Maputo – A Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), que reúne os bispos católicos moçambicanos, manifestou a sua "extrema preocupação" face à "barbárie" contra os estrangeiros na África do Sul e atribuiu à frustração dos sul-africanos a causa da violência.
"Manifestamos a nossa extrema preocupação perante a situação em que se encontram muitos dos nossos irmãos e irmãs moçambicanos residentes na vizinha África do Sul, em consequência do aumento da intimidação, violência e morte a que eles estão sujeitos", pode ler-se na mensagem hoje divulgada.
Os bispos católicos referem ainda que "na sequência dos actos de barbárie e intolerância" registados na África do Sul, "mais de 40 moçambicanos foram gratuitamente linchados até à morte", o dobro das vítimas apontadas pelas autoridades moçambicanas no seu último balanço oficial, segunda-feira divulgado.
Na nota ontem divulgada, os bispos deploram o regresso inesperado de "mais de 30 mil" moçambicanos que tinham "ido trabalhar [para a África do Sul] em busca de melhores condições de vida para si e seus familiares", muitos dos quais foram "despojados dos seus haveres".
A onda de xenofobia na África do Sul começou no último dia 12 de Maio e já provocou mais de 60 mortos, 650 feridos, a saída forçada de mais de 40 mil estrangeiros e a deslocação para centros de refugiados internos de mais de 50 mil pessoas.
Para os líderes católicos moçambicanos, as causas da fúria dos cidadãos sul-africanos contra os imigrantes são a "degradação da condição social, distribuição desigual da riqueza e a exploração da mão-de-obra barata estrangeira em detrimento de trabalho e salários justos reivindicados pelos sul-africanos".
"Por outro lado, a riqueza gerada na África do Sul, que não é pequena, parece estar longe de ser distribuída equitativamente por todos. A vida melhor sonhada pelo povo sul-africano, com o fim do apartheid, não está sendo uma realidade", observa o prelado católico moçambicano.
A CEM faz um apelo ao Governo sul-africano no sentido de "compensar todos aqueles que perderam os seus bens nesta onda de xenofobia e que, deste modo, viram o seu futuro e o das suas famílias seriamente comprometido".
A exortação dos bispos católicos é igualmente estendida a todos os povos da África Austral, "para que se neutralizem os extremismos, uma vez que com esse tipo de manifestações todos sairão a perder".
Ao Governo moçambicano, os religiosos pedem que dialogue com as autoridades sul-africanas, para encontrarem formas de desencorajar a violência contra imigrantes.
Os bispos católicos moçambicanos instam as autoridades moçambicanas a formularem, "com a celeridade que o assunto exige, um plano exequível que concretize as melhores práticas de reintegração social" dos moçambicanos que fugiram da xenofobia na África do Sul.
A população moçambicana em geral é também evocada na mensagem episcopal, onde é feito um apelo à calma e contenção face a qualquer tipo de provocação e violência e é lembrado que Moçambique é "um exemplo mundial de resolução pacífica de conflitos".(X)
"Manifestamos a nossa extrema preocupação perante a situação em que se encontram muitos dos nossos irmãos e irmãs moçambicanos residentes na vizinha África do Sul, em consequência do aumento da intimidação, violência e morte a que eles estão sujeitos", pode ler-se na mensagem hoje divulgada.
Os bispos católicos referem ainda que "na sequência dos actos de barbárie e intolerância" registados na África do Sul, "mais de 40 moçambicanos foram gratuitamente linchados até à morte", o dobro das vítimas apontadas pelas autoridades moçambicanas no seu último balanço oficial, segunda-feira divulgado.
Na nota ontem divulgada, os bispos deploram o regresso inesperado de "mais de 30 mil" moçambicanos que tinham "ido trabalhar [para a África do Sul] em busca de melhores condições de vida para si e seus familiares", muitos dos quais foram "despojados dos seus haveres".
A onda de xenofobia na África do Sul começou no último dia 12 de Maio e já provocou mais de 60 mortos, 650 feridos, a saída forçada de mais de 40 mil estrangeiros e a deslocação para centros de refugiados internos de mais de 50 mil pessoas.
Para os líderes católicos moçambicanos, as causas da fúria dos cidadãos sul-africanos contra os imigrantes são a "degradação da condição social, distribuição desigual da riqueza e a exploração da mão-de-obra barata estrangeira em detrimento de trabalho e salários justos reivindicados pelos sul-africanos".
"Por outro lado, a riqueza gerada na África do Sul, que não é pequena, parece estar longe de ser distribuída equitativamente por todos. A vida melhor sonhada pelo povo sul-africano, com o fim do apartheid, não está sendo uma realidade", observa o prelado católico moçambicano.
A CEM faz um apelo ao Governo sul-africano no sentido de "compensar todos aqueles que perderam os seus bens nesta onda de xenofobia e que, deste modo, viram o seu futuro e o das suas famílias seriamente comprometido".
A exortação dos bispos católicos é igualmente estendida a todos os povos da África Austral, "para que se neutralizem os extremismos, uma vez que com esse tipo de manifestações todos sairão a perder".
Ao Governo moçambicano, os religiosos pedem que dialogue com as autoridades sul-africanas, para encontrarem formas de desencorajar a violência contra imigrantes.
Os bispos católicos moçambicanos instam as autoridades moçambicanas a formularem, "com a celeridade que o assunto exige, um plano exequível que concretize as melhores práticas de reintegração social" dos moçambicanos que fugiram da xenofobia na África do Sul.
A população moçambicana em geral é também evocada na mensagem episcopal, onde é feito um apelo à calma e contenção face a qualquer tipo de provocação e violência e é lembrado que Moçambique é "um exemplo mundial de resolução pacífica de conflitos".(X)
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