João Gilberto foi generoso com o público de São Paulo que foi assistir ao seu concorrido show na noite desta quinta-feira, 14, no Auditório Ibirapuera.
Sem fazer reclamar do som ou do ar-condicionado, como bastas vezes tem acontecido, o cantor e violonista ícone da Bossa Nova compensou o longo atraso de mais de uma hora e meia do início da apresentação com um bis de 10 músicas.
Foram 30 canções ao todo. A última delas, Garota de Ipanema, de Tom Jobim e Vinícius de Morais. João pediu desculpas pelo atraso, justificando-se com o cansaço da viagem de regresso de Nova Iorque, onde esteve recentemente.
O pedido de desculpas foi aceito com aplausos.
Um momento inusitado do show foi a homenagem que fez a Henry Maksoud, dono do Hotel Maksoud Plaza. "Ele inventou um hotel... é o castelo da hospitalidade. É tão lindo, aquela varanda...", divagou o baiano, que volta a apresentar-se nesta sexta-feira, 15, no Auditório Ibirapuera.
Lá fora, havia uma certa confusão com gente a chorar porque os seus nomes não estavam na lista de convidados do cantor. É que João Gilberto mandou avisar por meio da imprensa que queria ter na platéia amigos de São Paulo que ele há muito tempo não via. Muitos vieram. Um deles foi Álvaro de Moya, jornalista, escritor, produtor, ilustrador e director de cinema e televisão, que trabalhou com o cantor na TV Excelsior nos anos 60. Moya lembrou de quando o recebia no programa e se divertiu muito numa ocasião em que João e Orlando Silva (a quem ele imitava no início da carreira) se encontraram no programa. "Bibi Ferreira pediu para João imitar Orlando e ele imitou."
O poeta Galvão, dos Novos Baianos, foi outro desses convidados e trouxe a sua banda. "Não falei com ele esses dias, porque quando está perto de fazer show, é muito difícil encontrar João", disse. Galvão é um dos privilegiados a frequentar a intimidade do pai da bossa nova. "Ele toca pra mim no apartamento, estou acostumado a vê-lo a trabalhar nas canções, mas mesmo assim, toda vez que vou a show dele, sempre tem uma surpresa." No hall do Auditório figuravam ilustres, como Manuel Pires da Costa, presidente da Bienal, Roberto Civita, presidente do Grupo Abril, o publicitário Nizan Guanaes, o actor Wagner Moura e o produtor Nelson Motta.
Depois de uma breve apresentação de Homem de Melo, João Gilberto entrou no palco às 22h37, trazendo seu violão, bastante aplaudido. Sentou-se na cadeira de madeira que os contra-regras haviam trazido dez minutos antes, junto com um apoio para os pés, os dois microfones e um banquinho onde acomodaram uma toalha, uma garrafa de água e um copo.
Desculpas
O cantor começou o show às 22h38 pedindo desculpas pelo longo atraso. "Vocês me desculpem o atraso. Dizem que eu atraso, mas não atraso, não. É que tive de fazer uma viagem anteontem e cheguei atrasado", justificou. "Vocês me desculpem", repetiu. Em seguida, abriu o roteiro de canções com o clássico Aos Pés da Cruz, de Marino Pinto e Zé da Zilda. Perto do fim da música, para espanto geral, entrou o sinal sonoro de desligamento de um computador, provavelmente aquele utilizado antes para exibir a programação da casa.
E quem disse que show de João não tem surpresa? Pois foi o que aconteceu na segunda música, quando interpretou um bem-humorado e desconhecido samba que fala de uma "nega macumbeira" que "tem um 13 de ouro pendurado no pescoço" e "se vê um gato preto dá doce pra Cosme e Damião".
O primeiro clássico da bossa nova veio em seguida, Wave, de Tom Jobim. Foi quando surgiram projecções de imagens caleidoscópicas no telão ao fundo, algo não muito comum nos shows de João, que em seguida cantou Caminhos Cruzados (também de Jobim, com Newton Mendonça). Ao final da canção, agradeceu: "Obrigado. São Paulo, I love you."
Antes de interpretar Doralice, de Dorival Caymmi (a mais aplaudida até então), foi que João teceu loas a Henry Maksoud, elogiando o "castelo de hospitalidade" que é o hotel. "É tão lindo, aquela varanda." E continuou: "Me desculpem vocês, um beijo, Henry." Explicou também que a pulseira no punho esquerdo não era um enfeite, mas "um bracelete astrológico". Houve comentários de que o atraso não foi por conta de viagem nenhuma, mas que ele estava a jantar com Maksoud no hotel.
De todo modo, a espera compensou. Entre outros clássicos, ele ainda cantou Rosa Morena (Dorival Caymmi) e Desafinado (Tom Jobim/Vinicius de Moraes). Após 20 músicas, João Gilberto deixou o palco, mas retornou para o bis, presenteando o público com mais 10 canções e finalizando a apresentação, à 0h05, com Garota de Ipanema.
Sem fazer reclamar do som ou do ar-condicionado, como bastas vezes tem acontecido, o cantor e violonista ícone da Bossa Nova compensou o longo atraso de mais de uma hora e meia do início da apresentação com um bis de 10 músicas.
Foram 30 canções ao todo. A última delas, Garota de Ipanema, de Tom Jobim e Vinícius de Morais. João pediu desculpas pelo atraso, justificando-se com o cansaço da viagem de regresso de Nova Iorque, onde esteve recentemente.
O pedido de desculpas foi aceito com aplausos.
Um momento inusitado do show foi a homenagem que fez a Henry Maksoud, dono do Hotel Maksoud Plaza. "Ele inventou um hotel... é o castelo da hospitalidade. É tão lindo, aquela varanda...", divagou o baiano, que volta a apresentar-se nesta sexta-feira, 15, no Auditório Ibirapuera.
Lá fora, havia uma certa confusão com gente a chorar porque os seus nomes não estavam na lista de convidados do cantor. É que João Gilberto mandou avisar por meio da imprensa que queria ter na platéia amigos de São Paulo que ele há muito tempo não via. Muitos vieram. Um deles foi Álvaro de Moya, jornalista, escritor, produtor, ilustrador e director de cinema e televisão, que trabalhou com o cantor na TV Excelsior nos anos 60. Moya lembrou de quando o recebia no programa e se divertiu muito numa ocasião em que João e Orlando Silva (a quem ele imitava no início da carreira) se encontraram no programa. "Bibi Ferreira pediu para João imitar Orlando e ele imitou."
O poeta Galvão, dos Novos Baianos, foi outro desses convidados e trouxe a sua banda. "Não falei com ele esses dias, porque quando está perto de fazer show, é muito difícil encontrar João", disse. Galvão é um dos privilegiados a frequentar a intimidade do pai da bossa nova. "Ele toca pra mim no apartamento, estou acostumado a vê-lo a trabalhar nas canções, mas mesmo assim, toda vez que vou a show dele, sempre tem uma surpresa." No hall do Auditório figuravam ilustres, como Manuel Pires da Costa, presidente da Bienal, Roberto Civita, presidente do Grupo Abril, o publicitário Nizan Guanaes, o actor Wagner Moura e o produtor Nelson Motta.
Depois de uma breve apresentação de Homem de Melo, João Gilberto entrou no palco às 22h37, trazendo seu violão, bastante aplaudido. Sentou-se na cadeira de madeira que os contra-regras haviam trazido dez minutos antes, junto com um apoio para os pés, os dois microfones e um banquinho onde acomodaram uma toalha, uma garrafa de água e um copo.
Desculpas
O cantor começou o show às 22h38 pedindo desculpas pelo longo atraso. "Vocês me desculpem o atraso. Dizem que eu atraso, mas não atraso, não. É que tive de fazer uma viagem anteontem e cheguei atrasado", justificou. "Vocês me desculpem", repetiu. Em seguida, abriu o roteiro de canções com o clássico Aos Pés da Cruz, de Marino Pinto e Zé da Zilda. Perto do fim da música, para espanto geral, entrou o sinal sonoro de desligamento de um computador, provavelmente aquele utilizado antes para exibir a programação da casa.
E quem disse que show de João não tem surpresa? Pois foi o que aconteceu na segunda música, quando interpretou um bem-humorado e desconhecido samba que fala de uma "nega macumbeira" que "tem um 13 de ouro pendurado no pescoço" e "se vê um gato preto dá doce pra Cosme e Damião".
O primeiro clássico da bossa nova veio em seguida, Wave, de Tom Jobim. Foi quando surgiram projecções de imagens caleidoscópicas no telão ao fundo, algo não muito comum nos shows de João, que em seguida cantou Caminhos Cruzados (também de Jobim, com Newton Mendonça). Ao final da canção, agradeceu: "Obrigado. São Paulo, I love you."
Antes de interpretar Doralice, de Dorival Caymmi (a mais aplaudida até então), foi que João teceu loas a Henry Maksoud, elogiando o "castelo de hospitalidade" que é o hotel. "É tão lindo, aquela varanda." E continuou: "Me desculpem vocês, um beijo, Henry." Explicou também que a pulseira no punho esquerdo não era um enfeite, mas "um bracelete astrológico". Houve comentários de que o atraso não foi por conta de viagem nenhuma, mas que ele estava a jantar com Maksoud no hotel.
De todo modo, a espera compensou. Entre outros clássicos, ele ainda cantou Rosa Morena (Dorival Caymmi) e Desafinado (Tom Jobim/Vinicius de Moraes). Após 20 músicas, João Gilberto deixou o palco, mas retornou para o bis, presenteando o público com mais 10 canções e finalizando a apresentação, à 0h05, com Garota de Ipanema.
Sem comentários:
Enviar um comentário