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domingo, 8 de fevereiro de 2009

Quem vai ser a primeira dama da África do Sul?

Por: Susana Salvador, in DN, 08.02.09


"Há muitos políticos que têm amantes e filhos que escondem para fingir que são monógamos. Eu prefiro ser aberto. Amo as minhas mulheres e tenho orgulho nos meus filhos." Jacob Zuma, o zulu que é líder do Congresso Nacional Africano (ANC) e favorito à vitória nas presidenciais de Abril, não podia ser mais directo. Mas a sua poligamia, que é legal na África do Sul, pode tornar-se num verdadeiro problema de protocolo, caso seja eleito. Afinal, quem será a primeira dama?


Thobeka Mabhija, de 34 anos, deve tornar-se em 2010 na mulher número cinco de Zuma, de 66 anos. Os últimos preparativos para o casamento com a mãe de dois dos seus 17 ou 18 filhos (o número certo nunca foi revelado) foram dados em Janeiro, um ano depois da boda com Nompumelelo Mantuli - a número quatro. E diz-se que Zuma está já a pensar na número seis, Bongi Ngema, que é a mãe de um dos seus filhos mais novos, de quase dois anos.


A última candidata a primeira dama é Sizakele Khumalo (a esposa número um), que ele conheceu em 1959 e que vive na sua mansão em Nkandla, na província de KwaZulu-Naral. Já Nkosazana Dlamini e Nancy são cartas fora do baralho. Zuma divorciou-se em 1998 de Dlamini, a número dois, que já foi ministra dos Negócios Estrangeiros, devido a "diferenças irreconciliáveis" e a terceira mulher suicidou-se em 2000, deixando uma carta em que dizia que os 24 anos de vida de casada tinham sido "amargos e dolorosos".


Três outras mulheres cruzam o seu percurso. Minah Shongwe é um antigo amor e a mãe do seu filho mais velho, Edward, de 30 anos. A princesa Sebentile Dlamini, neta do falecido rei Sobhuza III da Suazilândia, continua à espera de Zuma, depois deste ter pago parte do labolo pela sua mão (dez vacas) em 2002. Finalmente há a jovem seropositiva, amiga da família, que o líder do ANC terá violado: em tribunal Zuma explicou que ela usava uma saia pelo joelho o que, no costume zulu, é uma provocação. E que não usou preservativo, mas tomou um duche depois para se proteger do vírus.


A poligamia, prática comum entre os zulus, é legal. Basta que o homem declare a escolha no primeiro casamento e que as mulheres dêem autorização para as novas bodas. Há contudo quem diga que é um costume antiquado e vai contra a Constituição, que estabelece a igualdade entre os sexos.


Por outro lado, o custo de criar uma família numerosa é elevado. O conselheiro financeiro de Zuma foi condenado por fraude e corrupção em pagamentos feitos em seu nome. Acusações idênticas recaem sobre o próprio líder do ANC, que não está livre da Justiça.


A poligamia pode ainda revelar-se uma desvantagem caso os sul-africanos decidam que não querem arcar com os custos das várias mulheres do eventual presidente. Talvez para evitar que se fale de si, Zuma saiu em defesa do Presidente Kgalema Motlanthe, ele próprio envolvido num escândalo sobre as várias mulheres da sua vida: "A vida privada de Motlanthe não tem nada a ver com a forma como dirige o país."


O número dois do ANC, de 59 anos, está separado (mas não divorciado) de Mapula, mãe dos seus três filhos. Contudo, há vários anos que mantém um relacionamento com uma colega do partido, Gugu Mtshali (que se divorciou em Dezembro do seu marido de há 17 anos). Ainda assim, o verdadeiro escândalo é o facto de o Presidente estar aparentemente envolvido com outra mulher, de apenas 24 anos, que ainda por cima está na fase final da gravidez. É caso para perguntar, como fez a imprensa sul-africana, "Quem é a nossa primeira dama?"

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