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sábado, 23 de agosto de 2008

Celebridade, Obama pode ser o primeiro negro na Casa Branca



O candidato democrata à Casa Branca nasceu no Havaí e cresceu entre os Estados Unidos e a Indonésia. Em janeiro do ano passado, o senador Barack Hussein Obama, filho de um negro queniano e de uma americana branca, decidiu concorrer à Presidência. Durante quase um ano e meio, Obama, de 47 anos, enfrentou uma acirrada disputa pela indicação do Partido Democrata, que culminou nas eleições primárias, quando desafiou o favoritismo da rival Hillary Clinton. A 3 de junho, após uma sessão das primárias que foi até o último pleito, o senador venceu a batalha, assegurou a nomeação da legenda e tornou-se o primeiro negro a disputar a Presidência dos EUA.

A primeira aparição nacional de Obama, uma figura popular do Partido Democrata, foi num discurso que agitou a convenção nacional da legenda em 2004. O senador enfatizou a sua história pessoal num pronunciamento que reflectia os tradicionais ideais do sonho e esperança americana. "Pelo seu trabalho duro e perseverança, o meu pai conseguiu uma bolsa de estudos num lugar mágico - a América, que apareceu como um farol da liberdade e oportunidade para muitos outros que vieram antes", disse.

Meses depois, Obama teve uma vitória esmagadora e elegeu-se senador pelo Estado de Illinois. Desde então, o candidato democrata ganhou projecção na mídia americana e tornou-se um dos políticos mais conhecidos de Washington.

Trajetória

Após o nascimento de Obama, o seu pai, de mesmo nome, voltou ao Quênia. O democrata ficou com a sua mãe no Havaí e passou alguns anos na Indonésia. Mais tarde, Obama mudou-se para Nova Iorque, onde se formou pela Universidade de Columbia em 1983. Aqui graduou-se em direito e foi viver em Chicago em 1985, onde se tornou líder comunitário.


O sucesso das suas acções na comunidade levou o senador para a política. Em Chicago, ele trabalhou como professor de direito e defensor dos direitos civis. Durante a sua passagem pela Universidade de Harvard, entre 1988 e 1991, Obama tornou-se no primeiro negro a presidir o jornal interno da instituição.

Em outubro de 1992 casou-se com Michelle Obama, com quem teve duas filhas - Malia Ann, que nasceu em 1998, e Natasha, em 2001. Em 2004, já eleito senador, actuou como um forte defensor dos ideais liberais, mas também trabalhou com os seus colegas republicanos em outro projectos, sobretudo na consciencialização e prevenção da Sida.

Campanha

O lema da campanha presidencial de Obama é a mudança. Aproveitando-se da baixa popularidade do actual presidente George W. Bush, membro do Partido Republicano, o democrata propõe, entre outras questões, mudanças na política externa, no sector energético e na economia dos EUA.

Nas eleições de 2004, o eleitorado, ainda assombrado com o terrorismo, priorizava o debate sobre a segurança nacional, o que rendeu a reeleição de Bush e a continuidade da sua guerra contra o terrorismo. Neste pleito, a economia aparece no topo da lista das preocupações dos americanos, e Obama, de acordo com pesquisas recentes, sai-se melhor nesse quesito do que o rival republicano John McCain.



Apesar do seu pai e padrasto serem muçulmanos, o senador se diz cristão, e estudou em escolas católicas ou seculares. Durante as eleições primárias, Obama afastou-se da Igreja Unida Trindade de Cristo, após o pastor, Jeremiah Wright, ganhar destaque na mídia americana com os seus discursos controversos. Wrigh, que realizou o casamento do candidato democrata e baptizou as suas duas filhas, chegou a dizer que os EUA inventaram o HIV para exterminar as minorias. Em março, Obama, membro da igreja por quase duas décadas, anunciou o seu afastamento e condenou os sermões do reverendo.

Questão racial


Ao longo da corrida presidencial, a questão racial permeou a campanha de Obama.

Num discurso em março na Filadélfia, o senador falou abertamente sobre o assunto, ao rejeitar as palavras de Jeremiah Wright, que pouco antes havia feito um sermão da temática racial.

"No primeiro ano desta campanha, contrariando todas as previsões, nós vimos o quanto o povo americano está faminto por uma mensagem de unidade. Apesar da tentação de enxergar a minha candidatura exclusivamente pela óptica racial, conquistamos vitórias incontestáveis em Estados onde a população é predominantemente branca", disse Obama no discurso.

"Isso não implica dizer que a raça não tenha um papel nesta campanha. Em vários momentos, a imprensa definiu-me como negro demais ou negro de menos. Vimos essa questão ganhar forte repercussão na semana da primária da Carolina do Sul. A mídia vem procurando em todas as pesquisas de boca-de-urna os indícios da divisão racial", completou.

Popstar

Em julho, o senador democrata foi recebido como um astro pop em Berlim. Perante um público estimado em 200 mil pessoas, houve quem subisse em postes para ouvir o discurso de Obama junto à Colina da Vitória, no centro da capital alemã. A viagem foi parte de um périplo pela Europa e Médio Oriente, acompanhada com destaque pela imprensa internacional.

Nos EUA, o seu carisma resultou na "Obamamania". Os discursos do candidato no país são sempre acompanhados por empolgados eleitores. Muitos deles são jovens, que se identificam com a mensagem de mudança da campanha democrata.

Além da actuação na política, Obama é um escritor de sucesso. Os seus livros - A Audácia da Esperança (2007), A Origem dos Meus Sonhos (2008) e Dreams From My Father (2004) - tornaram-se best-sellers nos Estados Unidos.

Quando tem um tempo livre, o candidato democrata disse à revista especializada em música Rolling Stone que recorre ao seu aparelho de MP3 para ouvir Stevie Wonder, Bob Dylan, Yo-Yo Ma e Sheryl Crow. "Tenho gostos muito ecléticos", ressalta Obama, que cresceu na década de 70 escutando Stevie Wonder, Rolling Stones e Elton John. Alguns dos seus artistas favoritos expressaram publicamente apoio à sua candidatura presidencial, entre eles Bruce Springsteen e Bob Dylan.

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