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terça-feira, 22 de julho de 2008

Radovan Karadzic: o homem da “limpeza étnica”

O antigo líder político sérvio Radovan Karadzic, preso nesta segunda-feira pelos serviços secretos sérvios, foi perseguido durante treze anos pela comunidade internacional, que o acusa de “limpeza étnica” na extinta Juguslávia.
Procurado por genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional de Haia, ele é considerado responsável, em particular, e juntamente com um assistente militar seu, pelo pior massacre na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, no qual foram mortos cerca de oito mil muçulmanos, em Srebrenica, em julho de 1995.
Era também procurado pelo seu papel no cerco a Sarajevo, que se arrastou por quarenta e trés meses e durante o qual mais de dez mil civis foram mortos.
Grande, com a cabeleira grisalha sempre revolta, Karadzic não era mais visto em público desde a sua fuga em 1996.
Considerado um monstro pelos croatas e pelos muçulmanos da Bósnia, para os sérvios, ele continua a ser um herói da guerra que dilacerou a Bósnia, de 1992-1995, após a proclamação da sua independência.
Nascido a 19 de junho de 1945, numa pequena cidade de Montenegro, Radovan Karadzic passou a infância numa aldeia perto da fronteira com a Bósnia.
O seu pai, do qual ele herdou o fervor nacionalista, foi preso por ter pertencido o movimento dos “Tchetniks”, grupo armado que combateu tanto os nazis, quanto os partidários comunistas de Bros Tito, durante a segunda Guerra Mundial.
Psiquiatra em Sarajevo nos anos de 1960, Radovan Karadzic começou a sua carreira política somente em 1990, tendo como mentor Slobodan Milosevic, o homem forte da Juguslávia, morto em março de 2006, na prisão do Tribunal Penas Internacional antes do fim do seu processo.
Após a queda do muro de Berlim, o vento de transformação que varria a antiga Europa Comunista atingiu a Juguslávia, que se dissolveu quando cada uma das suas seis repúblicas proclamaram a sua independência, em 1991.
Assim como Slobodan Milosevic, Tadovan Karadzic queria promover a anexação à Sérvia dos territórios povoados de sérvios na Croácia e na Bósnia, onde os sérvios representam cerca de quarenta e quatro por cento da população.
Auxiliado pelo general Ratko Mladic, Karadzic "limpa" a Bósnia dos seus elementos não sérvios, ocasionando que mais de um milhão de pessoas abandonam as suas cidades e duzentas são mortas durante a guerra.
Com os acordos de Dayton, no final de 1995, Karadzic proclama a Republica Srspka, enquanto os croatas e os muçulmanos dividem a outra metade do país, que se transforma na Federação croato-muçulmana.
Em Dayton, porém, Milosevic isola o aliado e, em julho de 1996, Karadzic é proibido de aparecer em público.
Entra então na clandestinidade, dispondo de uma poderosa rede de seguidores.
Uma lenda que o dava como intocável cresceu ao longo das operações frustradas da Nato para detê-lo, enquanto o Departamento de Estado norte-americano chegou a prometer uma recompensa de cinco milhões de dólares por qualquer informação que pudesse leva-lo à prisão.

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