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Cascatas da Namaacha: sete anos depois da seca

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Barack Obama - Presidente dos Estados Unidos da América? A ver vamos

Próximo passo de Barack Obama é definir o papel de Hillary Clinton na disputa; a vice-presidência é uma das opções
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Obama pede a três pessoas para ajudá-lo a escolher vice
O democrata Barack Obama chamou três pessoas, incluindo Caroline Kennedy, para que liderem uma pesquisa para escolher o vice-presidente da sua legenda, disse a campanha do senador nesta quarta-feira.
Kennedy, filha do ex-presidente John Kennedy, vai juntar-se ao ex-promotor-geral Eric Holder e ao ex-presidente da Fannie Mae, Jim Johnson, que também ajudou John Kerry em 2004 e Walter Mandale em 1984 a escolherem seus vices.
"O senador Obama fica feliz por ter três pessoas dedicadas e talentosas a lidar com este rigoroso processo. Ele vai trabalhar com eles nas próximas semanas, mas, no fim, a sua decisão será individual", disse o porta-viz Bill Burton.
Obama obteve a nomeação na terça-feira e vai enfrentar o republicano John McCain nas eleições presidenciais norte-americanas, em novembro.(X)

ONU pede inquérito sobre morte de Vieira de Mello no Iraque

GENEBRA - Um investigador da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu na quarta-feira a abertura de um inquérito especial sobre o assassinato de 20 funcionários da entidade em Bagdad, em 2003, entre os quais o então alto comissário para os Direitos Humanos, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello.
Leandro Despouy, investigador especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre a independência de juízes, disse que o facto de nem o Iraque e nem as forças de ocupação norte-americanas terem esclarecido a verdade a respeito do crime minava a credibilidade daquela entidade mundial.
"Eu proponho a criação de uma comissão de inquérito composta por especialistas de renome a fim de finalmente esclarecer o que exactamente aconteceu e quem foi o responsável", disse em entrevista Despouy, um advogado argentino. Vieira de Mello, apontado à época como futuro secretário-geral da ONU, morreu com os seus colegas quando um agressor suicida explodiu um caminão do lado de fora do complexo da organização na capital iraquiana, no dia 9 de agosto de 2003, cinco meses depois da invasão liderada pelos EUA.
Autoridade da ONU havia muitos anos, o brasileiro actuava em Bagdad como representante da entidade internacional supervisionando as operações de ajuda humanitária e mantendo contacto com as forças de ocupação. No entanto, ainda há muitas perguntas a respeito do episódio, que levou a ONU a retirar todos os seus funcionários do Iraque. Nenhum dos vários esforços para estabelecer como o atentado ocorreu e quem o planeou chegou a uma explicação substancial, afirmou Despouy. Isso, segundo o investigador, deixava a impressão de que crimes do tipo contra a ONU poderiam ser cometidos impunemente.
Despouy disse ainda estar perplexo com o facto de o governo iraquiano não ter, no mês passado, suspendido a execução de um homem que poderia ter informações sobre o atentado. O investigador disse ter feito vários apelos aos líderes iraquianos e a autoridades norte-americanas e britânicas em nome da suspensão da pena de morte do homem, que confessou ter participado dos preparativos do ataque. "Ele era o último sobrevivente dentre os supostos responsáveis pelo atentado", disse Despouy. "E talvez pudesse ter fornecido um testemunho importante."
Os apelos haviam sido enviados antes a líderes de governos do Ocidente que tinham manifestado admiração por Vieira de Mello, entre os quais o então primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair. O investigador não soube dizer se algum deles adoptou medidas em resposta aos apelos. "A gravidade do facto e a sua importância tanto para os familiares das vítimas, que desejam saber o que aconteceu com os seus entes queridos, quanto para a credibilidade da ONU não deveriam ser ignoradas", afirmou. (X)

Para Carter, a legenda Obama-Hillary é o pior erro a ser cometido

LONDRES - O ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, que apoiou Barack Obama horas antes da vitória nas primárias democratas, afirmou ao jornal britânico The Guardian que a divisão da legenda com Hillary Clinton seria "o pior erro que poderia ser cometido".
Carter citou pesquisas de opinião que afirmam que 50% do eleitorado americano tem uma imagem negativa da ex-primeira-dama. "Isso só acumularia os aspectos negativos dos dois candidatos", o que tornaria a candidatura mais vulnerável.
"Se você tem 50% que não votaria em Hillary e acrescenta o elemento de que os eleitores podem pensar que Obama não é branco, não tem idade ou experiência suficiente ou porque ele tem um sobrenome com sonoridade árabe, você terá o pior dos dois mundos", disse Carte ao jornal.
Carter falava ao periódico britânico antes de Obama superar o número de delegados necessários para a nomeação democrata. Esta não é a primeira vez que o ex-presidente demonstra dúvida sobre uma legenda unificada entre os rivais, já que Carter mencionou anteriormente que outras escolhas para vice seriam melhores para o senador de Illinois.
Carter é um dos maiores superdelegados que apoiaram Obama. Entre eles há desde altos representantes do partido, como o ex-vice presidente Al Gore, até lideranças estaduais de pouco renome.(X)

Como candidato democrata, Obama ataca Irão e defende Israel

WASHINGTON - Falando pela primeira vez após declarar vitória nas prévias democratas, o senador Barack Obama afirmou nesta quarta-feira, 4, que trabalhará para "eliminar" a ameaça que o Irão representa para o Médio Oriente e para a segurança internacional.
O candidato declarou ainda considerar que Jerusalém deve permanecer como a capital "indivisível" de Israel.
"Não há ameaça maior para Israel e para a paz e estabilidade da região do que o Irão", afirmou o senador na conferência do Comitê Americano de Assuntos Públicos de Israel, um lobby pró-Israel.
Obama prometeu impedir que a República Islâmica obtenha uma arma nuclear. "O perigo que vem do Irão é grave, é real, e o meu objectivo é eliminar essa ameaça", disse Obama, ao discursar. "Farei tudo que puder para impedir que o Irão obtenha uma arma nuclear - tudo", disse à platéia, que o aplaudiu de pé. A rival derrotada nas primárias, Hillary Clinton, afirmou que Obama será um "bom amigo" de Israel. "Sei que o senador Obama entende o que está em jogo", indicou a senadora diante do grupo.
O senador ainda tentou distanciar-se dos rumores de que seria islâmico e que não apóia o Estado judeu, chamando-se de "amigo verdadeiro de Israel". "Qualquer acordo com o povo palestino deve preservar a identidade israelita como um Estado judeu, com segurança e fronteiras reconhecidas e armadas. Jerusalém continuará como a capital de Israel, e deve permanecer indivisível", disse Obama na conferência pró-Israel. Os palestinos exigem que Jerusalém seja a capital de seu Estado. "Eu nunca farei concessões no que diz respeito à segurança israelita. Não quando ainda há vozes que negam o Holocausto, não enquanto terroristas continuam comprometidos com a destruição de Israel, não enquanto até livros didácticos no Médio Oriente negam que Israel sequer exista", disse.
Segundo a BBC, retribuindo um elogio feito por Obama, que a chamou de ''amiga de Israel'', Hillary disse que sabe “que o senador Obama será um bom amigo de Israel”. "Sei que o senador compartilha da minha visão de que o próximo presidente tem de dizer ao mundo que a posição americana é imutável. Os Estados Unidos estão ao lado de Israel agora e para sempre", disse Hillary.
O Irão não reconhece Israel, e o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad várias vezes já pediu a destruição do Estado judeu. A troca de insultos intensificou-se em 2005, quando Ahmadinejad disse que Israel deveria ser "varrido do mapa do Médio Oriente". O iraniano já chegou a referir-se ao Holocausto - o massacre de milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial pelos nazis - como um "mito".
Israel considera o Irão uma ameaça por causa do seu programa nuclear e do seu arsenal de mísseis. Israel e os Estados Unidos acusam Teerão de desenvolver em segredo um programa nuclear bélico. O Irão nega e assegura que as suas centrais atômicas têm fins estritamente pacíficos de geração de energia eléctrica.
Obama também defendeu que o Hamas, organização palestina que controla a Faixa de Gaza, deve ser "isolado, a menos e até que reconheça o direito de Israel existir e honre acordos passados." "Foi por isso que eu me opus às eleições palestinas de 2006 com o Hamas na cédula eleitoral. Israel e a Autoridade Palestina advertiram-nos quanto a isso, mas este governo (do presidente americano George W. Bush) levou isso adiante."

Vitória histórica

Obama deu um grande passo para tornar-se o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos ao derrotar a ex-primeira-dama Hillary Clinton na disputa pela indicação do Partido Democrata no meio a promessas de esperança e mudança para os americanos cansados da turbulência econômica e de anos de guerra.
Com a vitória, Obama vai enfrentar nas eleições presidenciais de novembro o candidato republicano John McCain. A disputa será mistura de choque de gerações com debate sobre o Iraque. Obama, de 46 anos, é contra a guerra; McCain, de 71, foi prisioneiro durante a Guerra do Vietnam e é um partidário das actuais missões militares americanas.
Ao assegurar o número de delegados e superdelagados necessário para garantir a indicação, Obama pôs fim a uma das campanhas mais acirradas de que se tem lembrança nos EUA. A vitória de Obama nas primárias democratas também representa um marco para um país onde, há apenas algumas décadas, a discriminação racial era generalizada e os negros precisavam ir à luta para conseguir o direito de votar.(X)

"Obama é o meu herói", diz George Lucas

O criador de heróis famosos do cinema - como Indiana Jones e a dupla Luke Skywalker e Han Solo, de Guerra nas Estrelas -, o cineasta americano George Lucas revelou nesta quarta-feira, em Tóquio, que também tem um herói - e ele é de carne e osso. Eleitor do Partido Democrata, o director afirmou que o herói é o candidato da oposição à Casa Branca, Barack Obama.
"Um herói está a aparecer nos Estados Unidos nos dias actuais, porque temos um novo candidato à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama", afirmou o cineasta numa entrevista na capital japonesa, onde promove a estréia de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, filme de Steven Spielberg produzido por Lucas.
O cineasta disse que Obama é um herói "para aqueles de nós que temos sonhos e esperanças".
A afirmação foi feita em resposta a uma pergunta sobre quais foram os heróis de infância de Lucas. A entrevista acontecia no mesmo momento em que Obama conquistava o número necessário de delegados para garantir a indicação do Partido Democrata à Casa Branca.



Lucas criou a saga Guerra nas Estrelas e o personagem Indiana Jones, vivido nas telas pelo astro Harrison Ford.(X)

Afeganistão: Guerra contra Talibãs precisa de reforço

A guerra contra os Talibãs no Afeganistão está "mal equipada", disse nesta terça-feira o general americano Dan McNeil.
Ele deixou o cargo de comandante da missão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no país, nesta terça-feira, após 16 meses de trabalho.
A declaração foi feita em Cabul, durante uma cerimônia de transferência de cargo para o general David McKiernan, que supervisionou os ataques terrestre responsáveis pela queda do ex-ditador iraquiano Saddan Hussein.
MacNeil ainda disse: "Esta é uma guerra mal equipada e precisa de mais unidades tácticas, de mais máquinas de vôo, de mais inteligência, segurança e aparatos de reconhecimento". Actualmente, o Afeganistão conta com 52.000 soldados da Otan.
McKiernan assumiu o posto nesta terça-feira com a função de lidar com os "insurgentes, combatentes estrangeiros, criminosos e outros" que obstruam o caminho rumo à estabilidade do país.(X)

Candidato da oposição é detido no Zimbabwe

O líder da oposição do Zimbabwe, Morgan Tsvangirai, do Movimento para uma Mudança Democrática (MDC), foi detido nesta quarta-feira pela polícia, informou o porta-voz do partido, Nelson Chamisa.
A detenção, feita durante uma rusga numa estrada ao norte de Bulawayo, envolveu não apenas Tsvangirai, mas toda a comitiva, disse Chamisa, em entrevista à agência de notícias France-Presse.
De acordo com o porta-voz, não foi apresentada nenhuma justificação para detenção. "Eles só disseram: "Os nossos chefes querem vê-los’", acrescentou Chamisa.
O MDC, que está em campanha para a segunda volta das eleições presidenciais, já acusou diversas vezes o governo de Robert Mugabe de tentar sabotar a decisão, prevista para o próximo dia 27.(X)

Somália enfrenta pior crise em 10 anos

A Somália está a enfrentar a pior crise humanitária da década, e, de acordo com a Cruz Vermelha, a situação só tende a piorar.
Para a organização, as mortes causadas pelo conflito armado, a escassez de alimentos, a alta dos combustíveis e o longo período de seca no país não permitem um pensamento otimista.
"Quando você coloca todos esses factores juntos, não é preciso explicar por que estamos a enfrentar uma grave crise humanitária na Somália", disse Pascal Hundt, presidente da Cruz Vermelha no país. Segundo Hundt, em dez anos, este é o pior momento já enfrentado pela Somália.
Hundt justificou que, devido a seca, há falta de alimentos e de pastagem para alimentar os animais. Na terça-feira, um grupo representando as organizações somalis alertou a ONU que a situação está cada vez pior. Eles também solicitaram a retirada das tropas etíopes da Somália, alegando que a saída do exército poderia acelerar um acordo político e acabar com os 18 anos de conflito.
A Somália vive em estado de anarquia desde que o ditador Mohamed Siad Barre foi deposto, em 1991. Em 2004, um governo de transição foi formado. Actualmente, cerca de 7 milhões de pessoas são atingidas pela pobreza. A guerra civil já matou centenas de pessoas.(X)

Japão registou menos bebês e mais suicídios em 2007

TÓQUIO (Reuters) - Um número menor de bebês nasceu e um número maior de pessoas suicidou-se no Japão em 2007, mostrou um relatório do governo divulgado na quarta-feira.
Os dados aparecem no momento em que o país enfrenta uma taxa de natalidade bastante baixa.
O número de bebês nascidos em 2007 caiu em 2.929 em comparação com o ano anterior, para 1.089.745, afirmou o Ministério da Saúde.
Segundo o ministério, isto confirma a tendência de que os casais estão a optar por vidas mais livres e de que as mulheres estão a encontrar dificuldade para trabalhar e criar os filhos ao mesmo tempo.
O documento do governo mostrou que o número de pessoas que cometeram suicídio subiu em 856, para um total de 30.777.
O Japão apresenta a segunda maior taxa de suicídio entre os principais países industrializados do mundo, ficando atrás apenas da Rússia.
A quantidade de pessoas que se matam aumentou muito depois do estouro da bolha econômica, na década de 1980, responsável por deixar muitos japoneses endividados.
O governo prometeu diminuir o número de suicídios em 20 por cento até 2016, através de medidas como instrumentos para detectar pessoas deprimidas e a promoção da saúde mental.
No entanto, os suicídios com sulfato de hidrogênio, que pode ser feito a partir de detergente comum, transformam-se em um crescente problema para o Japão.
Dezenas de casos foram registados na imprensa este ano, e sites na Internet descrevem diferentes formas de obter o gás.
Não há nenhum tabu religioso contra o suicídio no Japão, e até o século 19 a prática era uma forma de punição ou de expiação por algum erro cometido.(X)

Wall Stret coloca dinheiro na campanha de Obama

WASHINGTON (Reuters) - Wall Street está a apostar o seu dinheiro na candidatura presidencial do democrata Barack Obama, apesar dos temores de que o seu governo possa elevar os impostos e imponha mais regulamentos financeiros e comerciais nos EUA.
Os sinais lidos pelos investidores apontam para uma vitória democrata na eleição de novembro, pois o eleitorado estaria disposto a "punir" o Partido Republicano pela guerra do Iraque e pela desaceleração econômica.
E o facto de Obama nos últimos meses receber uma proporção maior das doações sugere que os investidores preferem apoiar o candidato que tem mais chances.
Obama, que assegurou a indicação democrata ao superar na terça-feira a marca de 2.118 delegados para a convenção nacional de agosto, recebeu 7,9 milhões de dólares em doações de empresas do sector financeiro, segundo dados recolhidos pelo Center for Responsive Politics.
O seu adversário John McCain angariou pouco menos de 4,2 milhões de dólares, o que o coloca atrás de dois pré-candidatos republicanos, Rudolph Giuliani e Mitt Romney, que abandonaram a disputa há vários meses.
No geral, os democratas arrecadaram 57 por cento das contribuições do sector. Caso a tendência persista até a eleição de novembro, seria a primeira vez desde 1994 que eles recebem mais do que os republicanos num ano de eleição presidencial, segundo dados do CRP.
Mas muitos dizem que isso tem a ver mais com a natureza dessa disputa do que com as simpatias de Wall Street, pois Obama e Hillary precisaram de mais dinheiro para financiar a sua longa disputa interna.
No final de 2007, Hillary liderava a lista de arrecadações em Wall Street, com 6,3 milhões de dólares, segundo o CRP. Obama estava em terceiro, atrás de Giuliani, e McCain aparecia num distante sexto lugar.
Robert Boatright, especialista em finanças eleitorais e professor da Universidade Clark, em Worcester, Massachusetts, disse que os números relativos a McCain podem estar distorcidos caso Wall Street esteja fazendo doações ao Comitê Nacional Republicano, em vez de dirigi-las ao comitê do candidato, já que, pelas regras do financiamento eleitoral, isso poderia restringir o seu acesso ao dinheiro.(X)


Cimeira da FAO prega "Revolução Verde" para África

ROMA (Reuters) - A cimeira da FAO, agência da ONU para alimentação e agricultura, pediu nesta quarta-feira aos países ricos que ajudem a "revolucionar" a agricultura nos países em desenvolvimento, especialmente na África, para que se produza mais alimentos.

"A crise alimentar global serve de alarme para que a África se lance numa "revolução vede" já há muito atrasada", disse o ministro nigeriano da Agricultura, Sayyadi Abba Ruma, no segundo dos três dias do evento.
"A cada segundo, uma criança morre de fome. A hora de agir é agora. Chega de retórica, mais acção!", afirmou o ministro.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, recebeu um abaixo-assinado sobre o tema, com mais de 300 mil nomes. O esboço da declaração final da cimeira diz que os 151 países participantes se comprometem a "eliminar a fome e assegurar comida para todos".
A FAO convocou a cimeira devido ao acentuado aumento dos preços nos últimos meses, o que ameaça levar a fome a mais 100 milhões de pessoas - além das 850 milhões que já sofrem do problema em todo o mundo.
Nos últimos anos, o preço de produtos como arroz, milho e trigo mais do que duplicou. A OCDE (entidade que reúne países desenvolvidos) estima que haverá um recuo a curto prazo, mas que na próxima década os alimentos podem subir mais 50 por cento.
Ban disse que a cimeira já é um sucesso. "Há uma clara sensação de resolução, responsabilidade compartilhada e compromisso político entre os Estados membros no sentido de fazer escolhas políticas correctas e investir na agricultura nos próximos anos."
"A fome degrada tudo contra o que estamos a lutar nos últimos anos e décadas. Temos o dever de agir, de agir agora e de agir unificadamente", afirmou o sul-coreano a jornalistas.
O seu antecessor na ONU, Kofi Annan, também está em Roma para assinar um acordo com as agências alimentares da ONU para estimular a produção agrícola em África.
"Esperamos promover uma revolução verde na África, que respeite a biodiversidade e as distintas regiões do continente", disse Annan, natural de Gana, que preside a Aliança para uma Revolução Verde no continente africano.
O novo mecanismo dará apoio técnico para melhorias no solo e gestão dos recursos hídricos, acesso a sementes e fertilizantes e desenvolvimento de infra-estrutura nas regiões mais férteis de África.
Um ministro nigeriano disse que o seu país tem potencial para se tornar "o cesto de alimentos da África". Mas as suas lavouras dependem 90 por cento das chuvas, o que as torna vulneráveis às alterações climáticas. E, segundo ele, 14 milhões de pequenos proprietários rurais usam técnicas "rudimentares".
A cimeira de Roma ditará o tom das decisões sobre a ajuda alimentar e subsídios a serem tomadas na cimeira do G8, em julho, no Japão. É possível que influencie também as negociações da chamada Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio.(X)


Após vitória, Obama concentra-se em unir democratas. Próximo passao é definir papel de Hillary na disputa

WASHINGTON - Após conseguir a história indicação democrata à Presidência dos EUA, Barack Obama volta-se nesta quarta-feira, 4, à tarefa de unificar um partido dividido por uma disputa interna de cinco meses para a disputa com o republicano John McCain. Obama saiu do obscurantismo político para se tornar o primeiro negro a conseguir a indicação à Presidência por um grande partido americano. O senador por Illinois conseguiu na terça-feira os 2.118 delegados necessário para vencer na convenção partidária de agosto.
A sua rival Hillary Clinton, ex-primeira-dama que entrou na disputa há 17 meses como franca favorita, não admitiu a derrota e afirmou que vai consultar os líderes partidários e simpatizantes para decidir qual será o seu próximo passo. Hillary disse a representantes de Nova York no Congresso que está aberta a ser candidata a vice-presidente ao lado de Obama. Simpatizantes da ex-primeira-dama intensificaram a pressão para que Obama a escolha como sua número dois.
Obama será coroado o candidato democrata na convenção de agosto e enfrentará McCain em novembro, quando o sucessor do actual presidente George W. Bush será escolhido. "Hoje marcamos o fim de uma jornada histórica com o início de uma outra", disse Obama a simpatizantes durante o comício da vitória em St. Paul, Minnesota, mesmo local da convenção republicana, marcada para setembro. "Hoje posso me colocar diante de vocês e dizer que serei o indicado democrata para presidente dos Estados Unidos", disse ele à platéia de 17 mil pessoas. Outras 15 mil estavam do lado de fora da arena. A vitória de Obama, filho de pai queniano negro e de mãe branca do Kansas, colocou o nome do senador na história dos Estados Unidos. A sua vitória vem 45 anos depois do auge do movimento pelos direitos civis. Ela vem depois de uma das mais apertadas e longas batalhas por uma indicação partidária na recente história política dos EUA. Hillary, que seria a primeira mulher indicada à Presidência norte-americana, conquistou mais de 1.900 delegados. Obama conseguiu a vitória após uma onda de mais de 70 delegados, que não haviam tomado partido, anunciarem o seu apoio ao senador na terça-feira, o que elevou o seu total de delegados para 2.156, segundo contagem das televisões. Os cinco meses de disputa Estado a Estado pelo apoio dos delegados chegaram ao fim com Obama a vencer em Montana e Hillary em Dakota do Sul.
A expectativa é de que mais líderes partidários e superdelegados apóiem Obama nesta quarta-feira, enquanto o partido tenta unir-se em torno de seu indicado, para o que promete ser uma dura campanha eleitoral com McCain. "Estou comprometido em unir o nosso partido para que possamos seguir em frente mais fortes e mais preparados do que nunca para conseguir a Casa Branca em novembro", disse Hillary para uma multidão de simpatizantes em Nova York. Mas ela não fez nenhuma proposta para Obama.
Os dois devem reunir-se em breve para discutir a campanha eleitoral e o papel que será desempenhado pela ex-primeira-dama. Os dois conversaram no início desta quarta-feira, e Obama disse a Hillary que gostaria de "sentar quando fizer sentido para você", Mas nenhuma reunião foi marcada. Tanto Obama quanto Hillary falarão para um grupo de lobby pró-Israel nesta quarta-feira em Washington, num momento em que o senador por Illinois começa a concentrar-se na disputa de novembro. McCain garantiu a indicação republicana em março. "Essa foi uma longa campanha e não tomarei nenhuma decisão hoje", disse Hillary. "Nos próximos dias eu vou consultar os simpatizantes e líderes partidários para determinar como seguir em frente, levando em conta os interesses do meu partido e do meu país." Obama elogiou a adversária após derrotá-la. "A senadora Hillary Clinton fez história nessa campanha, não somente porque ela é uma mulher que fez o que nenhuma mulher fez antes, mas porque ela é uma mulher que inspirou milhões de americanos." McCain deu início à disputa com Obama com um comício na Louisiana, no qual procurou afastar-se de Bush e questionou o julgamento de Obama.
Ele classificou o senador de oponente "formidável", mas que não mostrou disposição de deixar de lado interesses partidários. "Ele é um homem impressionante, que deixa uma grande primeira impressão", disse McCain, de 71 anos, ex-prisioneiro de guerra no Vietnã. "Mas ele não tem mostrado disposição de tomar decisões difíceis, de desafiar o seu partido, de arriscar receber críticas dos seus simpatizantes e trazer a verdadeira mudança para Washington. Eu tenho."(X)
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Bush parabeniza Obama por conseguir indicação democrata0
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, parabenizou o senador Barack Obama por conseguir a indicação do Partido Democrata para concorrer à eleição presidencial do país, em novembro, informou a porta-voz da Casa Branca nesta quarta-feira.
"O presidente Bush parabenizou o senador Obama por alcançar a indicação para presidente do Partido Democrata", disse a porta-voz Dana Perino.
"Ele sabe por experiência própria que o processo de indicação presidencial é exaustivo, e o senador Obama percorreu todo o caminho para ser o indicado do partido."
Perino disse que Bush não falou pessoalmente com Obama.
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Possíveis candidatos democratas a vice de Obama
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Barack Obama, senador norte-americano por Illinois, reivindicou a nomeação democrata na terça-feira e já deu o primeiro passo para escolher o seu vice-presidente.
Obama pediu a Jim Johnson, ex-chefe da Fannie Mae, gigante do ramo de hipotecas, que começasse a pesquisar potenciais candidatos para a vice-presidência, segundo reportagens. Johnson desempenhou uma tarefa parecida para os candidatos democratas John Kerry, em 2004, e Walter Mondale, em 1984.
Confira a lista de possíveis candidatos democratas à vice-presidência, em ordem alfabética:
* Joseph Biden, 65 - O senador por Delaware, chefe do Comitê de Relações Internacionais do Senado, é um renomado especialista em política internacional que daria a Obama autoridade no assunto. Mas Obama pode não querer que outro senador consiga a vaga, para reforçar a sua mensagem de campanha, que diz que a sua candidatura tem a ver com mudança e com o futuro.
* Wesley Clark, 63 - General do Exército aposentado e ex-comandante da Otan, Clark tentou concorrer à Presidência em 2004, mas não conseguiu. Ele é um forte aliado de Hillary Clinton, o que pode ajudar a unificar o partido e auxiliar bastante nas questões de segurança nacional. Todavia, a sua campanha não foi forte em 2004. É improvável que os democratas se animem com sua candidatura.
* Hillary Clinton, 60 - As pesquisas mostram que há forte apoio ao "time dos sonhos", com Obama e Hillary, a sua principal rival nas primárias. Obama não descarta a opção, que o ajudaria a unificar o partido depois da longa disputa. Mas a senadora por Nova York e ex-primeira-dama também pode trazer complicações, como o retorno do ex-presidente Bill Clinton à Casa Branca. A união de Hillary e Obama pode atrair os apoiadores de Clinton - como as mulheres e trabalhadores brancos - que, até então, estavam relutantes em aceitar Obama.
* Chris Dodd, 64 - O senador por Connecticut fala espanhol fluentemente e é especialista em América Latina. Chefe do Comitê de Negócios Bancários do Senado, ele opunha-se à nomeação de Obama, mas mudou de idéia. Ele ajudaria Obama em economia e política internacional, mas tem as mesmas desvantagens de Biden.
* Chuck Hagel, 61 - Senador republicano por Nebraska, é um veterano da Guerra do Vietnam bastante conservador, mas critica abertamente a Guerra no Iraque. Ele ajudaria Obama a se aproximar de eleitores republicanos e independentes, o que reforçaria a sua promessa de acabar com a divisão entre os partidos.
* Tim Kaine, 50 - O governador da Virginia foi uma das primeiras pessoas a apoiar fortemente Obama e poderia ajudá-lo em um Estado que é tradicionalmente republicano, mas que tem se inclinado para o lado democrata nos últimos anos.
* Sam Nunn, 69 - Ex-chefe do Comitê de Serviços Armados, ele é uma voz do Exército bastante respeitada, mas a sua idade e a sua visão conservadora em algumas questões tornam a união com Obama um pouco estranha.
* Ed Rendell, 64 - O governador da Pensilvânia foi um dos maiores defensores de Hillary e poderia ajudar a conquistar os apoiantes dela, além de aumentar a sua força num estado importante. Ex-procurador e prefeito da Filadélfia, Rendell tem experiência executiva que poderia ajudar Obama.
* Bill Richarson, 60 - Governador do Novo México, hispânico, pode ajudar a ganhar eleitores latinos - a fatia do eleitorado que mais cresce, potencialmente vital. Bom negociador, ex-secretário de Energia e embaixador da ONU, Richardson também traria experiência internacional para a legenda, assim como conhecimento interno sobre Washington.
* Kathleen Sebelius, 60 - Foi governadora do Kansas duas vezes e poderia trazer grandes vantagens a Obama: além de ser mulher e líder de um estado de maioria republicana, ela demonstrou que pode trabalhar com os dois partidos. Mas não foi "testada" no âmbito nacional.
*Ted Strickland, 66 - O governador de Ohio, Estado bastante disputado, é outro grande apoiante de Hillary. Ex-congressista, este é o primeiro mandato dele como governador, logo ele não é muito conhecido nacionalmente.
*Jim Webb, 62 - Senador por Virginia pela primeira vez, veterano do Vietnam e ex-secretário da marinha, escreveu sete romances, incluindo "Campos de Fogo", considerado um dos melhores romances sobre a Guerra do Vietnam. Webb pode ajudar Obama num Estado que tem se inclinado do lado democrata nos últimos anos. (X)
NOVA IORQUE - O senador Barack Obama chega para as eleições gerais com vantagens óbvias: ele é um candidato democrata concorrendo numa atmosfera amarga para os republicanos, numa disputa em que os eleitores estão famintos por mudança e surge de uma campanha em que encheu arena a arena com simpatizantes.
Porém, apesar de seu desejo de voltar a sua atenção totalmente para os ataques que já são feitos pelo senador John McCain e pelo Partido Republicano, Obama ainda tem problemas no seu próprio partido e que podem ofuscar qualquer questão até que ele os resolva: como reparar as relações com a senadora Hillary Clinton e os seus eleitores e se deve oferecer um posto e na sua legenda.
Hillary usou as suas horas finais na longa temporada das primárias para deixar claro que estaria aberta a ser companheira de Obama na legenda. Se existe alguma esperança no círculo democrata de que ela deixaria de pressionar Obama ou de uma declaração representando falta de interesse, ela a desapontou na terça-feira, 3. Dificilmente foi uma surpresa o facto de Obama ter dispensado elogios à Hillary e as suas realizações.
Até que possa lidar com a questão de Hillary, pode ser difícil para Obama dar o próximo passo na sua vitória: apresentar-se a todo eleitorado americano e não somente aos democratas, expondo a sua política ideológica antes que McCain o faça da sua maneira e tentar rectificar alguns dos pontos fracos ressaltados no processo combativo das primárias.
Além disso, existem outras questões. Obama pode sobreviver aos ataques da máquina republicana, que provou nos últimos 20 anos ser capaz de desacreditar os candidatos democratas, particularmente os com limitada experiência em campanhas nacionais?
Será que ele, de acordo com o seu passado eleitoral, é vulnerável ao tipo de ataque que McCain começou na noite de terça, ao tentar retratar Obama como alguém fora de contacto com uma grande parte do país em temas como impostos, governo e ameaças à segurança americana?
Grande parte do optimismo cauteloso da campanha de Obama é baseado nas expectativas de que está será uma eleição para virar a página, em que a revolta profunda com o presidente George W. Bush, assim como com o descontentamento com a Guerra do Iraque e a economia conduzam o Partido Democrata para uma vitória em novembro. Porém, ainda não está claro se estas questões, consideradas substanciais, superarão as questões e valores culturais - como raça, patriotismo e classe -, ou a questão sobre se os eleitores julgarão que Obama, depois de poucos anos no Legislativo de Illinois, tem a experiência necessária para ocupar o Salão Oval.
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Vantagens e desvantagens

Existem vantagens óbvias numa legenda Obama-Hillary. Primeiro, ela ajudaria a curar as feridas entre os eleitores de Hillary, especialmente as mulheres. Alguns dos partidários da senadora sugeriram que ficariam em casa durante as eleições gerais ou votariam em McCain, que fez um apelo explicito pelo apoio desse eleitorado na noite de terça, enquanto tentava almentar a pressão sobre Obama. Hillary ainda daria parte da credibilidade que Obama precisa em política externa, traria os seus próprios doadores de campanha e provavelmente ajudaria a colocar mais Estados na disputa geral.
"Eu penso no mundo para os dois", disse o senador Thomas R. Carper, democrata de Delaware. "Quero vê-los concorrendo como um time". Ainda existe uma apreensão clara, mesmo que não pública, no círculo de Obama sobre se ele teria sabedoria de convidá-la para dividir a legenda. Depois de ganhar tanta atenção com a promessa de levar novos rostos para Washington, o senador estaria a pedir que os eleitores colocassem outro Clinton na Casa Branca, ainda que no posto de vice.
Hillary não vem sozinha; além da sua própria história - e da legião de eleitores que não gostam dela - a senadora ainda traria o ex-presidente Bill Clinton, cuja bagagem pode ser julgada por Obama como maior do que a sua habilidade política, especialmente depois de uma temporada de primárias que prejudicou a reputação do marido de Hillary.
E concorrer como presidente envolva mais uma apresentação de comando e autoridade. Um papel crucial na selecção do vice-presidente é evitar a percepção de que é pressionado a tomar uma decisão por um companheiro de partido em potencial. "Seria um retrocesso escolher Hillary a este ponto da disputa - e ele defende um olhar adiante, promover a mudança", disse Matt Bennett, co-fundador da organização democrata moderada Third Way. "Obama representa uma política fundamentalmente nova. Escolher um Clinton seria por denifição olhar para trás, e não acho que ele queira isso."
Além disso, alguns democratas argumentam que ao invés de produzir uma legenda que seria maior do que a soma das duas partes, a união Obama-Hillary pode ter o efeito oposto, ao afastar os dois grupos de eleitores que relutam em votar num afro-americano e os que não votariam numa mulher. Durante a campanha, Hillary e Obama tiveram um relacionamento que alternou entre o tenso e o estranho. Obama já afirmou num debate que ela seria "suficientemente amigável", e Hillary disse que McCain ofereceria "uma vida inteira de experiência" aos eleitores, enquanto Obama "apresentará um discurso feito em 2002", em referência a um discurso feito em Chicago antes de ser eleito ao Senado, em que se manifestou contra a Guerra do Iraque.
Inevitavelmente, ao passo em que a campanha continuou, as relações entre os dois piorou - exacerbada pela insistência de Hillary de que seria uma candidata mais forte contra McCain; alguns dos comentários de Bill Clinton, de que a consistente oposição de Obama sobre a guerra seria um "conto de fadas"; e a impaciência entre os eleitores de Obama com a decisão de Hillary em permanecer até o fim da disputa.
As acções de Hillary na noite de terça podem não ter aumentando o seu poder de negociação junto a Obama. Intencionalmente ou não, os seus comentários roubaram a cena, fazendo com que Obama se lembre dela de muitos modos, inclusive que ela é um personagem difícil de ser retirado do palco.(X)

Obama vence histórica nomeação e disputará Casa Branca

WASHINGTON - Barack Obama conquistou a indicação do Partido Democrata para disputar a Presidência dos Estados Unidos, ascendendo da obscuridade política para se tornar o primeiro negro a concorrer à Casa Branca com chances de ser eleito.
A rival Hillary Clinton, uma ex-primeira dama que entrou na corrida há 17 meses como favorita, parabenizou Obama, mas não admitiu a derrota. A senadora de Nova York disse que se reuniria com líderes partidários e apoiadores para saber qual será seu próximo passo.
O aumento de apoios de delegados não comprometidos ajudou a dar a Obama os 2.118 votos necessários para a nomeação, que teve as suas duas últimas primárias na terça-feira, com uma vitória de Obama em Montana e outra de Hillary na Dakota do Sul.
Obama deve aceitar a indicação na convenção democrata em agosto e vai enfrentar o republicano John McCain em novembro para suceder o presidente George W.Bush.
"Hoje à noite, nós marcamos o fim de uma jornada histórica com o começo de outra", disse Obama na celebração da vitória em St. Paul, no Estado de Minnesota, no local da convenção republicana, em setembro.
"Hoje eu posso ficar diante de vocês e dizer que eu serei o candidato democrata para presidente dos Estados Unidos", disse ele a cerca de 17.000 partidários.
A vitória de Obama sobre Hillary, projectada por redes de TV norte-americanas, veio de uma das mais acirradas disputas pela nomeação na história recente dos EUA. Cinco meses de votações e 54 idas às urnas encerraram na terça-feira com as participações nos Estados de Montana e Dakota do Sul.
Hillary, que teria sido a primeira mulher a concorrer à Presidência na história norte-americana, venceu na Dakota do Sul, somando mais de 1.900 delegados na sua campanha.
Diante da derrota, Hillary disse a membros nova-iorquinos do Congresso que estaria aberta à possibilidade de se tornar candidata a vice-presidente. Os partidários dela começaram a pressionar Obama para aceitá-la na legenda.
Ela disse aos seus partidários em Nova Iorque que trabalharia para unir o partido. Mas não admitiu a derrota.
"Essa foi uma campanha longa e eu não vou tomar nenhuma decisão hoje à noite", disse ela. "Nos próximos dias eu vou me reunir com os meus apoiantes e líderes partidários para determinar como ir adiante, com os melhores interesses do nosso partido e do meu país guiando o meu caminho."
McCain iniciou a sua disputa contra Obama com um comício em Louisiana, onde procurou distanciar-se de Bush e questionar a capacidade de julgamento de Obama. Ele chamou Obama de oponente "formidável", mas que não mostrou disposição de colocar de lado os interesses partidários.
"Ele é um homem impressionante, que dá uma óptima primeira impressão", afirmou McCain, 71, ex-prisioneiro da Guerra do Vietnam, a respeito de Obama. "Mas ele não se tem mostrado disposto a tomar decisões difíceis, desafiar o partido dele, arriscar-se às críticas dos seus partidários para trazer mudança de verdade para Washington. Eu fiz isso."
Obama questionou a extensão da independência de McCain e tentou ligá-lo a Bush.
NÃO TÃO INDEPENDENTE
"Apesar de John McCain poder legitimamente se vangloriar de momentos de independência do seu partido no passado, essa independência não tem sido a marca da sua campanha presidencial", afirmou.
"Existem muitas palavras para descrever a tentativa de John McCain de dissimular a sua adopção das políticas de George Bush como se fossem apartidárias e novas. Mas mudança não é uma delas."
Obama, 46, está no seu primeiro mandato no Senado dos EUA e seria o quinto presidente mais jovem da história se eleito. Ele era um senador no Estado de Illinois quando apareceu no cenário nacional com um celebrado discurso na convenção democrata de 2004.
A desgastante batalha dele contra Hillary dividiu o partido. Os eleitores mais bem educados, os mais endinheirados, os negros e os jovens maioritariamente apoiaram Obama, enquanto os latinos, os mais velhos e os brancos da classe média uniram- se principalmente em torno de Hillary.
Obama iniciou a disputa como azarento diante de Hillary, uma das mais conhecidas políticas norte-americanas, mas com alta rejeição.
Rapidamente ele conseguiu uma poderosa máquina de arrecadação que marcou recordes financeiros sucessivos para uma campanha presidencial e teve uma importante vitória inicial no Estado de Iowa, onde Hillary terminou em terceiro lugar.
Ele atraiu multidões ao longo da corrida, incluindo 75 mil em Oregon no maior comício político na história recente dos EUA.
Depois de bater Hillary, Obama a elogiou.
"A senadora Hillary Clinton fez história nesta campanha não apenas porque ela é uma mulher que fez o que nenhuma mulher fez antes, mas porque ela é uma líder que inspira milhões de americanos", afirmou.(X)

Raúl Castro completa 77 anos entre a esperança

HAVANA (Reuters) - Raúl Castro completa esta terça-feira 77 anos de vida e 100 dias como presidente de Cuba, um governo que vem despertando esperanças de mudanças após os 49 anos sob o comando do seu irmão Fidel.
Numa idade em que a maioria dos homens se aposenta, Raúl Castro toma medidas para modernizar a economia estatal. Até assumir o poder interinamente devido a uma doença de Fidel, em julho de 2006, Raúl, que era ministro da Defesa, tinha a reputação de ser sério e pragmático, mas menos carismático que o irmão. Havia dúvidas se os cubanos o aceitariam como líder.
Agora, Raúl e as suas reformas dominam a discussão política em Cuba, e de certa forma, ele tornou-se a personificação da esperança.
O governo diz que Fidel, de 81 anos, continua envolvido nas decisões, mas os cubanos em geral creditam a Raúl algumas medidas populares, como a venda de celulares e computadores, a descentralização da produção agrícola e a permissão para que os cubanos se hospedem em hotéis antes restritos.
"Eu construía hotéis, mas depois não podia nem chegar perto", disse o pedreiro Julio, 32 anos. "Agora não posso ir porque são caros, mas pelo menos não me proíbem."
O manobrista Ismael, de 62 anos, diz que consegue observar a mudança porque agora ele tem mais trabalho. "Há mais carros nas ruas, mais turistas, as pessoas saem mais. Raúl quer saber o que as pessoas pensam e querem, e vimos a mudança em pouquíssimo tempo."
O governo comprou autocarros e acabou com o tecto salarial, de modo a estimular a produtividade.
"As pessoas ficaram surpresas pelas mudanças que Raúl fez. O transporte melhorou, e isso era impossível de imaginar há seis meses", disse a farmacêutica Rita del Carmen, 49 anos.
Mas também há quem veja nessas medidas apenas uma maquiagem numa revolução decadente. "Nada mudou para a maioria das pessoas. Estão só a tentar apegar-se ao poder", disse Pedro, 60 anos, funcionário de um hotel.
O governo dos EUA, notando a ausência de reformas políticas, nega que haja mudanças significativas em Cuba. "O que precisa mudar é que eles libertem presos políticos - precisam permitir os direitos humanos fundamentais, precisam permitir eleições livres, liberdade de expressão", disse numa recente entrevista o secretário norte-americano de Comércio, Carlos Gutierrez.
Num discurso, o presidente George W. Bush ridicularizou as reformas, que chamou de "piada cruel".
Mas Philip Peters, especialista sobre Cuba do Instituto Lexington, da Virginia, disse que os cubanos "agora têm, pela primeira vez em muito tempo, a sensação de que este governo está a fazer algo, tratando de algumas das suas muitas insatisfações, e politicamente isso deixou Raúl Castro numa condição muito mais forte."
Julia Sweig, do Conselho de Relações Internacionais, de Washington, previu que "daqui a um ano vamos olhar para trás e localizar ainda mais mudanças, mudanças mais substanciais".
"A verdade é que em bem pouco tempo essa já não será a Cuba de Fidel", disse ela.(X)

Fome: 850 milhões não tem o que comer

São 191 os representantes dos países membros das Nações Unidas que estão reunidos em Roma durante três dias para discutir a subida dos preços dos alimentos e as dramáticas consequências nos países mais pobres.
Ontem, foram avançadas algumas soluções para resolver a crise alimentar global.
Produzir mais. Esta é a solução mais simples para a actual crise alimentar, provocada pela escalada dos preços das matérias-primas agrícolas e pelo aumento dos custos de produção - em especial devido aos recordes dos combustíveis.
A ideia foi partilhada, ontem, pelo secretário-geral das Nações Unidas, aos participantes da reunião extraordinária da Organização para a Alimentação e Agricultura, FAO, em Roma.
Ban Ki-Moon sublinhou que a produção mundial de alimentos terá de crescer em 50% até 2030 para responder ao previsível aumento da procura. E falou de uma oportunidade histórica para revitalizar a agricultura. Este encontro ganhou contornos invulgarmente políticos devido à crise alimentar provocada pelo aumento para o valor mais alto em 30 anos do custo dos alimentos, a preços reais.
Segundo os números da FAO, a actual crise provocou situações de fome em perto de 100 milhões de pessoas em todo o mundo.
A emergência do actual contexto levou a que muitos dos principais responsáveis políticos fizessem questão de estar em Roma durante o encontro que dura até amanhã . Segundo Ban Ki-Moon, os governos puseram de lado decisões muito difíceis, nestes últimos tempos, e subestimaram a necessidade de investimentos na agricultura, o que levou a que o mundo inteiro esteja hoje a pagar um preço demasiado alto.
O presidente do Brasil, Lula da Silva, reafirmou, por seu turno, a prioridade do seu governo com o programa “Fome Zero”, ou seja três refeições por dia nas escolas.
E, citando os mais de 800 milhões de pessoas em todo o mundo que cada noite se deitam sem jantar, propôs encontros anuais entre países desenvolvidos e outros em vias de desenvolvimento como forma de arranjar novas fontes e recursos de financiamentos.
O presidente brasileiro solicitou ainda a eliminação total dos subsídios agrícolas nos países industrializados, acrescentando que é preciso evitar que a culpa do preço dos alimentos recaia e afecte os mais pobres.
Em 2008, a produção dos cereais crescerá 3,8% , mas os preços não vão baixar, devido à necessidade de reconstituir reservas alimentares e pela cada vez maior procura na China e Índia.
Segundo Jacques Diouf, director-geral da FAO, não há mais tempo para conversas, a instabilidade climática e os desastres dos últimos anos, provocam anualmente 262 milhões de vítimas de calamidades naturais, dos quais 98% vive em países em desenvolvimento.
Outro factor que está ligado à emergência alimentar é o dos biocombustíveis, cuja procura aumentará em 12 vezes até 2016, passando de 15 a 110 milhões de toneladas, declarou Diouf, que aproveitou para pedir aos líderes mundiais 30 mil milhões de dólares anuais para relançar a agricultura.
Num discurso empolgado, o director geral da FAO, indicou que em 2006 o mundo gastou 1,2 mil de dólares em armamento, enquanto se estragou comida no valor de 100 mil milhões de dólares. E o excesso de consumo por pessoas obesas chegou a 20 mil milhões a nível mundial.
Relançando o desafio contra a fome durante esta cimeira em Roma, o primeiro ministro espanhol, José Luís Zapatero, propôs uma nova conferência ainda este ano, para decidir uma Carta sobre a Segurança Alimentar, já que, no seu entender, as instituições internacionais não têm sabido dar resposta às emergências económicas e sociais destes últimos anos.(X)

Moçambique: Queimadas descontroladas destroem as nossas florestas

MOÇAMBIQUE perde anualmente cerca de 219 mil hectares de florestas, o equivalente a mais de 405.500 campos de futebol, devido sobretudo à exploração ilegal dos recursos nelas existentes, à prática de agricultura itinerante e às queimadas descontroladas, segundo resultados do último inventário florestal nacional recentemente encomendado pelo Governo. Foi reconhecendo o impacto negativo que as más práticas produzem sobre o equilíbrio ambiental que Moçambique adoptou para este ano o lema “Não Às Queimadas Descontroladas! Reduza a Pobreza”, para as comemorações do Dia Mundial do Ambiente, que amanhã se celebra.
Segundo dados disponíveis, são várias as iniciativas desenvolvidas pelo país fora visando contrariar a actual tendência de desmatação, uma das quais está presentemente em curso em três comunidades do distrito de Cheringoma, em Sofala, onde o Governo local, coadjuvado por algumas organizações de defesa do meio ambiente, disponibiliza terra às famílias para o plantio de árvores, incluindo fruteiras.
Como prémio, cada agregado recebe anualmente 3.500 meticais por cada 50 árvores que mantiver vivas, o que, além de estimular o plantio de cada vez mais árvores, leva as famílias a envolverem-se com cada vez maior interesse no combate às queimadas descontroladas, reconhecendo que elas podem destruir as plantas e, consequentemente, reduzir o valor do prémio monetário instituído.
Num outro exemplo de conservação, as autoridades distritais de Cheringoma, em coordenação com os seus parceiros, introduziram um projecto de apicultura, ao abrigo do qual forneceram equipamentos a camponeses de diversas comunidades, que também se envolvem com afinco no combate às queimadas em defesa das colmeias que eles próprios instalaram nas florestas.
Sobre as comemorações do Dia Mundial do Ambiente, cujas cerimónias centrais terão lugar no distrito de Morrumbala, na Zambézia, o Governo refere, em comunicado distribuído à Imprensa, que a ideia é aproveitar o ensejo para sensibilizar e promover acções locais de prevenção das queimadas descontroladas, cujo impacto nocivo se faz sentir de forma particularmente grave nos meios rurais. Segundo o Executivo, as queimadas destroem a flora e fauna, a paisagem, o verde dos campos e fomentam a pobreza nas comunidades.
Sobre a destruição das florestas, o movimento Amigos da Floresta, uma coligação de organizações não-governamentais e pessoas singulares envolvidas na protecção ambiental, considera encorajadora a abertura ao diálogo que vem sendo manifestada pelas autoridades do sector, sustentando que só uma acção coordenada, envolvendo vários sectores e áreas de conhecimento, poderá tornar efectiva a exploração sustentável dos recursos florestais. Segundo Carlos Serra Júnior, activista daquele movimento, o maior problema gerado pelas queimadas não é o fogo em si, mas a frequência e a intensidade com que ele é ateado nas florestas, razão por que o assunto das florestas deve ser visto como um problema do Estado e não apenas de um sector, no caso da Agricultura.
“O maior problema é que não tem havido pensamento integrado. Cada um trabalha com os olhos postos naquilo que lhe interessa. É preciso actuar depressa, porque os erros de hoje podem agravar os problemas da pobreza amanhã, uma vez que a floresta é a fonte da vida. Vamos ter de encontrar modelos adequados para endereçar a questão da educação ambiental, porque precisamos de assegurar que, ensinando boas práticas hoje às crianças, teremos amanhã jovens e adultos com uma postura diferente e mais favorável ao uso sustentável dos recursos”, disse Serra.(X)