio das mulheres, apontando como preconceito, machismo, querer que ela desista da disputa. Ela acha que pode conseguir o apoio da forma como Obama conseguiu, e claro que vai tentar usar esta vitimização.
G1 – O sr. acha que os norte-americanos estão prontos para votar e ter um presidente negro? A “culpa branca” tem força suficiente para superar todas as formas de preconceito que ainda existem no país?
Steele – Sim, os Estados Unidos estão prontos para ter um presidente negro. Colin Powell teria vencido facilmente Bill Clinton em 1996. Ele era um candidato muito mais forte de que Obama é hoje, e era um general que tinha ido a guerras, sido ferido em batalha, e poderia facilmente ser presidente. Na verdade, os Estados Unidos estão desesperados por um presidente negro, e Obama se beneficia disto. Há uma enorme vontade de ter um presidente negro por parte da sociedade branca dos Estados Unidos. Não acho que a “culpa branca”, sozinha, vai ser suficiente para levar Barack Obama à Presidência, entretanto. Com a aparição do reverendo Wright, começamos a ver o verdadeiro Barack Obama aparecer, alguém completamente diferente do que as pessoas esperavam. Obama começou a perder apoio entre os brancos desde então, e acredito que veremos outros casos semelhantes, em que a verdade começa a aparecer e as pessoas se decepcionam, fazendo com que a “culpa branca” perca força até a eleição. Ela o trouxe até aqui, e claro que pode levá-lo até a Casa Branca, mas acho que ela vai se enfraquecer quando os norte-americanos verem que é um erro deixar de lado as propostas e escolher um candidato com base apenas em sua raça.
G1 – O sr. diz que a campanha de Obama se prende apenas na questão da raça, sem tratar realmente de propostas. O sr. acha que, se Hillary Clinton vencer as primárias, haverá uma disputa com base no sexo?
Steele – Não. A campanha de Hillary Clinton é baseada acima de tudo em propostas, e os norte-americanos sabem que ela é perfeitamente capaz de ser uma ótima presidente. Ela foi uma boa senadora, tem uma campanha que mostra muita força e coragem, e conquistou o respeito de todos. Uma campanha de Hillary dificilmente usaria a questão de gênero em busca da Presidência.
G1 – O subtítulo do seu livro diz que “por que estamos animados com Barack Obama e por que ele não pode ganhar”. O sr. acha que ele seria um mau presidente?
Steele – O grande problema em relação a Barack Obama é que ninguém sabe de verdade quem ele realmente é. Sabemos que é um negro simpático, mas nada além disso. Não temos idéia do que ele realmente vai fazer se chegar à Casa Branca. Ele fala de forma muito eloqüente, fala em mudança, fala que vai atender a todos, mas não diz quem ele é. Talvez ele se torne um ótimo presidente, mas diria que nem ele mesmo sabe exatamente o que vai fazer se for eleito. Ele não parece ter uma visão real para os Estados Unidos. Meu sentimento ainda é de que ele não pode vencer. Ele tem que dizer aos eleitores quem ele realmente é, antes de querer ser eleito presidente.
G1 – É possível relacionar a “culpa branca” com o fato de Obama não ter muito apoio entre os eleitores latinos, que parecem preferir Hillary Clinton?
Steele – Exatamente. Os latinos se questionam o que há para eles na campanha de Obama. Eles não têm a “culpa branca” da mesma forma que os norte-americanos brancos, não querem redenção, e ao mesmo tempo não são tocados pelo discurso da raça, que o fez conquistar os eleitores negros, então eles ficam à espera de algo mais concreto, de políticas, e não vêem nada para eles na campanha. Os latinos são o grupo mais reticente a apoiar Obama porque parecem perceber as falhas das suas propostas, e ele não conseguiu superar isso até agora.
G1 – Em quem o sr. vai votar nas eleições de novembro?
Steele – Não vou votar em Obama, posso dizer isso. A não ser que até lá ele venha a público dizer qual sua visão para os Estados Unidos realmente é. Ele precisa dizer o que pretende fazer, se for eleito, e não no nível do idealismo, mas de política diária e concreta. Precisamos saber o que ele vai fazer. Obama diz que vai tirar os EUA do Iraque. Precisamos saber como ele pretende fazer isso, que é uma das coisas mais difíceis da história da humanidade. Falta o elemento concreto em sua campanha. Estou aberto para ouvir suas propostas, se ele as tiver. Sem propostas eu não votarei nele e acho que sua campanha vai acabar fracassando se continuar apostando dessa forma.(X)

Nepal põe fim à monarquia e proclama república

KATMANDU - A assembléia constitucional do Nepal aprovou nesta quarta-feira o fim da monarquia, em vigor no país por 240 anos, e proclamou a república.
"A proposta para a proclamação da república foi aprovada", anunciou em plenário Kul Bahadur Gurung, um alto representante deste órgão de 601 membros, dos quais 560 votaram a favor e quatro se opuseram.
Os maoístas do Nepal, republicanos, combateram durante 10 anos o impopular rei Gyanendra, conquistando a maioria das cadeiras da assembléia constitucional nas eleições de abril.
A formação da assembléia constitucional faz parte dos acordos de paz entre os partidos políticos nepaleses e os rebeldes maoístas que puseram fim a uma guerra civil na qual morreram 13.000 pessoas.
A queda do rei Gyanendra marcará o fim da única monarquia hinduísta do mundo. Considerado pelos seus partidários a encarnação do deus Visnu, chegou ao trono em 2001 após o bárbaro assassinato de nove membros da família real pelo príncipe herdeiro que, em seguida, se suicidou, ao que parece sob efeito de drogas e álcool.
A impopularidade do monarca chegou ao fundo do poço quando destituiu o governo e se concedeu poderes absolutos em fevereiro de 2005.
Isso levou os principais partidos políticos nepaleses a aliarem-se aos rebeldes maoístas, seus inimigos históricos, para concluir um acordo de paz em 2006.(X)

África do Sul promete abrigos para estrangeiros

JOHANNESBURGO - Funcionários sul-africanos afirmaram que melhorarão as condições de vida das vítimas que fugiram das suas casas por causa de ataques contra estrangeiros. Mas a intenção é que os abrigos actualmente utilizados não se tornem permanentes.
O governo prometeu transferir pessoas de delegacias, repartições públicas e igrejas. Esses locais têm servido de refúgio para pessoas que se sentiram ameaçadas com a recente onda de violência xenófoba no país.
Nesta quarta-feira, 28, porém, o porta-voz do governo Hlangwani Mulaudzi disse que ainda não havia uma decisão sobre quantos abrigos seriam construídos, nem sobre a localização destes.
O porta-voz do governo evitou o termo "campos de refugiados". Segundo ele, trata-se de uma situação temporária e os refugiados devem posteriormente ser reintegrados. "Nós temos um problema, portanto vamos construir abrigos. Mas não queremos que eles se tornem permanentes."
Na Cidade do Cabo, quase 20 mil pessoas foram acomodadas em abrigos. As autoridades locais foram criticadas por deixarem os estrangeiros em áreas remotas. Segundo Mulaudzi, seriam encontrados locais próximos para que se instalem os estrangeiros afectados.
Pelo menos 56 pessoas foram mortas e quase 50 mil estrangeiros foram forçados a deixar as suas casas durante a onda de ataques contra imigrantes na África do Sul ocorrida nas duas últimas semanas.
Os agressores culpam os estrangeiros pelo aumento do desemprego e da violência. As principais vítimas dos ataques são moçambicanos, malawianos, zimbabwanos, entre outras pessoas vindas de países vizinhos.
A Nigéria pediu uma reparação pelos ataques contra os seus cidadãos. O ministro nigeriano de Relações Exteriores, Ojo Madueke, disse na noite de terça-feira que o país organizou uma lista dos feridos ou roubados durante a crise. Madueke afirmou que o país requisitará uma compensação monetária para os nigerianos atingidos.(X)

Espanha ainda recebe escala de vôos dos EUA para Guantánamo

MADRI - Os Estados Unidos continuam a utilizar a Espanha como base para as escalas dos seus vôos secretos até Guantánamo. A informação foi confirmada pelo governo de Portugal, que afirma que dois aviões partiram da Espanha e cruzaram o espaço aéreo português em direcção à ilha cubana. Nesta quarta-feira, 28, o governo de Madrid confirmou os vôos, mas afirmou que eles foram autorizados após Washington declarar que seriam transportados equipamentos militares.
Os dados revelados pelo executivo de Lisboa no Parlamento afirmam que, entre julho e dezembro de 2007, 56 vôos com destino à base americana de Guantánamo, instalada em Cuba, passaram pelo espaço aéreo luso. A prisão abriga os presos acusados de supostas relações com grupos terroristas islâmicos. A informações relatam que duas escalas aconteceram da base aeronaval de Rota, em solo espanhol.
Segundo a nota do Ministério de Relações Exteriores, o vôo realizado em 22 de junho levava "pessoas do Departamento da Defesa", e o segundo, registado em 30 de setembro, transportava "forças e material militar americano". O comunicado detalha que "em 2007, somente dois vôos das Forças Armadas dos EUA para Guantánamo foram autorizados" pelo Ministério da Defesa. Além dessas aeronaves, "não consta nenhum pedido ou autorização com destino ou origem a ilha cubana".
Em fevereiro deste ano, a CIA e o Reino Unido admitiram que dois vôos do Serviço Secreto dos Estados Unidos (CIA) que transportavam suspeitos de terrorismo pararam para reabastecer em território britânico, na ilha de Diego Garcia, apesar de garantias anteriores do governo dos EUA de que tais vôos nunca haviam usado espaço aéreo nem território britânico desde os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. O governo de Londres declarou que não tinha evidências de que o Reino Unido estava envolvido no programa dos EUA de transportar secretamente suspeitos de terrorismo detidos em diversas partes do mundo e que não estava ciente que seu território estava sendo utilizado desde 2001, quando o presidente George W. Bush visitou o governo britânico.
Uma investigação européia apontou em 2006 que 14 países europeus foram coniventes com vôos secretos da CIA, a agência de inteligência americana. De acordo com o relatório, Espanha, Turquia, Alemanha e Chipre foram postos de passagem para as operações de rendição e Reino Unido, Portugal, Irlanda e Grécia foram pontos de escala. Itália, Suécia, Macedônia e Bósnia permitiram o sequestro de residentes em seu território, afirmou o documento.(X)

28 de Maio de 2008 - Feira Africana no Japão

O ministro da Economia japonês, Akira Amari, corta a fita em cerimônia de abertura da Feira Africana em Yokohama nesta quarta-feira, ao lado do presidente do Gabão, Omar Ondimba, do primeiro-ministro japonês, Yasuo Fukuda, e do presidente de Madagascar, Marc Ravalomanana. O presidente moçambicano, Armando Guebuza, participa na referida feira desde esta quarta-feira.(X)

Fogo amigo: A nova dor de cabeça de Bush

Scott McClellan, ex-assessor do presidente dos EUA, George W. Bush, promete ser a próxima dor de cabeça do líder americano.
Na próxima segunda-feira, ele lança um livro com duras críticas à administração Bush, dizendo, por exemplo, que o presidente e seus conselheiros confundiram fatos com “propaganda de campanha” para sustentar a invasão do Iraque, em 2003.
Como porta-voz da Casa Branca, ele diz que deve ter contado muitas mentiras para a imprensa sobre a fuga de informação sobre a identidade da espiã da CIA Valerie Plame, escândalo que atingiu o governo em 2005. O facto teria sido uma represália contra o marido dela, o embaixador Joseph Wilson, que criticou Bush publicamente sobre a Guerra do Iraque.
Já o furacão Katrina, que devastou a cidade de Nova Orleans em 2005, o ex-assessor revelou que Bush ficou paralisado ao ser informado da tragédia. Para o ex-assessor, o Katrina foi "um dos piores desastres na história de nossa nação e também um dos piores desastres da administração Bush". Ele revela que os membros do governo "passaram a maior parte da primeira semana em estado de negação".
McClellan renunciou ao seu cargo em abril de 2006. Na ocasião, Bush disse que, no futuro, se lembraria com saudade do assessor. "Poderei dizer ao Scott: 'Você fez um bom trabalho'”, disse o presidente então.
Já nesta quarta, a Casa Branca comentar o conteúdo do livro de McClellan, alegando que ainda não tinha tido acesso ao texto.(X)

Programas de Obama e McCain divergem em quase tudo

WASHINGTON - Uma eleição para a Presidência dos Estados Unidos na qual se enfrentariam o democrata Barack Obama e o republicano John McCain seria pautada por diferenças enormes a respeito das questões mais espinhosas, do Iraque e da política externa aos impostos e ao sistema de saúde.
O recente embate entre os dois a respeito da disposição de Obama em negociar com líderes estrangeiros considerados hostis serviu de pré-aquecimento para o que pode se transformar em cinco meses de uma intensa campanha até o pleito de novembro.
"Esse será o mais claro contraste entre candidatos que já houve na última geração", afirmou Doug Schoen, consultor do Partido Democrata e ex-assessor do presidente Bill Clinton.
"Haverá duas visões de mundo apresentadas de forma muito contrastante."
Obama está muito perto de conseguir a vaga democrata nas eleições gerais, vencendo assim sua adversária de partido Hillary Clinton. McCain já garantiu a sua participação no pleito nacional.
Nas últimas semanas, os dois candidatos passaram a desferir críticas um contra o outro. ______________________________________________________
As diferenças entre McCain, 71, branco, ex-piloto da Marinha e ex-prisioneiro de guerra no Vietnam, e Obama, 46, negro, formado na Faculdade de Direito Harvard e ex-líder comunitário, ultrapassam em muito o nível pessoal.
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O abismo ideológico que os separa torna-se mais evidente nas duas questões geralmente citadas nas pesquisas de opinião como as de maior destaque para os eleitores norte-americanos - a guerra no Iraque e a crise econômica.
"A respeito das duas questões principais, não poderia haver uma distância maior", afirmou Dan Schnur, consultor dos republicanos e assessor de McCain durante a campanha presidencial deste em 2000.
McCain ganhou destaque como um dos maiores defensores da invasão do Iraque e promete manter os soldados norte-americanos ali até vencer a guerra. Recentemente, o candidato afirmou que 2013 lhe parecia uma meta razoável para acabar com o conflito e colocar fim ao envolvimento dos EUA.
Obama, senador pelo Estado de Illinois, opôs-se desde o princípio à guerra e prometeu retirar os soldados norte-americanos do Iraque nos seus primeiros 16 meses de governo.
As diferenças são igualmente grandes na área tributária. McCain defende prorrogar os descontos fiscais conferidos pelo actual presidente do país, George W. Bush, e reduzir os impostos cobrados das empresas. Já Obama deixaria que expirassem os abatimentos concedidos por Bush à camada mais rica da população - os que têm renda anual superior a 250 mil dólares - e que expirassem as reduções de tarifa nos impostos cobrados sobre os ganhos de capital.
Os dois também entraram em rota de colisão devido à oposição de Obama à idéia de McCain de suspender a cobrança do imposto federal sobre a gasolina durante o verão. O democrata considerou a medida um golpe eleitoreiro com poucas consequências práticas. Já McCain diz que o plano ajudaria a melhorar a situação das famílias mais pobres que saem de férias.
Obama deseja ainda renegociar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), responsabilizado por alguns democratas e por sindicados pelo corte de postos de trabalho nos EUA. McCain defende o pacto.
ASSISTÊNCIA MÉDICA
Os dois candidatos também adotam posturas diametralmente opostas a respeito da assistência médica gratuita, que costuma ser citada como segunda questão de política interna mais importante depois da crise econômica.
McCain usaria créditos fiscais para ajudar o sector a migrar de uma cobertura baseada no empregador para um sistema de livre mercado no qual as pessoas poderiam escolher entre apólices diferentes.
Obama quer manter o actual sistema e ampliar o envolvimento do governo nele. O democrata defende ainda oferecer assistência médica para os 47 milhões de norte-americanos que hoje não dispõem de seguro.
O republicano, por outro lado, costuma dizer que Obama não tem experiência em assuntos de segurança nacional, criticando a disposição deste em negociar directamente com líderes de países considerados hostis sem impor pré-condições.
Já o democrata ataca os planos de McCain para a economia e os seus laços com grupos lobistas de Washington, afirmando que o republicano realizaria algo parecido com um terceiro mandato Bush.(X)

Mugabe compara diplomata americana a "prostituta"

Harare – O presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, advertiu na segunda-feira contra interferências externas na segunda volta da eleição presidencial no próximo mês. Mugabe, que tenta mais uma reeleição, comparou uma diplomata americana a uma "prostituta" e ameaçou expulsar um outro do país, conforme noticiou a rede CNN.
O Zimbabwe não pode ser britânico e não pode ser americano. Sim, é africano”, disse o presidente Mugabe.
Vocês viram aquela pequena menina americana (Jendayi Frazer, assistente da secretaria de Estado americano para assuntos africanos) a correr como uma prostituta” - criticou ele.
Por mais poderoso que seja, se continuar a agir assim, eu o expulsarei do país” - declarou Mugabe, no discurso do lançamento da sua campanha para a segunda volta das eleições presidenciais, marcada para o dia 27 de junho. Ele referia-se ao diplomata americano, James McGee. O presidente afirmou que o americano havia ordenado ao líder do partido de oposição Movimento por uma Mudança Democrática (MDC), Morgan Tsvangirai, que retornasse ao Zimbabwe.
Quando o embaixador americano disse a Morgan que voltasse, ele voltou a correr”, acrescentou Robert Mugabe referindo-se ao rival, que o superou na primeira volta eleitoral presidencial, realizada a 29 de março.
O MDC acusa o governo e o Exército de espancar e torturar simpatizantes do partido numa tentativa de mantê-los longe das urnas ou fazer com que votem no partido Zanu-FP no governo.
A violência tem de acabar para que as eleições sejam realizadas, caso contrário a votação não será legítima” - disse Tsvangirai.
O líder da oposição afirma que Robert Mugabe perdeu o controle do país e que o Exército estaria agora no comando.(X)

Vítimas da xenofobia na RAS: Ajuda Externa? NÃO OBRIGADO

“Amnistia condena '60 anos de fracasso' em direitos humanos”

A Amnistia Internacional pediu nesta quarta-feira aos líderes mundiais que se desculpem por seis décadas do que a entidade considera fracasso na defesa dos direitos humanos.
O pedido vem contido no relatório anual da organização, que, neste ano, faz um balanço entre o que foi prometido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 e o que foi cumprido até agora.
Injustiça, desigualdade e impunidade são as marcas do nosso mundo de hoje”, escreve a Amnistia Internacional, acrescentando que os governos devem agir agora para acabar com a distância entre promessas e desempenho.
Irene Khan, secretária-geral da organização, em comunicado à imprensa, diz que os governos de todo o mundo deveriam comprometer-se novamente a apresentar melhoras concretas neste campo.
Para Khan, os problemas dos direitos humanos em Darfur, Zimbabwe, Gaza, Iraque e Mianmar exigem uma acção imediata.
Segundo o relatório, 60 anos depois de a Declaração Universal dos Direitos Humanos ter sido adoptada pelas Nações Unidas, pessoas ainda são torturadas ou mal tratadas em pelo menos 81 países, são submetidas a julgamentos injustos em pelo menos 54 países e não têm direito de se manifestar livremente em pelo menos 77.
O ano de 2007, de acordo com aquela organização, foi caracterizado pela impotência dos governos ocidentais e a ambivalência ou relutância dos poderes emergentes em combater algumas das piores crises de direitos humanos no mundo, desde guerras a desigualdades que deixam milhões de pessoas para trás.
Para a organização, a maior ameaça ao futuro dos direitos humanos é a ausência de uma visão compartilhada e de uma liderança colectiva.
Este ano, 2008, deve representa uma oportunidade sem precedentes para que novos líderes e países emergentes no cenário internacional estabeleçam uma nova direcção e rejeitem as políticas e práticas míopes que têm tornado o mundo um lugar mais perigoso e mais dividido, afirmou a secretária-geral da Amnistia.
Segundo Khan, os governos mais poderosos devem liderar e dar o exemplo.
Nesse sentido, a organização faz um apelo directo para a China, os Estados Unidos, a Rússia e a União Européia.
A Amnistia diz que a China deve cumprir as promessas feitas por ocasião dos Jogos Olímpicos e permitir a liberdade de expressão e de imprensa e acabar com o sistema de "reeducação através do trabalho", que permite a prisão por até quatro anos sem indiciamento, julgamento ou revisão judicial.
No caso dos Estados Unidos, o apelo refere-se ao encerramento da prisão de Guantánamo e outros centros de detenção e à rejeição da tortura.
Já a Rússia deveria mostrar mais tolerância à dissidência política e nenhuma tolerância à impunidade de abusos de direitos humanos na Chechênia.
E a União Européia, segundo a Amnistia, deveria investigar a cumplicidade dos seus integrantes em "entregar" suspeitos de terrorismo e egixir deles os mesmos padrões de direitos humanos que exige de países fora do bloco. (X)