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quarta-feira, 4 de junho de 2008

Obama vence histórica nomeação e disputará Casa Branca

WASHINGTON - Barack Obama conquistou a indicação do Partido Democrata para disputar a Presidência dos Estados Unidos, ascendendo da obscuridade política para se tornar o primeiro negro a concorrer à Casa Branca com chances de ser eleito.
A rival Hillary Clinton, uma ex-primeira dama que entrou na corrida há 17 meses como favorita, parabenizou Obama, mas não admitiu a derrota. A senadora de Nova York disse que se reuniria com líderes partidários e apoiadores para saber qual será seu próximo passo.
O aumento de apoios de delegados não comprometidos ajudou a dar a Obama os 2.118 votos necessários para a nomeação, que teve as suas duas últimas primárias na terça-feira, com uma vitória de Obama em Montana e outra de Hillary na Dakota do Sul.
Obama deve aceitar a indicação na convenção democrata em agosto e vai enfrentar o republicano John McCain em novembro para suceder o presidente George W.Bush.
"Hoje à noite, nós marcamos o fim de uma jornada histórica com o começo de outra", disse Obama na celebração da vitória em St. Paul, no Estado de Minnesota, no local da convenção republicana, em setembro.
"Hoje eu posso ficar diante de vocês e dizer que eu serei o candidato democrata para presidente dos Estados Unidos", disse ele a cerca de 17.000 partidários.
A vitória de Obama sobre Hillary, projectada por redes de TV norte-americanas, veio de uma das mais acirradas disputas pela nomeação na história recente dos EUA. Cinco meses de votações e 54 idas às urnas encerraram na terça-feira com as participações nos Estados de Montana e Dakota do Sul.
Hillary, que teria sido a primeira mulher a concorrer à Presidência na história norte-americana, venceu na Dakota do Sul, somando mais de 1.900 delegados na sua campanha.
Diante da derrota, Hillary disse a membros nova-iorquinos do Congresso que estaria aberta à possibilidade de se tornar candidata a vice-presidente. Os partidários dela começaram a pressionar Obama para aceitá-la na legenda.
Ela disse aos seus partidários em Nova Iorque que trabalharia para unir o partido. Mas não admitiu a derrota.
"Essa foi uma campanha longa e eu não vou tomar nenhuma decisão hoje à noite", disse ela. "Nos próximos dias eu vou me reunir com os meus apoiantes e líderes partidários para determinar como ir adiante, com os melhores interesses do nosso partido e do meu país guiando o meu caminho."
McCain iniciou a sua disputa contra Obama com um comício em Louisiana, onde procurou distanciar-se de Bush e questionar a capacidade de julgamento de Obama. Ele chamou Obama de oponente "formidável", mas que não mostrou disposição de colocar de lado os interesses partidários.
"Ele é um homem impressionante, que dá uma óptima primeira impressão", afirmou McCain, 71, ex-prisioneiro da Guerra do Vietnam, a respeito de Obama. "Mas ele não se tem mostrado disposto a tomar decisões difíceis, desafiar o partido dele, arriscar-se às críticas dos seus partidários para trazer mudança de verdade para Washington. Eu fiz isso."
Obama questionou a extensão da independência de McCain e tentou ligá-lo a Bush.
NÃO TÃO INDEPENDENTE
"Apesar de John McCain poder legitimamente se vangloriar de momentos de independência do seu partido no passado, essa independência não tem sido a marca da sua campanha presidencial", afirmou.
"Existem muitas palavras para descrever a tentativa de John McCain de dissimular a sua adopção das políticas de George Bush como se fossem apartidárias e novas. Mas mudança não é uma delas."
Obama, 46, está no seu primeiro mandato no Senado dos EUA e seria o quinto presidente mais jovem da história se eleito. Ele era um senador no Estado de Illinois quando apareceu no cenário nacional com um celebrado discurso na convenção democrata de 2004.
A desgastante batalha dele contra Hillary dividiu o partido. Os eleitores mais bem educados, os mais endinheirados, os negros e os jovens maioritariamente apoiaram Obama, enquanto os latinos, os mais velhos e os brancos da classe média uniram- se principalmente em torno de Hillary.
Obama iniciou a disputa como azarento diante de Hillary, uma das mais conhecidas políticas norte-americanas, mas com alta rejeição.
Rapidamente ele conseguiu uma poderosa máquina de arrecadação que marcou recordes financeiros sucessivos para uma campanha presidencial e teve uma importante vitória inicial no Estado de Iowa, onde Hillary terminou em terceiro lugar.
Ele atraiu multidões ao longo da corrida, incluindo 75 mil em Oregon no maior comício político na história recente dos EUA.
Depois de bater Hillary, Obama a elogiou.
"A senadora Hillary Clinton fez história nesta campanha não apenas porque ela é uma mulher que fez o que nenhuma mulher fez antes, mas porque ela é uma líder que inspira milhões de americanos", afirmou.(X)

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