Pelo mundo fora


contador gratis

Cascatas da Namaacha: sete anos depois da seca

domingo, 18 de outubro de 2009

Uma tremenda farra

Os parceiros musicais Roberto e Erasmo Carlos já declararam a sua afeição mútua na antológica canção “Amigo”. Na vida privada, as proclamações de amizade são menos convencionais. Nos anos 80, num restaurante de Los Angeles, Roberto repreendeu Erasmo pela sua suposta falta de asseio: o Tremendão – como é conhecido desde os tempos da jovem guarda, movimento que lançou o rock brasileiro nos anos 60 – não havia lavado as mãos antes de ir aos lavabos. Hipocondríaco, conhecido pelas suas estranhas manias, Roberto Carlos tentou convencer o parceiro de que o órgão sexual masculino é uma peça frágil, susceptível a todo tipo de infecção – tocá-lo com as mãos sujas indicaria descuido com o próprio corpo.

Para provar a sua sintonia com o corpo, Erasmo embarcou numa candente defesa do próprio instrumento (não musical, bem entendido). "Ele obedece-me, entende-me, está sempre pronto para a guerra. É o meu melhor amigo", disse. "Ele já te emprestou dinheiro?", perguntou Roberto. E, diante da negativa de Erasmo, concluiu: "Então eu sou o seu melhor amigo". Esse diálogo esquisito é uma das muitas anedotas incluídas por Erasmo em “Minha Fama de Mau”, que chega a partir de sexta-feira às livrarias.

Despretensioso e muito bem-humorado, o livro, com texto final do jornalista Leonardo Lichote, não é uma autobiografia minuciosa do cantor – trata-se antes de uma espécie de álbum de memórias, uma reunião de casos vividos por Erasmo em cinquenta anos de carreira, com flagrantes impagáveis da música brasileira do período.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Filme “A Ilha dos Espíritos” apresentado na sede da UNESCO em Paris

O filme moçambicano, “A Ilha dos Espíritos”, sobre a Ilha de Moçambique, foi projectado para um auditório constituído pelos participantes da 35ª. Conferência Geral da Organização para a Educação, Ciência e Cultura das Nações Unidas (UNESCO), que decorreu na sua sede, Paris, semana passada. A projecção fez parte de uma sessão especial sobre Moçambique, que teve como tema a “Diversidade Cultural e Desenvolvimento Sustentável”.

“A Ilha dos Espíritos”, um documentário de 63 minutos, foi realizado por Licínio de Azevedo e co-produzido pela Ebano Multimédia e Technoserve. Foi estreiado durante o IV Dockanema, Festival do Filme Documentário, que decorreu em Maputo de 11 a 20 de setembro último.

A película aborda a história da Ilha de Moçambique, que muito antes de dar o nome ao país, durante séculos, teve um papel fundamental no Oceano Índico, como ponto de escala para navegadores do Oriente e do Ocidente que procuravam alargar as fronteiras do mundo conhecido até então. Nela (película) intervêem um historiador especializado na ilha e um arqueólogo marítimo que traz à superfície tesouros há muito perdidos em naufrágios.

O quotodiano dos habitantes da Ilha de Moçambique, actividades, hábitos, cultura, é nos dado a conhecer por inúmeros outros personagens: um pescador que relata as aventuras na sua frágil embarcação; o “porteiro” da ilha que controla quem entra e sai dela pela ponte que a liga ao continente; uma famosa dançarina e animadora cultural; uma coleccionadora de capulanas e jóias antigas; uma conhecedora dos seres mágicos que povoam o imaginário colectivo dos ilheus.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

11 de setembro: o inferno em Nova Iorque

Nesta sexta-feira completam oito anos de um dos maiores atentados da história. A 11 de setembro de 2001, quatro aviões foram sequestrados nos EUA.

Dois atingiram as torres do World Trade Center, em Nova Iorque, outro atingiu o Pentágono e um quarto caiu em Shanksville, na Pensilvânia.

Os ataques fizeram mais de 3.000 mortos. No Slide que apresentamos, imagens dos atentados. (Fotos: AP)

“O 11/9 foi uma fraude”, diz Charlie Sheen

Oito anos após os atentados contra o World Trade Center, em Nova York, teorias conspiratórias ainda produzem eco dentro e fora dos Estados Unidos. Uma delas acaba de ser reavivada pelo actor Charlie Sheen, para quem "a história oficial do 11/9 foi uma fraude". O astro da série "Two and a Half Men" foi mais longe, e pediu ao presidente Barack Obama que abrisse uma nova investigação sobre os ataques.

O apelo foi feito dois dias antes do aniversário dos atentados na forma da transcrição de um encontro fictício com o líder americano, publicada no site www.prisonplanet.com, do radialista Alex Jones. Nela, Sheen afirma que o governo de George W. Bush estava por trás dos ataques, que seriam, na verdade, apenas um pretexto para invadir o Iraque. A comissão criada para investigar o caso, segundo o actor, foi uma tentativa de encobrimento.

Sheen sugeriu ainda que Osama Bin Laden trabalhava para a CIA na ocasião e questionou como os passaportes que identificavam os sequestradores dos aviões resistiram às chamas. "Não podemos permitir que governos continuem a tocar a sua agenda política explorando pretextos forjados", disse o astro, acrescentando que a população está a acordar para a "bandeira falsa do terrorismo".

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

The Beatles: integral remasterizada e jogo hoje nas lojas

A edição integral das canções remasterizadas digitalmente dos Beatles chega hoje ao mercado, acompanhada por textos que contextualizam a evolução da banda e fotos inéditas, tal como o jogo de vídeo "The Beatles: Rock Band".

"A ideia que presidiu à feitura dos textos foi contextualizar historicamente cada álbum, isto é, dar a conhecer além da informação relacionada com o álbum, as outras coisas que os Beatles estavam a fazer como digressões, espectáculos para a rádio e para a televisão, digressões, etc..", disse Kevin Howlett, um dos autores dos textos.

Outro autor dos textos é Mike Heatley, que sublinhou que os "fabulous four" tinham "uma agenda cheia e eram muito solicitados, acrescentando a tudo isto o facto de terem gravado dois álbuns por ano".

"Procurou-se dar uma cronologia tão exaustiva quanto possível, e, por outro lado, às fotografias já conhecidas da edição de 1987 juntar mais fotografias, algumas inéditas", disse Heatley.

"O que fizemos foi tentar acompanhar o grupo, e há muito material de arquivo que permite perceber a sua evolução, até das canções, e logo ter um ideia mais próxima do seu modo de trabalhar", disse Howlett.

O investigador referiu que "há por exemplo as 'masters' de cada fase de gravação de uma canção, permitindo perceber assim como a foram construindo".

Para este trabalho "foi essencial o arquivo dos Beatles nos estúdios de Abbey Road, a cargo de Alan Ralph", disse Howlett.

Os textos permitirão, segundo os investigadores, "conhecer algumas curiosidades da banda de Liverpool, e sistematizar a sua história".

Mike Heatley referiu que os álbuns editados pelos Beatles no reino Unido e na Europa eram diferentes dos editados nos Estados Unidos, "havendo variações por exemplo no alinhamento. Só a partir do álbum 'Sergent Peper's'[Junho de 1967] é que passaram a ser iguais".

Neste caso os Beatles não se distinguiram de outros artistas, pois segundo Heatley "isso acontecia frequentemente com outros artistas na década de 1960".

"Para se ser grande nos Estados Unidos é preciso ter-se um comportamento e atitude diferente da que se tem no seu país de origem", referiu o investigador.

Heatley deu ainda outros exemplos como singles editados nos Estados Unidos que não o foram no Reino Unido, caso de "Let it be", ou vice-versa.

A canção "Eight days a week", outro exemplo, foi single nos Estados Unidos, sem nunca ter entrado em qualquer álbum, contou.

A EMI e a Apple disponibilizam a discografia completa em duas caixas e também os CD avulso.

Uma caixa completa com a remasterização digital em estéreo, constituída por 16 CD, dois deles duplos, e um DVD, no valor de 230 euros, e outra, intitulada "The Beatles in Mono" que reúne todas as gravações do grupo que foram misturadas para edições em mono na década de 1960, e o DVD, com o custo de 270 euros.

Vendidos à unidade, os CD custarão cada um, 16.95 euros, enquanto os dois CD duplos, "White album" e "Past masters", 24.95.

Os dois investigadores concordam que "todas as gerações acabam à sua maneira por descobrir a música dos Beatles, que é de excelente qualidade. Se era boa na década de 1960, é também agora e será sempre"

Bee Gees reúnem-se para concertos, seis anos após a morte do irmão

Robin e Barry Gibb têm planos para novos concertos, seis anos após a morte de Maurice, o terceiro elemento dos Bee Gees. O anúncio foi feito pelo próprio Robin à BBC, dizendo que os dois irmãos estiveram juntos recentemente em Miami, onde terão acordado ensaios e uma série de concertos agendados para muito breve.

sábado, 5 de setembro de 2009

Sandokan, inédito de Hugo Pratt, e adaptado para o teatro na Rádio Moçambique, chegou às livrarias em França

Uma versão em banda desenhada de Sandokan, "O Tigre da Malásia", da autoria de Hugo Pratt, acaba de ser editada em França pela editora Casterman, meses após a publicação em Itália.

A banda desenhada foi encomendada a Hugo Pratt, no final dos anos 1960, pelo "Corriere dei Piccoli", um suplemento infantil do diário italiano "Corriere della Sera", mas manteve-se inédito até aos nossos dias provavelmente devido ao êxito de “Corto Maltese”, que o autor começou a desenvolver na mesma época, lê-se no site da editora francesa.

Sandokan, “O Tigre da Malásia”, foi muito popular em Moçambique nos finais da década de 70, quando a Rádio Moçambique decidiu passar a obra para o teatro radiofónico no programa “Cena Aberta”.

A saga foi adaptada por Gulamo Khan e Leite de Vasconcelos e realizada por Álvaro Belo Marques, Carlos Silva e António Scwhalback.

Teodósido Mbanze, hoje assessor jurídico da Rádio Moçambique, desempenhou o principal papel, “Sandokan”, enquanto Machado da Graça representou o de James Bruck, Santa Rita (hoje nos EUA) esteve no papel do “português” Eanes e Teresa Sá Nogueira, já falecida, era a bela e misteriosa jovem inglesa - Lady Mariana.

O “Cena Aberta” de Sandokan, “O Tigre da Malásia” da Rádio Moçambique, era transmitido todos os dias depois do noticiário das 21 com uma audiência tal que as ruas da cidade de Maputo ficavam desertas àquela hora para escutar as peripécias do príncipe malaio, inimigo dos ingleses.

Recorde-se que à época não existia em Moçambique nenhum canal de televisão, pelo que a Rádio era o único meio de comunicação acessível à quase totalidade dos moçambicanos. A televisão só viria a ser instalada em Moçambique em 1980, a TVExperimental, nas mãos do governo, com José Luís Cabaço à frente do projecto.

Já sem uma audiência por aí além, o “Cena Aberta” continua a ser transmitido na empresa moçambicana de radiodifusão pública, aos sábados, as 21 horas.

Gulamo Khan e Leite de Vasconcelos, já falecidos, Santa Rita e Machado da da Graça, foram jornalistas da Rádio Moçambique.

História do “Tigre da Malásia”
A história do “Tigre da Malásia” não foi alimentada por Pratt além de desenhos e pranchas dispersos, tendo sido posta de lado por volta de 1973, quando o "Corriere della Sera" se limitava a uma trintena de páginas. Esquecidas numa caixa na editora, as pranchas da história inacabada de Sandokan de Pratt foram finalmente redescobertas pelo jornalista Alfredo Castelli, 40 anos mais tarde, encontrando finalmente o caminho das livrarias. A editora italiana de Pratt, Rozzoli-Lizard, foi a primeira a publicar este trabalho, já em 2009.

A saga de Sandokan foi criada pelo escritor italiano Emilio Salgari (1862-1911) que lhe dedicou onze livros, uma obra clássica da literatura de aventuras. Os desenhos de Pratt contam o início da saga, situada em 1849 no mar da Malásia, a algumas milhas da costa ocidental do Bornéu. Na ilha selvagem de Mompracem assolada pela tempestade, encontra-se uma inquietante personagem: o príncipe malaio Sandokan, um temido pirata que os ingleses pretendem capturar e que é conhecido por Tigre da Malásia.

Uma personagem central é o aventureiro português Eanes, leal amigo de Sandokan. É ele quem fala ao pirata sobre uma jovem esplêndida com cabelos de ouro que mora em Labuan e cuja reputação de beleza se expandiu por toda a região.

Galvanizado pela descrição do seu amigo, Sandokan decide fazer-se ao mar rumo a Labuan, para contemplar com os próprios olhos a bela e misteriosa jovem - Lady Mariana - e para se vingar dos ingleses que assassinaram a sua família.

A existência do "Sandokan" de Hugo Pratt era referida no livro de Dominque Petitfaux "De l'autre côté de Corto", editado pela Casterman em 1996. Mas ninguém tinha visto esta história inacabada e inédita, adaptada em texto por Mino Milani a partir da obra de Salgari.

Hugo Pratt nasceu em Rimini (Itália) em Junho de 1927 e morreu em Grandvaux (Suíça) em Agosto de 1995. O mais conhecido herói de Pratt é Corto Maltese, cuja primeira aparição data de 1967, na revista Sgt.Kirk. O marinheiro romântico era então uma personagem secundária.

Columbia Records editou (o seu) Miles Davis completo

Uma caixa monumental que inclui todo o Miles gravado na Columbia, entre os discos "Round Midnight" (1955) e "Filles de Kilimanjaro" (1968)

Agosto foi o mês em que se assinalou o cinquentenário da edição de "Kind of Blue", o álbum gravado pela Columbia Records e lançado no dia 17 de Agosto de 1959 que com o tempo se tornou na mais vendida gravação em estúdio da história do jazz, para além de ser considerado um dos melhores discos da história da música. Mas este vai ser também o ano em que a etiqueta americana marca a celebração da arte de Miles Davis (1926-1991) com a edição de uma caixa monumental - pela extensão, mas principalmente pelo conteúdo -, que incluirá todo o Miles gravado na Columbia, entre os discos "Round Midnight" (1955) e "Filles de Kilimanjaro" (1968).

A caixa, intitulada "The Complete Album Collection"/Columbia Legacy, contem 70 CDs com todas as gravações conhecidas e inéditas do genial compositor e trompetista (entre as últimas, está o concerto de Miles no Festival da Ilha de Wight em 1970). Mas a "pièce de résistance" é um DVD também absolutamente inédito, "Live in Europe'67". E como bónus, um livro de 250 páginas...

Toda esta informação foi avançada pelo "site" de música Pitchfork Media, que anuncia o lançamento para 10 de Novembro, especificando que a caixa só poderá ser adquirida via Amazon. Custa tudo 369,98 dólares (pouco mais de 258 euros), o que Tom Breihan, autor da notícia, considera "uma pechincha". E é! E será também, certamente, uma edição para fazer história, como a de "Kind of Blue".(X)

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Jackson sepultado perto de Walt Disney e Clark Gable

A família e os amigos mais próximos de Michael Jackson reuniram-se esta madrugada (cerca das 20:00h locais) para prestar uma última homenagem ao músico, no cemitério de Forest Lawn, em Glendale, Los Angeles, onde repousam figuras como Walt Disney e Clark Gable.

O funeral de Michael Jackson realiza-se mais de 70 dias depois da sua morte e reuniu familiares e amigos próximos do cantor, como Elizabeth Taylor ou Macaulay Culkin.

A comitiva familiar composta por mais de duas dezenas de viaturas chegou ao local às 20:00 (04:00 GMT de sexta-feira) escoltadas pela polícia e com uma hora de atraso em relação ao previsto depois de ter percorrido os cerca de 30 quilómetros que separam a residência da família do cemitério.

A cerimónia, ao ar livre prolongou-se por cerca de uma hora e teve entre os convidados Elizabeth Taylor, o pastor Jesse Jackson, o actor Macaulay Culkin e o coreografo Kenny Ortega.

Entre os amigos, a imprensa falou de outros nomes como Diana Ross, Corey Feldman, Broke Shields, Steve Wonder e a ex-mulher do cantor Lisa Marie Presley.

A música do funeral foi responsabilidade da cantora Gladys Knight.

Michael Jackson foi sepultado na área restrita e protegida do cemitério onde repousam também os restos mortais de celebridades como Clark Gable, Bette Davis, Carole Lombard, Walt Disney ou Sammy Davis Jr., protegendo assim a sepultura dos curiosos, fãs ou saqueadores.

O cemitério foi encerrado ao público e foram estabelecidas fortes medidas de segurança para garantir a privacidade do acto depois das cerimónias fúnebres públicas realizadas após a morte do cantor a 25 de Junho.

Depois da cerimónia no cemitério, a família preparou uma recepção no restaurante italiano Villa Sorriso, em Pasadena, a cerca de 12 quilómetros do cemitério, um acto classificado como uma "celebração" à vida de Michael Jackson.

Filha de Obama faz lembrar filho de John F. Kennedy

A Casa Branca divulgou uma fotografia de Sasha Obama que faz lembrar os tempos de John F. Kennedy à frente dos destinos da nação mais poderosa do mundo.

Na imagem, de 5 de Agosto deste ano, a filha do presidente norte-americano Barack Obama aparece escondida atrás de um sofá da Sala Oval, espreitando o pai enquanto este trabalha.

Numa fotografia tirada na mesma sala, em 1963, John F. Kennedy Jr., filho do antigo presidente John F. Kennedy, brinca escondido debaixo da mesa de trabalho do pai.

Alguns títulos da imprensa internacional sugerem que Sasha Obama teve com a publicação desta fotografia o seu "momento Kennedy".

Barack Obama já foi comparado, muitas vezes, a John F. Kennedy. O próprio senador Ted Kennedy, falecido na semana passada, considerava Obama um herdeiro do legado político do seu irmão, assassinado quando era presidente dos E.U.A., e apoiou Obama na histórica campanha que o colocou à frente dos destinos da nação mais poderosa do mundo.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Jimi Hendrix vai ter um "biopic"

Desta vez parece que nem a meia-irmã, Janie, vai impedir que a coisa avance (pelo menos até certo ponto): depois de vários projectos recusados pela entidade gestora do legado de Jimi Hendrix, presidida por Janie, a Legendary Pictures vai avançar com um "biopic" sobre aquele que foi o maior guitarrista "rock" de sempre ("Rolling Stone" dixit). Dados os exemplos do realizador John Hillman e da Dragonslayer Films, em 2006 (não conseguiram direitos da música), a ideia é inverter o processo: arrancar com o filme primeiro e conseguir autorização depois.

A chegar aos cinemas, segundo a "Variety", o filme deve retratar a vida do músico desde a sua passagem pelo exército norte-americano e o super-estrelato atingido em Woodstock até à morte, a sua pouco explicada morte num hotel de Londres em 1970, com compridos e álcool à mistura.

Depois dos planos abortados em anos recentes envolvendo músicos como Lenny Kravitz e Andre Benjamin dos Outkast, não houve ainda comentários sobre o elenco. Sabe-se apenas que Thomas Tull e Bill Gerber seriam os produtores e que o argumento é de Max Borenstein.

Mafalda tem estátua em Buenos Aires desde domingo

Uma escultura da popular Mafalda está instalada desde domingo no bairro de San Telmo, em Buenos Aires, em homenagem ao criador da personagem, o desenhadar argentino Quino.

Mafalda está sentada num banco com uma altura de 80 centímetros, na rua Chile de San Telmo, onde decorria a história da personagem, a uns escassos metros do local onde vivia o seu criador, Joaquín Salvador Lavado (Quino).

A estátua, da autoria do escultor argentino Pablo Irrgang, celebra a curta vida de uma personagem que se tornou símbolo da contestação e do inconformismo nos anos 60 e 70.

Quino deu vida a esta criança céptica em 1964, numa série de tiras publicadas em três jornais até 1973, ano em que decidiu pôr fim à aventura.

O autor foi homenageado pelo governo argentino. De regresso a Buenos Aires, onde viveu vários anos e onde criou Mafalda, lamentou que a cidade se encontre arruinada e irreconhecível.

Quino nasceu em Mendoza em 1932 e reside actualmente em Itália.

O desenhador confessou que todas as personagens da Mafalda têm um pouco dele próprio, e que se identifica mais com Felipe, Miguelito e Libertad. Sublinhou que Mafalda é uma personagem feminina porque "as mulheres são muito mais astutas do que os homens".

Ainda que se sinta orgulhoso com o êxito internacional de Mafalda, Quino reconheceu que isso às vezes o assusta.

"Ter uma história fixa limita muito, porque fazer um desenho sempre com as mesmas personagens retira a liberdade de movimentos", concluiu.

Morte de ex-guitarrista dos Rolling Stones investigada novamente

A morte do antigo guitarrista dos Stones está a ser novamente analisada, noticia a BBC. Brian Jones, que morreu com 27 anos, foi encontrado no fundo duma piscina em Hartfield, em Sussex (Reino Unido), em 1969. Na altura, a investigação concluiu que a morte tinha sido acidental, excluindo os rumores de assassinato. No entanto, surgem agora novas provas que levam os investigadores a reapreciar o caso. A polícia afirma que é demasiado cedo para comentar o assunto.

Segundo o jornal “El Mundo”, há várias teses sobre a morte do músico, todas elas apontando para o cenário de homicídio. A primeira remete para o filme “Stoned” (2006), de Stephen Woolley, segundo o qual o músico tinha uma dívida de mais de 9000 euros (8000 libras na altura) para com um construtor chamado Frank Thorogood. Como forma de intimidação para que Jones pagasse a dívida, o construtor terá metido a cabeça do músico debaixo de água, acabando por afogá-lo.

A segunda teoria é de Trevor Hobley, fundador de um clube de fãs de Brian Jones, que compilou uma série de documentos, alegando serem provas de um homicídio. Segundo o jornal espanhol, Hobley assegura que os assassinos colocaram a cabeça de Jones dentro de um balde com água para o afogar, vestindo-o de seguida de fato de banho. No final, colocaram o corpo dentro da piscina. Todas estas teses foram ignoradas ao longo dos anos pelos responsáveis pela investigação, convictos de que a morte fora acidental.

Brian Jones foi um dos fundadores dos Rolling Stones e tocou com a banda durante a década de 60. Morreu pouco depois de ter abandonado o grupo de Mick Jagger, Keith Richards e Ian Stewart.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Grupo RM: o CD que todos aguardam

(Wazimbo (voz) e Edmundo, jornalista da Rádio Moçambique)
(Zeca Tcheco (Líder, bateria) e Sox (viola solo), dois dos fundadores do Grupo)
(Pipas, tecladista, um dos novos integrantes da banda da Rádio Moçambique)
O Zeca Tcheco prometeu e dele não temos motivos para duvidar: vem aí um CD da autoria do Grupo RM, o primeiro que esta mítica banda da música ligeira moçambicana vai lançar com a chancela da empresa pública de radiodifusão do nosso país: a Rádio Moçambique.

“Já se impunha e ... não é justo que os fãs do grupo, dos mais velhos aos mais novos, continuem sem um disco do “RM”, assim justificou este baterista de créditos firmados quando o indaguei sobre que motivos levaram a banda a avançar só agora para a produção do CD.

Uma obra que está a ser preparada faz um bom pedaço de tempo, com todo o cuidado “para não decepcionar”, devendo estar disponível no mercado nacional até ao fim do ano.

O ânimo dentro do grupo é evidente uma vez que os dez temas do prometido CD estão a ser gravados num estúdio “de nível internacional” e provavelmente o melhor que alguma vez existiu em Moçambique. Trata-se de um equipamento digital semelhante ao que funciona na rádio pública dinamarquesa, instituição que, no quadro da cooperação com a RM, financiou a sua aquisição e montagem.

Os três mais velhos da banda, Zeca Tcheco (bateria), Sox (viola solo) e Wazimbo (voz) – que vêm do grupo original criado em 1978/79 – coadjuvados por outras “performances” mais jovens – estão a aliar a linha melódica que caracterizou sempre a banda e a natural “irreverência” dos mais jovens integrantes: Pipas (teclados), Tomás (violo solo) e Nando (viola baixo e voz).

Pelo menos três temas conhecidos integrarão a obra, nomeadamente “Xika galafula” de Alexandre Langa, “Nakurandza” e “Djika” de Wazimbo. “Com uma roupagem diferente e tecnicamente mais apurada do que as versões originais”, promete o líder da banda, Zeca Tcheco. Inéditas, entre outras, esperam-se “Maninja”, “Mamana” e “Muli hefo”.

Esclareça-se que obras musicais de inigualável valor gravadas pelos integrantes do Grupo RM estão disponíveis em muitas discotecas públicas e privadas. Estamo-nos a referir dos discos gravados pelas orquestras Marrabenta em 1986 e Moya em 1990 e onde pontificavam nomes como Mingas e Dulce, José Guimarães, Milagre Langa, Stewart Sukuma, Lemon e Matchote.

Aguardemos então por esta primeira obra do grupo de todos os moçambicanos e, tanto quanto nos afiançou o Zeca, será uma grande prenda de por ocasião do fim do ano de 2009.

Cinema: O eterno fascínio dos filmes de 'gangsters'

O filme “Inimigos Públicos”, é o mais recente de Michael Mann, que apresenta Johny Depp a recriar a figura de John Dillinger, um dos mais célebres 'gangsters' da América dos anos 30. O filme reflecte uma vez mais uma antiga atracção do cinema norte-americano por este universo.

Quando John Dillinger foi morto pelo FBI em Chicago, a 22 de Julho de 1934, à saída do Biograph Theater, tinha acabado de ver Manhattan Melodrama, um filme de gangsters com Clark Gable, William Powell e Myrna Loy. Ou seja, tinha estado a entreter-se com uma encenação cinematográfica da sua actividade, mas por razões óbvias, nunca ninguém chegou a saber o que Dillinger achou do filme.

Na sua crítica no The New York Times a Inimigos Públicos, de Michael Mann, Manohla Dargis refere o "perene romance" que o cinema americano tem com os "criminosos de época". E apesar de ultimamente, Hollywood não ter sido muito fiel a essa relação (o último filme de gangsters de nota foi Os Intocáveis, de Brian De Palma), ainda a Lei Seca estava em vigor e muitos dos mais temidos nomes do crime estavam vivos e em actividade.

Alguns dos melhores desses filmes continuam a ser os primeiros, quer pelo talento dos seus realizadores e argumentistas e pelo carisma imperecível dos seus actores, quer por um realismo directamente bebido nos acontecimentos e nas figuras retratadas. É o caso de O Pequeno César, de Mervyn Le Roy (1931), com Edward G. Robinson; de O Inimigo Público, de William Wellman (1931), tão popular na altura que chegou a passar em sessões contínuas, com James Cagney no papel que o lançou e instalou a sua imagem de "duro"; ou de Scarface, de Howard Hawks, com Paul Muni (1932), este vagamente baseado na vida de Al Capone. Que, diz-se, gostava tanto da fita, que tinha uma cópia para ver em privado.

Se o western é a epopeia americana, o filme de gangsters pode ser encarado como o anti-épico, um género de ambiente urbano, com personagens anti-heróicas e não-exemplares, representativo de valores negativos, gerados pelo lado mais negro da sociedade dos EUA. Mas como notou a citada crítica do The New York Times, os espectadores, americanos ou não, sentados na segurança confortável dos cinemas, desde logo se mostraram fascinados pelas vidas, pelas histórias e pelas acções dos gangsters, reais ou ficcionais. E os estúdios têm continuado a alimentar essa fascinação ao longo das décadas.

John Dillinger, por exemplo, teve a primeira aparição no cinema em Dillinger, de Max Nosseck (1945), interpretado por Lawrence Tierney, foi biografado por John Milius, com os traços de Warren Oates, no empolgante Dillinger (1973), e Lewis Teague contou a história da mulher que o traiu ao FBI numa excelente série B de 1979, A Mulher de Vermelho. James Cagney tornou-se no gangster's gangster graças a Anjos de Caras Sujas, de Michael Curtiz (1938), The Roaring Twenties, de Raoul Walsh (1939) - em ambos ao lado de um Humphrey Bogart em ascensão - ou Fúria Sanguinária, também de Walsh (1949). Roger Corman filmou o Massacre de S. Valentim em O Grande Massacre (1967), e deu a Charles Bronson o papel do título em Machine-Gun Kelly (1958), enquanto Don Siegel transformou Mickey Rooney em Baby Face Nelson no filme homónimo de 1957. Arthur Penn filmou Bonnie e Clyde (1967) retratando o casal de assaltantes de bancos como (duvidosos) heróis populares da Grande Depressão, e Barry Levinson deu a Warren Beatty o papel principal em Bugsy (1991), sendo muito criticado por branquear o lado violento e sociopata de Bugsy Siegel.

O gangster movie até já gerou musicais com crianças (Bugsy Malone, de Alan Parker, 1976) e paródias (Johnny Perigosamente, de Amy Heckerling, 1984). E o genial Quanto Mais Quente, Melhor, de Billy Wilder (1959) é também um pouco um filme do género, contando com a presença de George Raft. Que, por ter sido amigo de muitos bandidos famosos e do citado Bugsy Siegel em particular, fez a ponte entre o mundo dos gangsters reais e o do cinema que, embora esporadicamente, ainda continua a pô-los em cena.

Ícone da fotografia corre o risco de falência

Um ícone do fotojornalismo dos anos 70 e 80, a agência francesa Gamma, uma das mais respeitadas do mundo, está a enfrentar o risco iminente de falência. A empresa, fundada em 1966 por Raymond Depardon e Jean Lattès, teve a concordata decretada no fim de julho e recebeu um prazo de seis meses do Tribunal de Comércio de Paris para pagar as dívidas e encontrar novos investidores. A crise, segundo seus actuais proprietários, é causada principalmente pela redução do espaço para as grandes reportagens na mídia global.

Os problemas financeiros vieram à superfície em 30 de julho, quando o Grupo Eyedea Presse, proprietário da agência, fez o pedido de concordata no Tribunal de Comércio de Paris, depois de experimentar perdas de 3 milhões em 2008.

A Gamma e a Rapho - a mais antiga agência de fotojornalismo da França, propriedade do mesmo grupo - empregam hoje 55 pessoas, dos quais 14 fotógrafos.

Ao lado das agências Sygma e Sipa, a Gamma passou a ser referência no jornalismo europeu pouco após a sua criação. A sua estratégia era investir em fotos de personalidades, ao mesmo tempo em que fazia grandes reportagens, muitas das quais em zonas de conflito em todo o mundo. Além disso, abrigava nos seus quadros profissionais que se tornaram referências internacionais.

De acordo com o director-presidente de Eyedea, Stéphane Ledoux, parte das dificuldades financeiras está relacionada justamente ao seu modelo de negócios. “A imprensa não se interessa mais pelos temas profundos, cuja produção custa caro e é vendida cada vez mais barata", argumenta.

Hugue Vassal, fotógrafo e um dos fundadores da agência, entretanto, tem outra análise para a concordata. Para ele, a mudança na forma de pagamento dos profissionais, que previa a divisão do lucro de uma foto em 50% para a agência e 50% para o fotógrafo - um modelo do qual a Gamma fora uma das pioneiras -, teria diminuído o interesse de grandes fotógrafos, resultando em queda da qualidade.

Outra razão, segundo Vassal, teria sido o advento da foto digital. "Hoje, numa guerra ou num terremoto, teremos a foto de todo modo. Na época, vendíamos uma reportagem por 15 mil. Hoje, vende-se por 3 mil. A época de ouro acabou."

domingo, 2 de agosto de 2009

Dê o seu voto: Gimo Remane e Deodato Siquir: melhores artistas africanos na Dinamarca?

Os moçambicanos residindo ou não na Dinamarca podem participar no processo de votação do melhor artista africano 2009 naquele país europeu.

Dois artistas moçambicanos figuram entre os eleitos, nomeadamente os músicos Gimo Remane e Deodato Siquir.

Fontes ligadas à organização do evento revelaram à Rádio Moçambique que quem quiser votar poderá fazê-lo tantas vezes quantas quiser.

O voto deverá ser dirigido para o endereço electrónico www.celebrateafrica.dk

O anúncio do melhor artista africano 2009 na Dinamarca está agendado para o próximo dia três de outubro.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Ponte Armando Emílio Guebuza: nada vai deter os moçambicanos

A ponte em toda a sua extensão, trés anos após o início da sua construção (Foto de Stélio Bacar)
(EGMatos, numa imagem registada em outúbro de 2008, com a ponte ainda em construção)

"E agora, conseguimos concretizar esse grande sonho de todos nós ... os 20 milhões de moçambicanos ... este grande sonho de unir o país fisicamente, a partir de Caia e Chimuara” – palavras proferidas aos microfones da RM pelo Engenheiro Elias Paulo, esse moçambicano dirigiu as obras daquele que a partir de amanhã, 1 de agosto, ostentará o nome de um outro símbolo: Armando Emílio Guebuza


Por Edmundo Galiza Matos Stélio Bacar (Fotos)

A imperiosidade da construção de uma ponte sobre o Rio Zambeze sempre esteve presente desde que Moçambique se tornou independente em junho de 1975. Não apenas por motivos meramente económicos mas, e sobretudo, porque a remoção daquele obstáculo natural à livre circulação de pessoas e bens, era e é visto como um factor importante a acrescentar ao projecto de criação de um Moçambique verdadeiramente unido, do Rovuma ao Maputo.

Trinta e quatro anos depois da conquista e proclamação da soberania dos moçambicanos, eis pois que o sonho se vai tornar realidade quando amanhã, 1 de agosto, o Presidente da República, Armando Emílio Guebuza, atravessar num veículo os 2.376 metros desta infra-estrutura erguida alguns metros acima do caudaloso canal Rio Zambeze.

Para a história ficará então o registo do 1 de Agosto de 2009 como um marco inigualável em que os moçambicanos lograram atingir mais uma vitória, com a qual a independência e a unidade da nação fica mais cimentada.

O povo moçambicano está assim perante a mais importante obra de engenharia construída desde 1975, pondo fim a toda a uma série de constrangimentos que obstaculizavam os esforços de desenvolvimento visando acabar com a pobreza de milhões de pessoas.

“E agora, conseguimos concretizar esse grande sonho de todos nós ... os 20 milhões de moçambicanos ... este grande sonho de unir o país fisicamente, a partir de Caia e Chimuara” – palavras proferidas aos microfones da Rádio Moçambique pelo Engenheiro Elias Paulo, esse moçambicano que, dia e noite, ombro a ombro com outros compatriotas seus, dirigiu as obras deste símbolo nacional que a partir de amanhã, 1 de agosto, ostentará o nome de um outro símbolo: Armando Emílio Guebuza.

Especificações técnicas da ponte

Na luta contra este grande obstáculo que “cortava profundamente” o país entre o sul e o norte do país, houve uma primeira tentativa interrompida no início da década de 1980 do século passado com o recrudescer da guerra de desestabilização protagonizada pelos regimes anacrónicos da então Rodésia do Sul e do apartheid na África do Sul.

Tendo como principal patrono o primeiro presidente de Moçambique, Samora Moisés Machel, conseguiu-se erguer os dois encontros e alguns pilares da futura ponte, entretanto destruídos quando o projecto foi revisto para dar lugar ao actual.

A ponte que vai entrar finalmente em funcionamento a partir deste 1 de agosto, cujo custo foi de 76 milhões de euros, está dividida em duas partes, designadamente a chamada “Ponte Principal” que atravessa o Canal do Zambeze, onde os pilares são diferentes dos erguidos nos viadutos de aproximação sobre a planície de inundação do rio.

Note-se que por altura das cheias, o rio Zambeze inunda a planície junto da ponte, saindo do seu leito por cinco quilómetros, situação que condicionava a travessia de pessoas e seus haveres entre uma margem e outra.

As distancias entre os pilares da ponte principal atingem os 135,5 metros, assim dimensionados para permitir a navegabilidade do rio. Já os vãos na ponte de aproximação estão distanciados entre si por 56 metros, o que permitirá uma segura circulação de viaturas em casa de inundações.

A estrutura da ponte em betão armado tem 2.376 metros e, o conjunto de toda a infra-estrutura – entre Caia (Sofala) e Chimuara (Zambézia) – atinge os cerca de 4.9 km.

A ponte tem 16 metros de largura com duas faixas de rodagem que permitirão a circulação de veículos nos dois sentidos, duas bermas para estacionamento das máquinas em caso de avarias e a circulação de motociclos e ciclistas, para além de dois passeios para os peões.

Na margem sul do empreendimento, do lado da província de Sofala (Caia) foi instalada uma portagem que servirá igualmente para prevenir eventuais embaraços no normal fluir do tráfego de veículos.

A circulação nos dois sentidos vai ocorrer sem limitações temporais ou de peso dos veículos.

Em duas ocasiões as obras de construção da ponte foram abaladas por cheias – 2006/7 e 2007/8 – causando alguns constrangimentos para o cumprimento dos prazos de execução do empreendimento.

Em função disso decidiu o governo conceder ao empreiteiro mais 80 dias para além do prazo inicialmente estabelecido para conclusão da obra e evitando-se que tal só se verificasse para além de 2009.

Recorde-se que o primeiro projecto desta ponte, concebida em 1978, previa um tabuleiro com pouco mais de 9 metros de largura, uma dimensão que hoje estaria largamente desajustada em função do actual parque automóvel do país.

Infelizmente, morreram dois trabalhadores”, Eng. Elias Paulo

Para o Engenheiro de Construção Civil, Elias Paulo, Director do Projecto, a primeira ilação que se tira após a conclusão da obra, foi a criação da interacção entre o dono da obra (governo), a fiscalização e o empreiteiro, três partes que, em algumas fases da obra, funcionaram como um único corpo e coeso, cuja missão era construir a ponte dentro do prazo estabelecido.

“Esta postura das partes permitiu que as obras ficassem concluídas nos três anos aprazados”, considera o Eng. Paulo, um homem satisfeito também pelo facto de não se ter registado sequer uma greve ou qualquer outra manifestação que pudesse colocar em causa o objectivo almejado.

A aposta na mão-de-obra local, ou seja, a não “importação” de trabalhadores de outros pontos do país para a execução da empreitada, foi, no entender do director do projecto, um ganho de dimensões incomensuráveis para as comunidades de Caia e Chimuara.

“Até os conflitos e instabilidade conjugais, que muito bem poderiam ser causados por trabalhadores-solteiros (as) de outras paragens, foram evitadas”, sustenta.

O princípio bem sucedido em Moçambique de envolver as comunidades nos planos de desenvolvimento foi fundamental para o bom andamento das obras, de acordo com o engenheiro Elias Paulo.

“Até os problemas sociais que amiúde surgem no seio das comunidades e que de alguma forma poderiam afectar o bom andamento da obra, eram discutidos e encontradas as necessárias soluções”.

Outro ganho inquestionável foi o facto de a Ponte Armando Emílio Guebuza ter formado operários locais qualificados que, a determinada altura da obra, tomaram “conta do recado” sem que os especialistas (supervisores) estivessem a controlá-los.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ney Matogrosso leva prêmio por influência na música brasileira

O cantor Ney Matogrosso foi contemplado nesta terça-feira, 28, com o Prêmio Shell de Música. A escolha deu-se com base nos votos do júri, dentre os quais compositores, jornalistas e críticos de música.

"Escolhemos o Ney pela sua atemporalidade e forma como trabalha com diferentes estilos musicais. Ele pode ser considerado um cantor-produtor devido à cuidadosa escolha do repertório que interpreta e dos músicos que o acompanham, além de trazer à cena novos compositores", justificou a crítica Roberta Sá, uma das juradas.

Desde o ano passado, o prêmio passou a considerar como critério a contribuição ao cenário musical brasileiro, permitindo que intérpretes, além de compositores, concorressem ao troféu.Tom Jobim, Caetano Veloso e Chico Buarque são alguns dos vencedores anteriores. A cantora Maria Bethânia foi a vencedora do ano passado.

Morreu o pioneiro do jazz moderno George Russell

George Russell morreu ontem à noite em Boston (no noroeste do estado de Massachusetts) devido a complicações da doença de Alzheimer.

Russell foi um dos principais autores do jazz moderno do pós-guerra. Trabalhou com Miles Davis, Charlie Parker e John Coltrane. Dirigiu a sua própria orquestra, a Internacional Living Time Orchestra. Em 1953 consagrou-se um dos maiores teóricos do jazz, quando escreveu “Lydian Chromatic Concept of Tonal Organisation”, obra de referência nos estudos do jazz.

Leccionou na Universidade de Boston, recebeu vários prémios Grammy e o reconhecimento da comunidade musical americana que lhe atribuiu diversas recompensas.

Nos anos 1940, Russell criou para a orquestra de Dizzy Gillespie a primeira fusão do jazz com ritmos africanos e cubanos, “Cubano be, Cubano bop”, apresentada em 1947, no Carnegie Hall, em Nova Iorque.

Na década seguinte alcança maior fama com o álbum “The Jazz Workshop”, onde figuravam sonoridades de jazz-rock que surgiriam em força somente vinte anos depois.

Álbum inédito para 50 anos de Astérix

O principal evento das celebrações dos 50 anos de Astérix será a edição de um álbum de 56 páginas, com histórias curtas inéditas, a lançar a nível mundial, em 15 línguas, a 22 de Outubro deste ano.

O anúncio já é oficial e está no recém-renovado site de Astérix, o pequeno guerreiro gaulês criado por Goscinny e Uderzo para o número inaugural da revista "Pilote".

A celebração do aniversário inclui a edição do livro "Astérix & Compagnie", oferecido gratuitamente na compra de dois álbuns da colecção, que nas suas 48 páginas em formato A5 reúne mais de três dezenas de retratos (escritos e desenhados) de algumas das mais marcantes personagens do universo Astérix, entre gauleses, romanos, piratas e outros.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Clube dos Entas: a balada na música moçambicana, recordando Maklin Comiche

Musicalmente, a balada moçambicana tem nomes importantes no seu historial, contando-se, entre eles, nomes como os de Raul Baza-Baza, António Wiliam, Eusébio Johane Tamele, Maklin Comiche. Obviamente que os nomes da balada moçambicana não se esgotam nos que citamos. Nomes há, como os de Arão Litsure, Hortêncio Langa, os irmãos Cabaço, Rabadab Zam’taka, cuja abordagem merece um programa diferente, uma vez que representam um tempo e motivações igualmente diferentes. Hoje, falaremos da balada moçambicana do cancioneiro popular moçambicano, e numa próxima ocasião da balada nacional que resultou do cancioneiro moderno europeu, e muito principalmente do cancioneiro americano.
......

Maklin Comiche terá sido, quanto a nós, uma das melhores vozes da balada moçambicana, mas infelizmente pouco recordada entre nós. Sem se furtar muito à linha melódica e vocal de Gabriel Chihau, aliás seu contemporâneo, Comiche foi no entanto diferente por conferir maior estrutura poética aos seus versos, talvez porque Chihau se mantenha mais fiel à estrutura original dos temas que interpreta, mais propensa à dança do que, propriamente, ao canto. Esta é a nossa percepção, mas deixemos o ouvinte julgar ao seu melhor critério sobre Maklin Comiche, que nos brinda à entrada com um tema emblemático do seu reportório:

(*) – Texto do Programa “Clube dos Entas”, a ser transmitido dia 23 (22H05) e 27 (02H05) na Antena Nacional da Rádio Moçambique: FM 92.3

terça-feira, 21 de julho de 2009

Obra inacabada de Graham Greene vai ser completada por leitores

Um romance inacabado de Graham Greene (1904-1991) está a ser publicado numa revista norte-americana durante este mês, que convida os leitores a terminarem o enredo. "The Empty Chair" ("A Cadeira Vazia", numa tradução literal), com apenas cinco capítulos concluídos pelo autor e cerca de 22 mil palavras, conta a história de um assassinato misterioso.

O enredo começa quando Alice Lady Perriham, uma actriz casada com um aristocrata, dá uma festa em sua casa, onde os convidados encontram o corpo do "taciturno, mal-humorado, bruto" Richard Groves, com uma faca espetada no peito.

A obra aproxima-se das histórias de misteriosos assassinatos cometidos em casas de campo típicos de Agatha Christie. Mas "a história de Graham Greene tem uma reviravolta única", conta Andrew Gulli, editor da revista "The Strand Magazine", que está a publicar o romance.

O autor iniciou o romance em 1926, quando tinha apenas 22 anos. Mas "o estilo da caracterização de Graham Greene está lá", diz Gulli. Descoberto no ano passado por François Gallix, estudioso das obras de Greene, no Centro de Humanidades na Universidade do Texas, o texto marca um ano importante na vida do escritor, pois, segundo o seu biógrafo, foi quando se converteu ao catolicismo, começou a trabalhar como subeditor no jornal londrino Times e decidiu tornar-se um escritor de sucesso.

"The Strand Magazine" irá publicar um capítulo por semana nas próximas cinco edições e está a ponderar lançar um concurso para completar a história. "Se estiverem interessados em encontrar um autor (para terminar o romance), isso será óptimo; se quiserem fazer um concurso com os leitores, também será excelente", continua o editor da revista, inspirada numa publicação do final do século XIX que tratava mistérios fictícios como os de Greene, Christie, Rudyard Kipling e Arthur Conan Doyle.

Graham Greene é mundialmente conhecido por obras como "O Condenado", "O Nosso Agente em Havana", "O Poder e a Glória", "O Americano Tranquilo" e "Monsenhor Quixote".

segunda-feira, 20 de julho de 2009

E se Jimi Hendrix tivesse sido assassinado?

Michael Jackson morreu há trés semanas e já há quem garanta que o Rei da Pop encenou a sua morte e que andará pela Terra anónimo, afastado da pressão mediática e livre das monstruosas dívidas que acumulou. Nada de surpreendente. Afinal, para muitos, Elvis continua vivo desde que morreu em 1977. Já quanto a Jimi Hendrix, as dúvidas relativas às circunstâncias da sua morte, tendo existido, nunca atingiram dimensão de mito urbano. "Rock Roadie", livro de memórias de James "Tappy" Wright, antigo "road manager" de Hendrix, pode alterar tudo isso: Jimi foi assassinado, diz.

A premissa é simples, mas digna de guião de filme de Máfia. O britânico "The Times", o primeiro jornal a entrevistar Wright acerca de revelação, divulgada há cerca de um mês, apresenta-a pormenorizadamente. Dia 18 de Setembro de 1970, o guitarrista de "Purple Haze" não terá sufocado no seu próprio vómito, depois de uma noite regada a álcool e da ingestão de vários comprimidos. Wright alega que um grupo invadiu o quarto de hotel onde Jimi estava hospedado, forçando-o a ingerir o vinho e os comprimidos que o vitimaram. O "road manager" sabe-o porque isso mesmo lhe terá confessado em 1973 Mike Jeffery, presumível autor moral do crime, "manager" de Hendrix e personagem de percurso nebuloso: serviu os serviços secretos britânicos no canal do Suez, dava-se com a máfia americana e tinha conhecimentos na CIA e no FBI. Jeffery já não poderá confirmar a história - morreu num acidente de avião, um mês depois da alegada confissão.

O motivo para o assassinato, investiga o "Times", seriam as dívidas monstruosas que Jeffery vinha acumulando. Dividas que se veria impossibilitado de saldar se Hendrix, descontente com as decisões do "manager" (em 1967 meteu-o numa digressão desastrosa com os Monkees; em 1968, tentou impedi-lo de lançar o álbum duplo "Electric Ladyland"; em 1969 pretendia obrigá-lo a contratar músicos brancos para a sua banda), levasse em frente a decisão de o despedir. Um seguro de vida de Jimi Hendrix, no valor de dois milhões de dólares e revertendo em nome de Mike Jeffery, que este celebrara algum tempo antes, como era norma no meio, poderia ser a sua salvação. Como escreve o "Times", Jimi vivo não valeria nada ao seu quase ex-manager. Morto, é fazer as contas.
James Wright conta que, à altura, o medo que Jeffery lhe incutia o impediu de revelar a confissão. Acrescenta que se manteve calado após a sua morte por receio de ser directamente implicado no caso.

Entre os entrevistados no artigo do "Times", figuras próximas do guitarrista, as reacções dividem-se. Alguns reconhecem que pode existir um fundo de verdade nas alegações de Wright. Outros, mesmo recordando o fundo sinistro de Jeffery, negam peremptoriamente que possa ter ordenado o crime. Joe Boyd, o histórico produtor que, em 1973, realizou o primeiro documentário dedicado a Jimi Hendrix, é um deles. Isto até lhe serem revelados os relatórios médicos e as memórias do polícia e dos enfermeiros que acorreram ao quarto de hotel londrino naquele 17 de Setembro de 1970 - a história é contada em "The Final Days of Jimi Hendrix", de Tony Brown, publicado em 1997.

Segundo eles, a porta do quarto estaria escancarada, sugerindo uma saída apressada, e Hendrix completamente vestido, o que contraria a tese oficial, segundo a qual teria ingerido uma quantidade exagerada de comprimidos para conseguir dormir durante várias horas. Mais: o autor da autópsia descobriu-lhe uma grande quantidade de álcool nos pulmões, mas pouco tinha sido, à altura da morte, absorvida pela corrente sanguínea - o que vai ao encontro da tese de assassinato.

O agora sexagenário James Wright não dedica grande espaço a toda esta história no seu novo livro, centrado na sagrada trindade "sexo, drogas & rock'n'roll". Dela, mais sexo, menos droga, sabemos praticamente tudo. Já uma teoria da conspiração, para mais bem montada, com pormenores aparentemente credíveis, é sempre um festim para os cultores da mitologia pop. Já fazia falta uma assim para Hendrix. Ei-la. (In Público)

Beatles: 40 anos depois

Paul McCartney apresenta-se no telhado do Ed Sullivan Theater em Nova York, nos EUA, na quarta-feira. Os Beatles fizeram sua estreia na televisão americana no mesmo local.

60 anos depois, o Scala vai vender sapatos, roupas e mobílias


Sessenta anos depois da sua entrada em funcionamento, a Pastelaria “Scala”, em plena baixa da cidade de Maputo, vai ser reaberta em Setembro próximo, agregando outras áreas comerciais para além da pastelaria, como seja, a venda de calçado, vestuário e mobiliário.

Aberto no distante ano de 1949, o “Scala” encerrou as suas portas em 2001, alegadamente porque os seus proprietários, após verem recusada a sua intenção de transformar o estabelecimento para fins para as quais não estava vocacionado, declararam falência.

Aparentemente a saída encontrada para que o emblemático lugar abrisse portas foi esta: integrar no espaço pequenas outras lojas, para além dos serviços de restauração.

Na capital moçambicana e um pouco por todas as grandes cidades, tornou-se comum transformar restaurantes, snack-bares e cervejarias, em lojas, armazéns de mercadoria diversa e locais de culto. 

Restaurantes, Cafés, Snack-Bares e Cervejarias, outrora ex-líbris da cidade de Maputo, frequentados por todo tipo de pessoas e pontos de referência turística, desapareceram, dando lugar a outras actividades e serviços. O fenómeno, estancado pela edilidade de Maputo após alguns tímidos protestos de umas poucas pessoas preocupadas com a sua descaracterização, terá sido desencadeado por alguns sectores fundamentalistas da sociedade, numa cruzada destinada a eliminar o que consideram locais de profusão do pecado. 

Reabre o “Scala” depois da sua reabilitação, fecha o “Continental”, outro estabelecimento de referência situado defronte da pastelaria. Tanto quanto é do conhecimento público, o seu encerramento foi ditado pelo tribunal judicial de Maputo, que arrestou os seus bens em virtude de o proprietário estar a braços com salários dos empregados em atraso e outras obrigações fiscais não saldadas. 

Com as montras tapadas com jornais, o “Continental” deixa assim de ser aquele local para onde empregados do comércio, escritórios, bancários, jornalistas e escritores e outros, iam para a habitual “bica” de café, para o “Mata-bicho”, lanche e a leitura de jornais. Os “habitués” ociosos, de que ninguém conhece a proveniência dos seus rendimentos, viram-se assim desprovidos da esplanada deste local, de onde, de manhã até as primeiras da noite, apreciavam o desfile das lânguidas beldades da cidade.

A dúvida agora é: quais serão os caminhos que o “Continental” terá que trilhar até a sua reabertura e se será ou não desmembrado, passando a integrar lojas de venda de calçado, vestuário e mobiliário, e a restauração como actividade secundária. A ver vamos.

A ver vamos também qual é o destino que o Conselho Municipal de Maputo ao histórico Prédio Pott, nas imediações do Scala e do Continental. Em ruínas e refúgio dos chamados “meninos da rua” e adolescentes marginais, o “Pott” é uma autentica relíquia arquitectónica a espera de uma decisão. O mais certo, dado o seu avançado estado de degradação, é que seja demolido para dar lugar a um mastodonte de ferro e cimento. 

sábado, 18 de julho de 2009

Espectáculos: para ver e não para ouvir

Edmundo Galiza Matos

Os músicos podem ser muito diferentes mas o objectivo é sempre o mesmo: tocar as pessoas emocionalmente através do som”.
Brandford Marsalis, In “Público”

Amigos meus e ocasionais ouvintes do “Clube dos Entas” têm estranhado o facto de nunca me terem enxergado nos espectáculos de música realizados nas cidades de Maputo e Matola. Consideram até que, sendo eu produtor de um programa de rádio, mais virado para a música e para factos com ela relacionados, seria natural que me interessasse também pelos eventos que amiúde têm lugar nas duas cidades. Até para me documentar e informar sobre a quantas anda a nossa música...

Porque nunca fui capaz de lhes satisfazer a curiosidade, não lhes restou outra alternativa senão conjunturar que o meu alheamento só podia residir ou num absurdo pedantismo ou então que a idade já não me permitia passar pelos excessos, habituais entre nós, sobretudo em eventos musicais. Logo eu, um credenciado noctívago e cervejeiro ajuramentado... É mesmo estranho, não encaixa.

“Pedantismo” ou “velhice”, em qual das duas categorias me situo? eis uma questão sobre a qual nunca procurei dar uma reposta, mesmo para comigo próprio, pese embora este “comportamento desviante” me azucrine a cachola, sempre que se anuncia mais um espectáculo.

Hoje, muito embora não se conheça para breve qualquer evento cultural musical, não resisti à tentativa de procurar uma resposta para o enigma, “clicada” após a leitura de uma entrevista de Brandford Marsalis, esse grande saxofonista norte-americano, conceddida à jornalista Cristina Fernandes, do jornal português “Público”, no passado dia 10.

No excerto dessa intervenção do Brandford, que a seguir transcrevo, julgo que pode estar a residir uma das razões porque ando na contra-mão da “moda” dos espectáculos:
"Em muitas sociedades, como é o caso da norte-americana, as pessoas ainda vão aos concertos para ver e não tanto para ouvir. É por isso que quando se fala do Michael Jackson os temas são as luvas, as jaquetas, o seu comportamento ou as coisas estranhas da vida dele, mas há muito pouca discussão sobre a voz”.

Ora aí está: Haverá por aí quem possa desmentir esta leitura de um dos rebentos da família Marsalis? Ninguém, pelo simples facto de que as grandes assistências dos nossos eventos culturais serem movidas por outros motivos que não os estritamente culturais. Ou seja: pretexto para a troca de copos, fuga a uma realidade cada vez mais incontrolável, exibição das mais extravagantes futilidades, para não dizer quinquilharias (telefones, vestuário, carros, etc.

Objectivamente, está-se perante mais um fénomeno de alienação das multidões e não do que devem ser os eventos culturais dignos desse nome.

De outra faceta tão interessante quanto aquela se revestem os espectáculos musicais que se realizam entre nós, mormente os que se dizem de Jazz, a maioria dos quais, tendo como cabeças de cartaz nomes nacionais e uns tantos estrangeiros.

Confesso o receio de parecer pedante mas não posso esconder o meu desacordo quanto a esta matéria, sobretudo quando os nossos promotores de espectáculos, erradamente, atribuem a este ou aquele artista ou grupo, a qualidade de executantes do género Jazz.

Se me pedirem uma definição do que é Jazz direi sem rodeios que não a tenho. De uma coisa porém estou certo: Jazz, meus senhores, pode ser tudo, menos o que se ouve em qualquer “Senta Baixo” deste país e, na melhor das hipóteses, nos momentos que antecedem a chegada dos recém-casados aos tradicionais “copos d’Agua”. Bob James e o seu “Four Play” e Jimmy Dludlu, só para citar dois nomes conhecidos, entre uma garfada e outra, sabem muito bem aos comensais esfomeados que pululam as nossas festas. O Jazz não cabe neste esquema. Tenho dito.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Leilão de retrato de Michael Jackson pintado por Andy Warhol adiado por excesso de licitações

Uma galeria de Nova Iorque anunciou hoje o adiamento de um leilão de um retrato de Michael Jackson pintado por Andy Warhol em 1984, devido ao grande número de licitadores que se mostraram interessados na obra.

"O leilão despertou grande interesse e comprovar que todos os participantes dispõem de fundos bancários exige tempo", explicou Vered, a artista e co-proprietária da galeria que tem o seu nome, adiantando que o leilão se vai manter até ao dia 15 de Agosto.

O quadro - que, segundo Vered, teve ofertas que alcançaram um milhão de dólares - reproduz numa tela de 76 por 66 centímetros um Michael Jackson sorridente envergando o emblemático traje vermelho que o popularizou com o album "Thriller".

Trata-se de um retrato do "rei da pop" pintado pelo "rei da arte pop", que em cinco anos duplicará o preço. É um grande investimento", assegurou Vered.

A galeria obteve a obra de um colecionador privado, após a morte do cantor no passado dia 25 de Junho.

A venda do quadro, que estava prevista para o passado domingo, pode alcançar os dez milhões de dólares.

domingo, 12 de julho de 2009

“Sei quem assassinou Michael”, diz Latoya Jackson

Latoya Jackson é a capa neste domingo, 12, de dois dos principais jornais sensacionalistas britânicos, o "News of the World" e "The Mail on Sunday", nas quais a irmã do "rei do pop" assegura que Michael foi assassinado e que ela sabe quem são os assassinos.

No "News of the World" Latoya afirma que são várias as pessoas responsáveis pela morte do seu irmão e que a razão foi "uma conspiração para ficar com o dinheiro de Michael". As suas declarações foram feitas dois dias depois que o chefe da polícia de Los Angeles admitiu que o assassinato era uma das linhas de investigação, algo sobre o que Latoya não tem dúvidas.

"Houve uma conspiração. Acho que foi tudo pelo dinheiro. Michael valia mais de US$ 1 bilhão em ativos por direitos de difusão musical e alguém o matou por isso. Valia mais morto que vivo", diz a irmã mais velha do cantor, que não dá nomes em nenhum momento sobre quem possam ser os assassinos.

Latoya assegura que esse "grupo de pessoas" roubou US$ 2 milhões em dinheiro e várias joias da casa do seu irmão, que o viciaram nas drogas, que o isolaram da sua família e amigos "para que se sentisse só e vulnerável", e que o obrigaram a trabalhar "até a extenuação" para continuar a ganhar dinheiro.

Michael, segundo o testemunho de Latoya, não queria dar a série de 50 shows que deviam ter começado nesta segunda-feira em Londres. "Há menos de um mês, eu disse que pensava que Michael ia morrer antes das actuações de Londres porque estava rodeado de gente que não abrigava as melhores intenções no seu coração", diz Latoya, que define o seu irmão como uma pessoa "muito dócil, calada e carinhosa, da qual as pessoas se aproveitavam".

"Nunca achei que Michael vivesse até ficar idoso", assinala a entrevistada, convencida de que Michael Jackson era "a pessoa mais só do mundo" e que "antes ou depois ia lhe acontecer algo terrível".

Nas entrevistas revela outros detalhes, como que o cantor não morreu na sua cama, mas na do médico que vivia com ele, Conrad Murray, o qual acusa de desaparecer do hospital ao qual foi levado o cantor quando ela começou a fazer-lhe perguntas. Latoya assegura que foi ela quem insistiu em que fosse feita uma segunda autópsia no cadáver após ver que "tinha marcas de picadas no pescoço e nos braços", e antecipou que conhecer os resultados finais "será um choque" para todo mundo.

Também afirma que espera que se encontre um testamento do seu irmão posterior ao de 2002, no qual Michael Jackson expressa o seu desejo que os seus filhos vivam com Diana Ross, e que "as histórias que o seu coração foi tirado (durante a autópsia) não são verdade".

Sobre o futuro dos filhos do "rei do pop", Latoya declara que nunca deixará que vão viver com sua mãe biológica, Debbie Rowe, à qual acusa de fazer parte do tipo de pessoas que "esteve junto a Michael só porque lhe interessava o seu dinheiro". Latoya acredita que as crianças continuem com os Jackson e dá alguns detalhes de como reagiram à morte do seu pai. Segundo o seu relato, as crianças não pararam de chorar até que puderam passar 30 minutos junto ao corpo do seu pai e puderam se despedir dele.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Autor Dan Brown muda para Washington por novo livro

O autor Dan Brown está de mudança para Washington para continuar com a sua bem-sucedida série de livros sobre a teoria da conspiração "O Código Da Vinci".

O último romance de Brown, "O Símbolo Perdido", será lançado a 15 de setembro e de novo retrata o simbologista fictício de Harvard Robert Langdon, numa história que se realiza num período de 12 horas.

O local e a trama do livro estavam guardados em segredo até que a editora lançou duas capas do livro nesta quarta-feira, no início de uma campanha promocional que inclui palavras cruzadas online e códigos.

A capa norte-americana do livro traz uma imagem do Capitólio com um lacre de cera vermelho contra um fundo de símbolos, enquanto a capa na Grã-Bretanha e na Austrália traz o Capitólio e uma chave.

O editor de Brown nos Estados Unidos, Jason Kaufman, da Knof Doubleday, uma marca da editora Random House, disse em um comunicado que o livro é "em grande medida" passado em Washington, mas "é uma Washington pouco reconhecida".

"Como podemos esperar, o escritor tira o véu - revelando um mundo não visto de misticismo, sociedades secretas, e locais escondidos... que mostra uma época anterior da América", disse Kaufman.

"O Símbolo Perdido" terá 6,5 milhões de cópias na primeira impressão em língua inglesa - a maior impressão da Random House, uma unidade do grupo alemão Bertelsmann AG.

"O Código Da Vinci" teve mais de 81 milhões de cópias impressas desde seu lançamento em 2003 e ficou no topo dos livros mais vendidos no mundo todo, com uma história que despertou indignação no Vaticano e em muitos católicos devido à história ficcional sobre conspiração na Igreja.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

McCartney nega que Michael quisesse ceder músicas dos Beatles

O ex-Beatle Paul McCartney deu seu parecer nesta quarta-feira, 8, sobre as informações segundo as quais Michael Jackson queria entregá-lo a sua parte sobre os direitos das canções do grupo inglês, cujos 50% são de propriedade do "rei do pop" desde os anos 80.

Em declaração divulgada no seu site oficial, McCartney afirma que "há algum tempo, a imprensa apareceu com a ideia de que Michael Jackson iria deixar-me a sua parte sobre os direitos dos Beatles no seu testamento". Segundo o músico, essas informações "foram completamente inventadas".

"Agora a informação é de que estou desolado ao saber que não me deixou as canções. Isto é completamente falso. Não tinha pensado nem por um minuto que as primeiras informações fossem verdade e, portanto, as notícias de que estou desolado são também totalmente falsas. Não acreditem em tudo o que leem", escreveu o ex-Beatle.

Michael Jackson comprou a empresa Northern Songs, que era a proprietária da maioria das canções compostas por Paul McCartney e John Lennon como membros dos Beatles, em meados dos anos 80, em um leilão no qual ofereceu mais dinheiro do que o baixista do grupo.

Esses 50% sobre os direitos das músicas dos Beatles é um dos ativos mais rentáveis e com garantia de futuro do falecido cantor, já que o seu valor estimado está em torno dos US$ 480 milhões.

McCartney declarou que, embora a amizade que manteve com Jackson nos anos 80 tenha se debilitado ao longo do tempo, ambos nunca deixaram de se considerar amigos, e tem "uma lembrança carinhosa" do tempo que passaram juntos.

"Em momentos como este, a imprensa tende a inventar coisas. Portanto, de vez em quando sinto a necessidade de deixar as coisas claras", termina o comunicado.

Moçambique: Caça furtiva, uma chaga

A Polícia moçambicana (PRM) deteve a 25 de Junho último dois cidadãos estrangeiros, na cidade da Beira, capital da província central de Sofala, por crime de abate ilegal do animal protegido, caça em período de defeso, posse ilegal de armas de fogo e furto de dispositivo electrónico.

Segundo o Departamento de Comunicação do Parque Nacional de Gorongoza (PNG), trata-se de Victor Ildefonso Anselmo, 47 anos, e Juliene Raymond, 56 anos, de nacionalidade portuguesa e francesa respectivamente.

Ambos são indiciados de abate ilegal de um elefante e apoderado indevidamente de um colar – transmissor do sinal via satélite do PNG, no dia 18 ou 19 de Junho último, perto de Chiramba, no distrito de Chemba.

Leia mais: Estrangeiros detidos por caça ilegal de elefantes

Segundo o director do Departamento de Conservação do PNG, Carlos Lopes Pereira, “o elefante denominado G4, facilmente identificável pelo colar – transmissor de grande porte que levava ao pescoço, movimentava-se, frequentemente, entre o Parque e o rio Zambeze, passando pelas Coutadas de Caça, facto conhecido pelos responsáveis e pelas comunidades”.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Mia Couto – Homenageado no Brasil, afirma que reforma ortográfica não faz sentido

Antes da unificação da grafia da língua portuguesa nos países africanos que falam oficialmente o português, é preciso discutir questões do âmbito social e político, defende o escritor moçambicano Mia Couto para quem a reforma ortográfica não faz sentido.

"Eu não tenho uma posição militante em relação a isso, não dou essa importância. Reconheço que pode haver algumas razões para se fazer uma reforma ortográfica. Eu sou crítico ao discurso que foi feito para justificar o acordo para ficarmos mais próximos, para nos entendermos melhor, isso é mesmo mentira", disse.

Para Mia Couto, os falantes da língua portuguesa já se entendem, "é mentira que tenhamos nos afastado do ponto de vista cultural do conhecimento". E complementa que "nós já nos entendemos, eu sempre li brasileiros sem dificuldade nenhuma".

De acordo com o sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras que está no Rio de Janeiro para o Festival de Teatro da Língua Portuguesa, o que afasta o mundo lusófono são as "opções políticas e estratégias que as elites desses países têm". Se estas questões não forem discutidas, segundo disse à Lusa o escritor moçambicano, "vamos criar um mal entendido pensando que automaticamente, por uma razão técnica, nós vamos chegar a uma maior proximidade".

Mia Couto diz sentir prazer em ler autores brasileiros com "elementos gráficos diferentes para que essa diversidade esteja presente". E refere não ter "medo de uma língua que tenha diversidades com a tradução de marcas culturais e geográficas, não temos que ter medo disso".

Ele afirma-se resistente ao Acordo Ortográfico que no Brasil vigora desde 1 de Janeiro deste ano. Para o escritor, os países pobres de língua portuguesa precisam "resolver uma série de outras coisas antes (da reforma) que não sei se estão a ser discutidas".

"Entendo que em Portugal este assunto foi tido com muito mais nervos e componentes psicológicos" e contrapôs que em Moçambique, um país com mais de 25 línguas africanas, o português é tido como segunda língua. "As pessoas lá são quase sempre multilíngues, pois falam duas ou três línguas africanas."

Com seu livro recém lançado no Brasil "Antes de nascer o mundo", cujo título em Portugal e em Moçambique é "Jesusalém", Mia Couto considera-se antes de tudo um poeta e diz que o que lhe fascina na prosa é o "poder fazer a criação poética, não só em cima da linguagem, mas em cima da narrativa".

"Para mim a poesia não é só um gênero literário, é uma maneira de eu ver o mundo, de eu sentir o mundo", salientou ao destacar que a literatura ainda pode causar encantamento e criar utopias.

"A literatura pode mostrar o gosto de se poder sonhar e se poder construir outros dias. Não é o escritor que desenha um caminho para a saída, mas ele mostra que há um prazer em encontrar um mundo para além desse", declarou.

Após 16 anos de guerra civil com um saldo de um milhão de mortos, Mia Couto se diz céptico, mas que a literatura pode ajudar a cicatrizar as feridas.

"Eu faço arte, literatura, e sou movido por este desejo de ter um compromisso ético de criar uma sociedade nova em Moçambique, um mundo mais justo com mais verdade", explicou.

Mia Couto é homenageado na abertura de Festival de Teatro no Brasil

O escritor moçambicano Mia Couto foi o homenageado no Festival de Teatro da Língua Portuguesa (Festlip) que decorre até dia 12, no Rio de Janeiro, e leva ao Brasil onze espectáculos teatrais de seis países lusófonos.

"Estamos a consolidar uma parte da cultura de nossa língua portuguesa. O Mia Couto é homenageado pelo que ele representa e pelo incentivo que dá aos grupos de teatro. É uma pessoa que o teatro de língua portuguesa tem se alimentado", afirmou na noite de abertura do festival a idealizadora do evento, a actriz e produtora Tânia Pires.

Esta segunda edição do festival que já integra o calendário cultural carioca reúne 80 profissionais de teatro de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal.

Cada país será representado por duas companhias, a excepção de Guiné-Bissau, que faz sua estreia no Festlip com montagem do Grupo do Teatro do Oprimido, criado no país pelo recém-falecido dramaturgo Augusto Boal.

Na programação, além da palestra de Mia Couto cujo tema será a "metamorfose da literatura para o teatro", será encenado pelo Grupo Tijac, de Moçambique, o espectáculo "Mar me Quer", baseado na obra de sua autoria.

Mia Couto disse ter tido dúvidas se aceitava o convite para o festival e afirmou ter pensado em declinar e dedicou a homenagem a todos os "heróis fazedores de teatro".

O escritor disse que na reprodução das suas obras literárias para o teatro e para o cinema, há uma "tentação de que aquilo que fizemos pelo menos não morra".

"Significa que há um diálogo entre linguagens diferentes. Transplantar significa exactamente semear no outro terreno e o que vai nascer será uma outra coisa, eu noto que meu trabalho serviu de inspiração, de ponto de partida", afirmou, ao referir que procura não ter a expectativa de que o que está a ser feito possa ser um "prolongamento" de sua obra.

Nascido em Beira, Moçambique, em 1955, Mia Couto é sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras. Além de jornalista, ex-militante político e biólogo, Mia Couto é considerado um dos grandes escritores contemporâneos africanos de literatura de expressão portuguesa.

Entre seus prémios, o moçambicano foi distinguido pelo conjunto da sua obra com o Prémio Vergílio Ferreira 1999 e também recebeu o Prémio União Latina de Literaturas Românicas em 2007.

A expectativa para este ano é de que cerca de 18 mil pessoas circulem pelas eventos culturais e assistam aos espectáculos teatrais, todos com entrada franca.

O segundo Festlip conta com apoio das embaixadas de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Portugal, Instituto Camões, Ministério da Cultura, Fundação Palmares e Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).