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quarta-feira, 4 de junho de 2008

Cimeira da FAO prega "Revolução Verde" para África

ROMA (Reuters) - A cimeira da FAO, agência da ONU para alimentação e agricultura, pediu nesta quarta-feira aos países ricos que ajudem a "revolucionar" a agricultura nos países em desenvolvimento, especialmente na África, para que se produza mais alimentos.

"A crise alimentar global serve de alarme para que a África se lance numa "revolução vede" já há muito atrasada", disse o ministro nigeriano da Agricultura, Sayyadi Abba Ruma, no segundo dos três dias do evento.
"A cada segundo, uma criança morre de fome. A hora de agir é agora. Chega de retórica, mais acção!", afirmou o ministro.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, recebeu um abaixo-assinado sobre o tema, com mais de 300 mil nomes. O esboço da declaração final da cimeira diz que os 151 países participantes se comprometem a "eliminar a fome e assegurar comida para todos".
A FAO convocou a cimeira devido ao acentuado aumento dos preços nos últimos meses, o que ameaça levar a fome a mais 100 milhões de pessoas - além das 850 milhões que já sofrem do problema em todo o mundo.
Nos últimos anos, o preço de produtos como arroz, milho e trigo mais do que duplicou. A OCDE (entidade que reúne países desenvolvidos) estima que haverá um recuo a curto prazo, mas que na próxima década os alimentos podem subir mais 50 por cento.
Ban disse que a cimeira já é um sucesso. "Há uma clara sensação de resolução, responsabilidade compartilhada e compromisso político entre os Estados membros no sentido de fazer escolhas políticas correctas e investir na agricultura nos próximos anos."
"A fome degrada tudo contra o que estamos a lutar nos últimos anos e décadas. Temos o dever de agir, de agir agora e de agir unificadamente", afirmou o sul-coreano a jornalistas.
O seu antecessor na ONU, Kofi Annan, também está em Roma para assinar um acordo com as agências alimentares da ONU para estimular a produção agrícola em África.
"Esperamos promover uma revolução verde na África, que respeite a biodiversidade e as distintas regiões do continente", disse Annan, natural de Gana, que preside a Aliança para uma Revolução Verde no continente africano.
O novo mecanismo dará apoio técnico para melhorias no solo e gestão dos recursos hídricos, acesso a sementes e fertilizantes e desenvolvimento de infra-estrutura nas regiões mais férteis de África.
Um ministro nigeriano disse que o seu país tem potencial para se tornar "o cesto de alimentos da África". Mas as suas lavouras dependem 90 por cento das chuvas, o que as torna vulneráveis às alterações climáticas. E, segundo ele, 14 milhões de pequenos proprietários rurais usam técnicas "rudimentares".
A cimeira de Roma ditará o tom das decisões sobre a ajuda alimentar e subsídios a serem tomadas na cimeira do G8, em julho, no Japão. É possível que influencie também as negociações da chamada Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio.(X)


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