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terça-feira, 22 de julho de 2008

Barack Obama: Retirarei as nossas tropas do Iraque

Barack Obama*

A solicitação do primeiro-ministro Nuri al-Maliki para que se fixe um prazo para a saída das tropas americanas do Iraque é uma enorme oportunidade. Deveríamos aproveitar este momento e começar a nova distribuição das tropas de combate, que defendo há muito tempo, e é imprescindível para o nosso sucesso futuro no Iraque e para os interesses dos EUA no que se refere à segurança.
Contrariamente ao senador John McCain, eu me opus à guerra no Iraque antes que ela começasse, e, se eleito, a encerrarei. Foi um grave erro permitir que as nossas atenções fossem desviadas da luta contra a Al-Qaeda e o Taleban, invadindo um país que não representava uma ameaça iminente e nada tinha a ver com o 11 de Setembro. De lá para cá, morreram mais de 4 mil americanos e gastamos mais de US$ 1 trilhão. Os nossos militares estão sobrecarregadas. E quase todas as ameaças que enfrentamos - do Afeganistão à Al-Qaeda - intensificaram-se.
Nos 18 meses desde o anúncio do presidente Bush do envio de um reforço, as nossas tropas desempenharam heroicamente a missão de reduzir a violência. Novas tácticas protegeram os iraquianos, e as tribos sunitas rejeitaram a Al-Qaeda - enfraquecendo a sua eficiência.
Mas os factores que me levaram a manifestar oposição ao reforço continuam válidos. A pressão sobre os nossos soldados cresceu, a situação no Afeganistão agravou-se e gastamos no Iraque quase US$200 bilhões a mais do que previa o nosso orçamento. A boa notícia é que os líderes do Iraque querem assumir a responsabilidade do seu país e negociar a retirada. Ao mesmo tempo, o general James Dubik, encarregado de treinar as forças de segurança iraquianas, estimou que a polícia e o Exército iraquianos estarão prontos para assumir a segurança do país em 2009.
Mas somente com a retirada e redistribuição das nossas tropas poderemos pressionar os iraquianos a encontrarem uma solução política abrangente e a realizarem a transição assumindo a responsabilidade pela segurança e estabilidade do país. Em vez de aproveitar essa oportunidade e encorajar os iraquianos a melhorar a sua contribuição, o governo Bush e o senador McCain recusam-se a aceitar a transição - apesar das promessas feitas por eles de respeitar a vontade do governo soberano do Iraque. Segundo eles, a fixação de um prazo para a saída das tropas americanas implica uma "rendição", mesmo que estivéssemos a entregar o país a um governo soberano.
Esta não é uma estratégia para o sucesso - é uma estratégia que tem como objectivo permanecer, que vai contra a vontade do povo iraquiano, do povo americano e dos interesses da segurança dos EUA. É por isso que, no meu primeiro dia no cargo, eu daria aos militares uma nova missão: pôr fim à guerra.
Poderíamos perfeitamente retirar as nossas brigadas de combate com toda a segurança em 16 meses. No fim deste prazo estaríamos no verão (setentrional) de 2010. Encerrada a operação, permaneceria no Iraque uma força menor para a realização de missões específicas - perseguir os remanescentes da Al-Qaeda no Iraque e proteger os soldados americanos. Assim, não seria absolutamente uma retirada precipitada.
Como já afirmei, consultaria os comandantes de campo e o governo iraquiano para garantir que os nossos soldados fossem retirados e redistribuídos de maneira segura. Inicialmente, eles seriam retirados das áreas seguras e, depois, das áreas instáveis. Além disso, seria adoptada uma ofensiva diplomática com todas as nações da região a fim de assegurar a estabilidade do Iraque, e seriam destinados US$2 bilhões a uma nova iniciativa internacional para ajudar os refugiados iraquianos.
Pôr fim à guerra é essencial para cumprirmos o nosso objectivo estratégico mais amplo, a começar no Afeganistão e no Paquistão, onde o Taleban voltou a actuar e a Al-Qaeda dispõe de um refúgio seguro. O Iraque não é, e nunca foi, a frente principal da guerra contra o terror. Como ressaltou recentemente o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior conjunto, enquanto não reduzirmos a nossa missão no Iraque, não disporemos de recursos suficientes para acabar a nossa tarefa no Afeganistão.
Se eleito presidente, adoptarei uma nova estratégia, e começarei por enviar pelo menos mais duas brigadas de combate de apoio ao nosso esforço de guerra no Afeganistão. Para cumprirmos a nossa missão naquele país, precisamos de mais tropas, mais helicópteros, aperfeiçoar a colecta de informações e melhorar a assistência fora da área militar. Eu não tornaria os nossos soldados, os nossos recursos e a nossa política externa reféns de um desejo equivocado de manter bases permanentes no Iraque.
* Barack Obama, candidato democrata à presidência dos EUA, publicou este artigo no New York Times?

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