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quarta-feira, 23 de julho de 2008

México: Frases do Antigo Testamento em mensagens contra a Sida

Uma campanha apresentada na passada terça-feira no México utiliza frases do Antigo Testamento para promover o uso do preservativo entre a população do país como meio para combater a expansão da Sida.
“Ama ao teu próximo como a ti mesmo. Usa preservativo” e "Gozar não é pecado. Arriscar a tua vida e a do teu parceiro, sim. Protege-te do HIV e da SIDA” são os lemas desta iniciativa promovida por duas associações: a Rede Nacional Católica de Jovens pelo Direito a Decidir e Católicas pelo Direito a Decidir.
A campanha consistirá em cartazes e folhetos divulgados nos comboios e estações do metro da capital mexicana antes e durante a Conferencia Internacional sobre Sida 2008, que se realiza na cidade de 3 a 8 de Agosto.
Os cartazes já estão expostos, disse em conferência de imprensa a porta-voz de uma das organizações promotoras da campanha, explicando que nestes cartazes, além das palavras de ordem principais, aparecem frases do Antigo Testamento.
As citações, precisou a nossa fonte, exaltam o amor como sentimento sagrado, exemplificando-o poeticamente na relação entre duas pessoas para, deste modo, afirmar que “gozar não é pecado”.
“Amado meu! que delicioso eras, que delicioso! O nosso leito e só de folhagem”, “Serão teus peitos como cachos de uva e a tua respiração como perfume de maçãs” e “Debaixo da tua língua encontra-se leite e mel” são as três referências do “Cântico dos Cânticos”.
Este livro do Antigo Testamento, que narra a relação amorosa entre um homem e uma mulher, consta de 117 versículos que numa Bíblia normal não ocupariam mais de dez páginas, diz o teólogo dominicano Frei Julian Cruzalta.
A Igreja Católica interpretou tradicionalmente este texto de forma simbólica, procurando “uma alegoria do amor de Deus com a sua igreja”, disse Cruzalta.
Todavia, o religioso chamou a atenção para o facto de que o actual Papa Bento Dezasseis, ter aludido na sua primeira Encíclica à sexualidade como dom de Deus, o que supõe uma declaração sem precedentes no Vaticano.
Apesar desta incipiente alteração da atitude na hierarquia católica, os promotores da campanha criticam a sua posição, que se opõe ao uso do preservativo e que defende a abstinência como método para travar a expansão do HIV.
A porta-voz das jovens católicas mexicanas reclama, ao dizer que é necessária uma hierarquia mais realista e consciente dos problemas dos seus paroquianos já que no interior da igreja há muitas pessoas comprometidas com o uso do preservativo.
Por seu lado, o representante do Fundo da População das Nações Unidas no México, defendeu o uso do preservativo como o único meio para prevenir o avanço da epidemia e também como método de controlo populacional.
Considera ele que com as actuais taxas de natalidade, o México duplicará a sua população em cada vinte anos o qu, na sua óptica é insustentável.
No México, estima-se que haja cento e oitenta mil pessoas infectadas ou doentes com HIV/SIDA e todos os anos são detectados entre oito mil e oito mil e quinhentos casos da doença.
Entre os jovens mexicanos que utilizam métodos anticoncepcionais e que têm idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos, 94 por cento recorre ao preservativo nas suas relações sexuais.

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