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quarta-feira, 4 de junho de 2008

ONU pede inquérito sobre morte de Vieira de Mello no Iraque

GENEBRA - Um investigador da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu na quarta-feira a abertura de um inquérito especial sobre o assassinato de 20 funcionários da entidade em Bagdad, em 2003, entre os quais o então alto comissário para os Direitos Humanos, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello.
Leandro Despouy, investigador especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre a independência de juízes, disse que o facto de nem o Iraque e nem as forças de ocupação norte-americanas terem esclarecido a verdade a respeito do crime minava a credibilidade daquela entidade mundial.
"Eu proponho a criação de uma comissão de inquérito composta por especialistas de renome a fim de finalmente esclarecer o que exactamente aconteceu e quem foi o responsável", disse em entrevista Despouy, um advogado argentino. Vieira de Mello, apontado à época como futuro secretário-geral da ONU, morreu com os seus colegas quando um agressor suicida explodiu um caminão do lado de fora do complexo da organização na capital iraquiana, no dia 9 de agosto de 2003, cinco meses depois da invasão liderada pelos EUA.
Autoridade da ONU havia muitos anos, o brasileiro actuava em Bagdad como representante da entidade internacional supervisionando as operações de ajuda humanitária e mantendo contacto com as forças de ocupação. No entanto, ainda há muitas perguntas a respeito do episódio, que levou a ONU a retirar todos os seus funcionários do Iraque. Nenhum dos vários esforços para estabelecer como o atentado ocorreu e quem o planeou chegou a uma explicação substancial, afirmou Despouy. Isso, segundo o investigador, deixava a impressão de que crimes do tipo contra a ONU poderiam ser cometidos impunemente.
Despouy disse ainda estar perplexo com o facto de o governo iraquiano não ter, no mês passado, suspendido a execução de um homem que poderia ter informações sobre o atentado. O investigador disse ter feito vários apelos aos líderes iraquianos e a autoridades norte-americanas e britânicas em nome da suspensão da pena de morte do homem, que confessou ter participado dos preparativos do ataque. "Ele era o último sobrevivente dentre os supostos responsáveis pelo atentado", disse Despouy. "E talvez pudesse ter fornecido um testemunho importante."
Os apelos haviam sido enviados antes a líderes de governos do Ocidente que tinham manifestado admiração por Vieira de Mello, entre os quais o então primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair. O investigador não soube dizer se algum deles adoptou medidas em resposta aos apelos. "A gravidade do facto e a sua importância tanto para os familiares das vítimas, que desejam saber o que aconteceu com os seus entes queridos, quanto para a credibilidade da ONU não deveriam ser ignoradas", afirmou. (X)

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