Um ícone do fotojornalismo dos anos 70 e 80, a agência francesa Gamma, uma das mais respeitadas do mundo, está a enfrentar o risco iminente de falência. A empresa, fundada em 1966 por Raymond Depardon e Jean Lattès, teve a concordata decretada no fim de julho e recebeu um prazo de seis meses do Tribunal de Comércio de Paris para pagar as dívidas e encontrar novos investidores. A crise, segundo seus actuais proprietários, é causada principalmente pela redução do espaço para as grandes reportagens na mídia global.
Os problemas financeiros vieram à superfície em 30 de julho, quando o Grupo Eyedea Presse, proprietário da agência, fez o pedido de concordata no Tribunal de Comércio de Paris, depois de experimentar perdas de 3 milhões em 2008.
A Gamma e a Rapho - a mais antiga agência de fotojornalismo da França, propriedade do mesmo grupo - empregam hoje 55 pessoas, dos quais 14 fotógrafos.
Ao lado das agências Sygma e Sipa, a Gamma passou a ser referência no jornalismo europeu pouco após a sua criação. A sua estratégia era investir em fotos de personalidades, ao mesmo tempo em que fazia grandes reportagens, muitas das quais em zonas de conflito em todo o mundo. Além disso, abrigava nos seus quadros profissionais que se tornaram referências internacionais.
De acordo com o director-presidente de Eyedea, Stéphane Ledoux, parte das dificuldades financeiras está relacionada justamente ao seu modelo de negócios. “A imprensa não se interessa mais pelos temas profundos, cuja produção custa caro e é vendida cada vez mais barata", argumenta.
Hugue Vassal, fotógrafo e um dos fundadores da agência, entretanto, tem outra análise para a concordata. Para ele, a mudança na forma de pagamento dos profissionais, que previa a divisão do lucro de uma foto em 50% para a agência e 50% para o fotógrafo - um modelo do qual a Gamma fora uma das pioneiras -, teria diminuído o interesse de grandes fotógrafos, resultando em queda da qualidade.
Outra razão, segundo Vassal, teria sido o advento da foto digital. "Hoje, numa guerra ou num terremoto, teremos a foto de todo modo. Na época, vendíamos uma reportagem por 15 mil. Hoje, vende-se por 3 mil. A época de ouro acabou."
Os problemas financeiros vieram à superfície em 30 de julho, quando o Grupo Eyedea Presse, proprietário da agência, fez o pedido de concordata no Tribunal de Comércio de Paris, depois de experimentar perdas de 3 milhões em 2008.
A Gamma e a Rapho - a mais antiga agência de fotojornalismo da França, propriedade do mesmo grupo - empregam hoje 55 pessoas, dos quais 14 fotógrafos.
Ao lado das agências Sygma e Sipa, a Gamma passou a ser referência no jornalismo europeu pouco após a sua criação. A sua estratégia era investir em fotos de personalidades, ao mesmo tempo em que fazia grandes reportagens, muitas das quais em zonas de conflito em todo o mundo. Além disso, abrigava nos seus quadros profissionais que se tornaram referências internacionais.
De acordo com o director-presidente de Eyedea, Stéphane Ledoux, parte das dificuldades financeiras está relacionada justamente ao seu modelo de negócios. “A imprensa não se interessa mais pelos temas profundos, cuja produção custa caro e é vendida cada vez mais barata", argumenta.
Hugue Vassal, fotógrafo e um dos fundadores da agência, entretanto, tem outra análise para a concordata. Para ele, a mudança na forma de pagamento dos profissionais, que previa a divisão do lucro de uma foto em 50% para a agência e 50% para o fotógrafo - um modelo do qual a Gamma fora uma das pioneiras -, teria diminuído o interesse de grandes fotógrafos, resultando em queda da qualidade.
Outra razão, segundo Vassal, teria sido o advento da foto digital. "Hoje, numa guerra ou num terremoto, teremos a foto de todo modo. Na época, vendíamos uma reportagem por 15 mil. Hoje, vende-se por 3 mil. A época de ouro acabou."
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