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segunda-feira, 28 de julho de 2008

Cem anos do FIBI

É a polícia mais famosa do mundo. Prendeu ladrões, executou mafiosos e arrastou para a lama alguns políticos. Para muitos, é a guardiã da segurança norte-americana. Para outros, o FBI ameaça as liberdades. Ao festejar um século de existência, a Agência Federal de Investigação - FBI, na sigla inglesa -, continua como no dia em que foi criada: controversa.
Foi a 24 de Julho de 1908 que o procurador-geral, Charles Bonaparte, descendente de Napoleão, sugeriu ao Presidente Theodore Roosevelt a criação uma equipa especial de investigação para o Departamento de Justiça. De início contava apenas com 34 agentes e tinha poderes reduzidos. Mas a nomeação de um director, em 1924, mudou o rumo da polícia federal.
O polémico advogado John Edgar Hoover, então com 29 anos, chegava com a ambição de fazer do FBI uma grande maquina de investigação para combater a Mafia. A história dos anos da decadência, também chamada 'era do inimigo público', foi escrita com as aventuras de gangs e mafiosos. E Hoover soube usar a explosão da criminalidade como pretexto para reclamar o aumento dos poderes e autoridade da sua polícia.
Sob a sua liderança, o FBI venceu a guerra contra os mafiosos e passou incólume o período da II Guerra Mundial. Mas nos negros anos 50 a organização usou os seus poderes aos serviço do maccartismo. Hoover foi mesmo um dos protagonistas da 'caça às bruxas' comunistas que varreu a América.
A má imagem então deixada só foi apagada durante os anos 60. O FBI tomou parte na luta pelos direitos humanos, tendo levado à prisão os líderes do Klu Klux Klan, uma organização racista dos Estados Unidos. Hoover morreu em 1972, após 48 anos à frente da organização. Nessa altura, ficou claro que o ex-director tinha atropelado direitos humanos em várias cruzadas pessoais.
Mas a mudança de liderança não tirou o FBI das capas do jornais. Por bons e maus motivos. Nos últimos anos, a polícia federal capturou o homem que fez explodir o centro comercial em Oklahoma, Timothy Mc Veigh, e o serial killer, Ted Bundy. Mais recentemente o FBI desvendou os crimes de colarinho branco da empresa eléctrica Enron. Os sucessos da polícia federal ficaram porém comprometidos depois de um relatório oficial ter concluido que a polícia podia ter evitado os atentados de 11 de Setembro.
Mesmo assim, na nova luta contra o terrorismo, o FBI viu aumentados os seus poderes e o orçamento em nome da segurança nacional. Os grupos de defesa dos direitos humanos têm denunciado recorrentemente as suas tácticas de investigação e comparado a luta contra o terrorismo como uma nova caça às bruxas.
A poucos meses da realização de eleições presidenciais na América e quando se adivinha uma nova política contra o terrorismo, o Congresso deu ouvidos às criticas. Os congressistas americanos rejeitaram este mês o novo orçamento da polícia federal, uma decisão que, já se diz, inicia um novo capítulo na história da polícia mais famosa do mundo.

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