Pelo mundo fora


contador gratis

Cascatas da Namaacha: sete anos depois da seca

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Paul Anka, autor de "My Way", mantém devoção à música

Pergunta: É difícil continuar a fazer 40 apresentações por ano?
Resposta: Na verdade faço 75. Muitas delas não são divulgadas. Faço shows para empresas, trabalho em cassinos. Hoje é muito mais fácil, acredite se quiser, do que era anos atrás, quando não havia tecnologia neste ramo. A gente não tinha controle sobre o que queria fazer, como tem hoje. Quando trabalhávamos para a máfia em Las Vegas, eles nos diziam o que fazer, onde e como, e não havia discussão (ri). Era uma grande lição. Aprendíamos muito em termos de foco, integridade e profissionalismo.
P: Você poderia falar mais sobre a máfia?
R: Quando comecei no ramo musical, era tudo praticamente controlado pela máfia. Naquela época a máfia era dona de tudo, controlava tudo, e a gente tinha que trabalhar para ela. Não havia outro lugar para trabalhar, até que os Beatles abriram o mercado, então o hard rock chegou nos anos 1960, e os locais onde se tocava mudaram. Mas a gente trabalhava para aqueles sujeitos, estávamos ali com Frank Sinatra, Sammy Davis e Dean Martin, e era bastante interessante.
P: Então as coisas estão mais fáceis hoje?
R: Estão mais fáceis, mas acho que o mundo se tornou mais perigoso. Naquela época, (o presidente dos EUA John) Kennedy podia vir, havia garotas, dançarinas, prostitutas, e nada disso saía nos jornais. No mundo da grande mídia hoje, isso não é mais possível. A imprensa fica em cima dessas pessoas, Britney Spears ou qualquer outra pessoa.
P: Falando em mudanças tecnológicas no ramo musical, o que você acha dos downloads?
R: O ramo musical mudou e vai mudar mais. Acho que os CDs ficarão obsoletos, as gravadoras com as quais trabalho ficarão obsoletas. É como no ramo do cinema ou qualquer uma dessas infra-estruturas: a gente tem que trabalhar com a evolução dos tempos. Mas acho que tudo se resolverá a partir do momento em que as pessoas aceitarem qual é o novo modelo.
P: Foi difícil livrar-se do rótulo de "ídolo teen"?
R: Eu diria que os anos 1960 foram a época mais difícil, em termos de carregar aquele rótulo como um peso. Mas foi curioso porque, enquanto outros eram colocados de escanteio, eu continuei a funcionar e a ganhar a vida muito bem, talvez pelo fato de ser letrista. "My Way" marcou a virada para mim, porque deixei de ser um letrista adolescente. Passei a ser o cara que escrevia letras para seu parceiro.
P: Olhando para trás, tantas pessoas no mundo da música não sobreviveram, mas você, sim. Existe algum segredo?
R: Todos nós fazemos escolhas na vida e eu aprendi isso ainda criança, porque ninguém queria me proteger. Eu me fiz sozinho, me cerquei de pessoas boas. Eu via Sinatra e todo aquele pessoas, como eles viviam bem. Aprendi com eles, mas também aprendi com eles o que não fazer: o álcool, as drogas. É a sobrevivência de quem está mais em forma. Passei por isso com Elvis e entendi que esses caras não estavam sabendo lidar com o sucesso e que eu não queria me isolar de quem eu era, de minhas origens.
P: Você não pensa em se aposentar?
R: Não acredito na aposentadoria. Se você olha para a expectativa de vida, hoje, a chave dela é a atividade. Sou uma pessoa que cuida da saúde. Eu sei que preciso da atividade, preciso continuar a fazer o que eu amo.

Sem comentários:

Enviar um comentário