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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

França participou no genocídio do Ruanda, acusa o governo de Kigali

KIGALI - O governo do Ruanda acusou ontem, 5, altos funcionários do governo francês de envolvimento no genocídio de 800 mil pessoas em 1994. Entre os citados estão o ex-presidente francês François Mitterrand e o ex-primeiro-ministro, Dominique de Villepin.
O ministro francês dos Negócios Estrangeiros declarou que o seu governo ainda está a analisar as acusações documentadas pelo governo ruandês, e que, por enquanto, não irá fazer nenhuns comentários sobre o assunto.
O governo de Kigali e organizações de sobrevivente dos genocídio há vários anos têm acusado a França de ter treinado as milícias armadas e antigos militares governamentais que lideraram o genocídio.
As últimas acusações apresentadas são as mais detalhadas em relação as já divulgadas em outras ocasiões e apontam nominalmente altos funcionários franceses.
Mitterrand e Villepin aparecem numa lista de dezenas de outros nomes no final do documento, acusados de darem apoio de natureza "política, militar, diplomática e logística."
Recorde-se que militantes hutua e tutsis se combateram-se durante o massacre ocorrido entre abril e julho de 1994.
As autoridades francesas negaram várias vezes que a França tenha ajudado as forças hutu.
"Soldados franceses estão directamente envolvidos nos assassinatos", afirma o relatório do governo do Ruanda, compilado por uma equipe de investigadores independentes.
O mesmo documento refere que "Os soldados franceses cometeram vários estupros, especialmente de mulheres tutsi".
O ministro da justiça do Ruanda, Tharcisse Karugarama, afirmou que o país não tem planos imediatos para lançar acusações formais, mas o documento que estamos a citar "pode ser uma base para potenciais acusações individuais ou contra o Estado francês."
Em 1998, um painel parlamentar francês absolveu a França de ter responsabilidade no massacre, mas os deputados gauleses afirmaram que sucessivos governos franceses deram suporte diplomático e militar para o governo extremista de Ruanda entre 1990 e 1994.

Histórico do massacre

Cerca de 800 mil pessoas, a maioria da etnia tutsi, morreram em apenas cem dias durante o genocídio no Ruanda.
O país sempre conheceu divisões profundas entre a sua população, nomeadamente, entre membros da etnia hutu, que constituem 85% da população, e tutsi, que tradicionalmente são a elite do país.
Em 1994, o governo, formado por hutus, tentou desesperadamente conter o avanço dos rebeldes de etnia tutsi.
Em abril desse mesmo ano, um avião que transportava o presidente, um hutu, foi derrubado.
Em questão de horas, alguns membros do governo, incluindo o próprio primeiro-ministro, organizaram milícias para percorrer o país e, sistematicamente, assassinar tutsis.
Bloqueios foram criados nas estradas e qualquer pessoa que se identificasse como tutsi era morto com armas de fogo, mas mais frequentemente com golpes de catanas.
Vizinhos mataram os seus vizinhos e até hutus moderados que se recusaram a participar no massacre foram assassinados.
Mesmo freiras e padres foram considerados culpados de participar no genocídio.
A comunidade internacional fez pouco para impedir o massacre, mas depois as Nações Unidas criaram um tribunal internacional na cidade de Arusha, na Tanzânia, para julgar os líderes das milícias.

1 comentário:

  1. ISSO É MUITO TRISTE PENSAR QUE IRMÃOS PODEM MATAR IRMÃOS ASSIM SEM DÓ NEM PIEDADE.
    E O PIOR É QUE ISSO NÃO PAROU ISSO CONTINUA DESDE DA ÉPOCA DO HITLER E VAI CONTINUAR ATÉ ALGUÉM DIZER BASTA DE UM MODO MAIS SÉRIO

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