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Cascatas da Namaacha: sete anos depois da seca

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Cem anos do FIBI

É a polícia mais famosa do mundo. Prendeu ladrões, executou mafiosos e arrastou para a lama alguns políticos. Para muitos, é a guardiã da segurança norte-americana. Para outros, o FBI ameaça as liberdades. Ao festejar um século de existência, a Agência Federal de Investigação - FBI, na sigla inglesa -, continua como no dia em que foi criada: controversa.
Foi a 24 de Julho de 1908 que o procurador-geral, Charles Bonaparte, descendente de Napoleão, sugeriu ao Presidente Theodore Roosevelt a criação uma equipa especial de investigação para o Departamento de Justiça. De início contava apenas com 34 agentes e tinha poderes reduzidos. Mas a nomeação de um director, em 1924, mudou o rumo da polícia federal.
O polémico advogado John Edgar Hoover, então com 29 anos, chegava com a ambição de fazer do FBI uma grande maquina de investigação para combater a Mafia. A história dos anos da decadência, também chamada 'era do inimigo público', foi escrita com as aventuras de gangs e mafiosos. E Hoover soube usar a explosão da criminalidade como pretexto para reclamar o aumento dos poderes e autoridade da sua polícia.
Sob a sua liderança, o FBI venceu a guerra contra os mafiosos e passou incólume o período da II Guerra Mundial. Mas nos negros anos 50 a organização usou os seus poderes aos serviço do maccartismo. Hoover foi mesmo um dos protagonistas da 'caça às bruxas' comunistas que varreu a América.
A má imagem então deixada só foi apagada durante os anos 60. O FBI tomou parte na luta pelos direitos humanos, tendo levado à prisão os líderes do Klu Klux Klan, uma organização racista dos Estados Unidos. Hoover morreu em 1972, após 48 anos à frente da organização. Nessa altura, ficou claro que o ex-director tinha atropelado direitos humanos em várias cruzadas pessoais.
Mas a mudança de liderança não tirou o FBI das capas do jornais. Por bons e maus motivos. Nos últimos anos, a polícia federal capturou o homem que fez explodir o centro comercial em Oklahoma, Timothy Mc Veigh, e o serial killer, Ted Bundy. Mais recentemente o FBI desvendou os crimes de colarinho branco da empresa eléctrica Enron. Os sucessos da polícia federal ficaram porém comprometidos depois de um relatório oficial ter concluido que a polícia podia ter evitado os atentados de 11 de Setembro.
Mesmo assim, na nova luta contra o terrorismo, o FBI viu aumentados os seus poderes e o orçamento em nome da segurança nacional. Os grupos de defesa dos direitos humanos têm denunciado recorrentemente as suas tácticas de investigação e comparado a luta contra o terrorismo como uma nova caça às bruxas.
A poucos meses da realização de eleições presidenciais na América e quando se adivinha uma nova política contra o terrorismo, o Congresso deu ouvidos às criticas. Os congressistas americanos rejeitaram este mês o novo orçamento da polícia federal, uma decisão que, já se diz, inicia um novo capítulo na história da polícia mais famosa do mundo.

Mick Jagger faz 65 anos e ganha aposentadoria do governo

LONDRES - A partir de sábado, Mick Jagger terá direito a uma aposentadoria básica do governo britânico. São quase 91 libras semanais. Mas o líder dos Rolling Stones terá que esperar outros cinco anos para ter direito ao isolamento térmico gratuito do telhado de sua casa. Este benefício só é dado aos britânicos com mais de 70 anos.

Veja também:
'Amo duas mulheres', revela guitarrista dos Rolling Stones


O vocalista da banda britânica Rolling Stones completou 65 anos no sábado, 26, e, com isso, se tornará aposentado por idade - mas apenas no papel.
Mick Jagger continua a fazer o relógio andar para trás com performances ao vivo em que desafia a sua idade. Recentemente, impressionou platéias em cinemas com seus malabarismos, caras e bocas captados pelo director Martin Scorsese no documentário Shine a Light.
Embora as suas façanhas fora do palco já não se equiparem aos excessos do Stone Ronnie Wood, que passou recentemente por uma clínica de reabilitação devido a problemas com o álcool, está claro que Jagger não pretende simplesmente viver da sua fama, afastar-se do mundo e cuidar do seu jardim. Ele vem se envolvendo cada vez mais na produção cinematográfica, tendo sido produtor executivo de Shine a Light e trabalhado em dois outros longas desde então.
Rumores sobre um novo álbum e nova digressão mundial dos Rolling Stones chegam aos noticiários regularmente.
Se a fortuna de Jagger, estimada em 225 milhões de libras, somada à aposentadoria, não for suficiente para pagar as suas despesas, outra digressão seria uma maneira certeira de ajudá-lo a ficar fora do vermelho.
A digressão A Bigger Bang foi a mais lucrativa de todos os tempos. De acordo com o produtor de digressões dos Stones, Michael Cohl, o seu faturamento foi de US$558 milhões entre 2005 e 2007.
Michael Philip Jagger nasceu em Dartford, sul da Inglaterra, em 26 de julho de 1943, filho de um professor e uma cabeleireira. Ele se tornou vocalista dos Rolling Stones, formado no início dos anos 1960, e cantou uma longa lista de hits que viraram clássicos, desde (I Can't Get No) Satisfaction a Ruby Tuesday e Angie.
Estima-se que a banda já vendeu mais de 200 milhões de álbuns em todo o mundo. Figura constantemente no topo ou perto do topo das listas dos grupos e artistas mais influentes da história da música pop.
Jagger já teve vários relacionamentos com mulheres de destaque, incluindo Marianne Faithfull e Carla Bruni, a actual mulher do presidente francês Nicolas Sarkozy.
Ele casou-se com a beldade nicaraguense Bianca Perez Macias em 1971 e com a modelo texana Jerry Hall em 1990. Eles se divorciaram em 1999.
Jagger, que tem sete filhos, incluindo um com a apresentadora brasileira Luciana Gimenez, já é avô.
O libertino do rock recebeu o título de cavaleiro britânico em 2003, quando rejeitou sugestões de que teria se vendido ao establishment britânico que criticou durante tanto tempo. "Acho que o establishment, tal como o conhecíamos, não existe mais", disse ele.
Agora que chegou à idade oficial da aposentadoria, é provável que Jagger enfrente mais perguntas sobre o seu futuro e o dos Rolling Stones. Mas isso é algo com que ele já deve estar acostumado.
Mais de 45 anos atrás lhe perguntaram por quanto tempo ele conseguiria continuar com os Rolling Stones e, em outra entrevista, questionaram: "Você pode se imaginar aos 60 anos fazendo o que faz hoje?". "Sim, tranquilamente", ele respondeu.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Miles Davis: "Calypso Frelimo", onde encontrar?

Procuro o album (ou faixa ?) com o título "Calypso Frelimo". As consultas que tenho feito na Net não fazem referência ao disco. A verdade é que ele existe porque passou pelas minhas mãos.
Julgo que foi lançada entre 1978/79. Em vinil.
Na fitateca da Rádio Moçambique a obra já não existe, apenas referências de que ela ali deu entrada mas, ao que tudo indica, desapareceu.
Nos arquivos apenas pude recolher a ficha dos músicos que executaram com MDavis o "Calypso Frelimo":

MDavis - Orgão e Piano
Pete Cosey - Viola
Al Foster - Bateria
Michael Henderson - Fender Bass
David Liebman - Flauta
Reggie Lucas - Viola
Mtume - Congas
John Stobblefield - Sax


NB - "Frelimo" - é um partido político hoje no governo de Moçambique. Proclamou a independência do país a 25 de junho de 1975, depois de uma luta contra o regime colonial português. Na altura da gravação da obra de Miles, Frelimo era ainda um movimento de libertação e na altura as lutas anti-coloniais "estavam na moda". O que não sei é se o grande Miles Davis queria se referir a este movimento ou se terá sido mera coincidência.

México: Frases do Antigo Testamento em mensagens contra a Sida

Uma campanha apresentada na passada terça-feira no México utiliza frases do Antigo Testamento para promover o uso do preservativo entre a população do país como meio para combater a expansão da Sida.
“Ama ao teu próximo como a ti mesmo. Usa preservativo” e "Gozar não é pecado. Arriscar a tua vida e a do teu parceiro, sim. Protege-te do HIV e da SIDA” são os lemas desta iniciativa promovida por duas associações: a Rede Nacional Católica de Jovens pelo Direito a Decidir e Católicas pelo Direito a Decidir.
A campanha consistirá em cartazes e folhetos divulgados nos comboios e estações do metro da capital mexicana antes e durante a Conferencia Internacional sobre Sida 2008, que se realiza na cidade de 3 a 8 de Agosto.
Os cartazes já estão expostos, disse em conferência de imprensa a porta-voz de uma das organizações promotoras da campanha, explicando que nestes cartazes, além das palavras de ordem principais, aparecem frases do Antigo Testamento.
As citações, precisou a nossa fonte, exaltam o amor como sentimento sagrado, exemplificando-o poeticamente na relação entre duas pessoas para, deste modo, afirmar que “gozar não é pecado”.
“Amado meu! que delicioso eras, que delicioso! O nosso leito e só de folhagem”, “Serão teus peitos como cachos de uva e a tua respiração como perfume de maçãs” e “Debaixo da tua língua encontra-se leite e mel” são as três referências do “Cântico dos Cânticos”.
Este livro do Antigo Testamento, que narra a relação amorosa entre um homem e uma mulher, consta de 117 versículos que numa Bíblia normal não ocupariam mais de dez páginas, diz o teólogo dominicano Frei Julian Cruzalta.
A Igreja Católica interpretou tradicionalmente este texto de forma simbólica, procurando “uma alegoria do amor de Deus com a sua igreja”, disse Cruzalta.
Todavia, o religioso chamou a atenção para o facto de que o actual Papa Bento Dezasseis, ter aludido na sua primeira Encíclica à sexualidade como dom de Deus, o que supõe uma declaração sem precedentes no Vaticano.
Apesar desta incipiente alteração da atitude na hierarquia católica, os promotores da campanha criticam a sua posição, que se opõe ao uso do preservativo e que defende a abstinência como método para travar a expansão do HIV.
A porta-voz das jovens católicas mexicanas reclama, ao dizer que é necessária uma hierarquia mais realista e consciente dos problemas dos seus paroquianos já que no interior da igreja há muitas pessoas comprometidas com o uso do preservativo.
Por seu lado, o representante do Fundo da População das Nações Unidas no México, defendeu o uso do preservativo como o único meio para prevenir o avanço da epidemia e também como método de controlo populacional.
Considera ele que com as actuais taxas de natalidade, o México duplicará a sua população em cada vinte anos o qu, na sua óptica é insustentável.
No México, estima-se que haja cento e oitenta mil pessoas infectadas ou doentes com HIV/SIDA e todos os anos são detectados entre oito mil e oito mil e quinhentos casos da doença.
Entre os jovens mexicanos que utilizam métodos anticoncepcionais e que têm idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos, 94 por cento recorre ao preservativo nas suas relações sexuais.

terça-feira, 22 de julho de 2008

JO - Ronaldinho pode ser o único astro

Kaká e Robinho não foram autorizados pelos seus respectivos clubes, o Milan e o Real Madrid, para participar nos Jogos Olímpicos; Diego, do Werder Bremen, e Lionel Messi, do Barcelona, também têm problemas para conseguir sua autorização, apesar de terem idade olímpica: muitos clubes relutam em liberar os seus jogadores para o torneio de Pequim, que deverá ter o brasileiro Ronaldinho Gaúcho como única estrela.
Apesar dos repetidos apelos da Fifa para "respeitar o espírito olímpico", muitos jogadores foram obrigados a abrir mão do torneio, tanto os que têm idade olímpica (nascidos depois do 1 de janeiro de 1985) como os demais. Cada selecção tem direito a três jogadores de mais de 23 anos. Por enquanto, Ronaldinho, 28 anos, é o único astro que tem presença garantida em Pequim - isso porque ele negociou a sua participação com o Milan, o seu novo clube, como parte da sua transferência do Barcelona.
O Barça tenta agora impedir Messi de viajar a Pequim. O atacante argentino de 21 anos transformou o torneio olímpico, que acontece de 7 a 23 de agosto, num objectivo pessoal. Porém, o clube catalão estará a disputar na altura a terceira jornada preliminar da Liga dos Campeões da Europa. Messi está axtualmente em estágio na Escócia com os seus companheiros do Barça, "com a autorização da Federação argentina" e "até que uma decisão seja tomada", diz o clube.
A Fifa tem problemas para resolver a questão porque a medida que obriga os clubes a libertar os jogadores de menos de 23 anos não é uma lei escrita, mas um acordo tácito. "Desde 1992, a libertação dos jogadores de menos de 23 anos sempre foi aceite pelos clubes. Este princípio precisa voltar a ser aplicado", frisou a Fifa, pedindo aos clubes que autorizem os jogadores em virtude do princípio de "solidariedade".
No entanto, os clubes preferem se ater às leis escritas, e lembram que os Jogos Olímpicos não constam no calendário oficial da Fifa. O Werder Bremen recorreu ao Tribunal Arbitral do Dessporto (TAS) para impedir Diego de participar nos Jogos. Nascido em fevereiro e 1985, o jogador deixou Bremen rumo a Paris - sem o aval do seu clube - para se juntar à delegação brasileira.
Outro clube alemão, o Schalke 04, tem um problema semelhante com o lateral brasileiro Rafinha, que também tem idade olímpica e quer participar nos Jogos. Vários clubes alemães se recusaram a libertar jogadores maiores de 23 anos, como o Bayern de Munique (o brasileiro Lúcio e o argentino Martin Demichelis) ou o Hertha Berlim (o sérvio Marko Pantelic). O presidente da liga alemã, Holger Hieronymus, disse publicamente que "não existe a obrigação de libertar os jogadores".
A situação também está tensa entre o Real Madrid e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que se queixou do facto de o clube espanhol ter esperado até a última hora para se recusar a libertar Robinho, afectado por uma lesão no púbis. "O clube pensa que é melhor eu fazer uma boa pré-temporada", comentou o jogador de 24 anos. Entretanto, o clube merengue libertou os argentinos Fernando Gago e Ezequiel Garay, assim como o lateral brasileiro Marcelo.

Formar empreendedores ou eternos empregados? eis a questão

Eis a opinião do jurista e amigo Mouzinho Nicol´s sobre este tema que foi a debate no programa Linha Directa do dia 19 de Julho

"Primeiro. Começar por dizer que concordo quando se diz que as nossas instituições de ensino formam indivíduos cuja perspectiva pessoal imediata é, simplesmente, procurar emprego. Esta é a realidade, mas que deve ser revertida.

De facto temos de apostar seriamente no auto-emprego. Temos que apostar numa geração que pensa seriamente no Empreendedorismo. Porque só assim podemos aumentar mais postos de trabalho. E como o trabalho é que liberta o Homem, todos nós sairemos a ganhar e a pobreza, esta, que tanto se propala, será aos poucos combatida.

Segundo. De facto precisam-se no mercado patrões honestos. Honestos no seu verdadeiro sentido de palavra. Não queremos Patrões desonestos e sem escrúpulos. Patrões que querem enriquecer a todo custo. Patrões que não respeitam a higiene e segurança no trabalho; Patrões que não pagam salários, que produzem e comercializam bens sem qualidade e garantia. Patrões que não aceitam trocas nem devoluções por aquilo que vendem. Seja, não queremos Patrões que não respeitem os consumidores. Destes, o mercado está cheio e farto deles. É verdade!

Não quereremos empreendedores que não medem os meios para atingirem os seus fins. Empreendedores que querem enriquecer empobrecendo os outros.

Queremos sim, Patrões e empreendedores formados tecnicamente, eticamente e moralmente. Patrões e Empreendedores honestos. Porque só assim levaremos este País ao bom porto.

Padrões honestos precisam-se."


Mouzinho Nicol’s

Barack Obama: Retirarei as nossas tropas do Iraque

Barack Obama*

A solicitação do primeiro-ministro Nuri al-Maliki para que se fixe um prazo para a saída das tropas americanas do Iraque é uma enorme oportunidade. Deveríamos aproveitar este momento e começar a nova distribuição das tropas de combate, que defendo há muito tempo, e é imprescindível para o nosso sucesso futuro no Iraque e para os interesses dos EUA no que se refere à segurança.
Contrariamente ao senador John McCain, eu me opus à guerra no Iraque antes que ela começasse, e, se eleito, a encerrarei. Foi um grave erro permitir que as nossas atenções fossem desviadas da luta contra a Al-Qaeda e o Taleban, invadindo um país que não representava uma ameaça iminente e nada tinha a ver com o 11 de Setembro. De lá para cá, morreram mais de 4 mil americanos e gastamos mais de US$ 1 trilhão. Os nossos militares estão sobrecarregadas. E quase todas as ameaças que enfrentamos - do Afeganistão à Al-Qaeda - intensificaram-se.
Nos 18 meses desde o anúncio do presidente Bush do envio de um reforço, as nossas tropas desempenharam heroicamente a missão de reduzir a violência. Novas tácticas protegeram os iraquianos, e as tribos sunitas rejeitaram a Al-Qaeda - enfraquecendo a sua eficiência.
Mas os factores que me levaram a manifestar oposição ao reforço continuam válidos. A pressão sobre os nossos soldados cresceu, a situação no Afeganistão agravou-se e gastamos no Iraque quase US$200 bilhões a mais do que previa o nosso orçamento. A boa notícia é que os líderes do Iraque querem assumir a responsabilidade do seu país e negociar a retirada. Ao mesmo tempo, o general James Dubik, encarregado de treinar as forças de segurança iraquianas, estimou que a polícia e o Exército iraquianos estarão prontos para assumir a segurança do país em 2009.
Mas somente com a retirada e redistribuição das nossas tropas poderemos pressionar os iraquianos a encontrarem uma solução política abrangente e a realizarem a transição assumindo a responsabilidade pela segurança e estabilidade do país. Em vez de aproveitar essa oportunidade e encorajar os iraquianos a melhorar a sua contribuição, o governo Bush e o senador McCain recusam-se a aceitar a transição - apesar das promessas feitas por eles de respeitar a vontade do governo soberano do Iraque. Segundo eles, a fixação de um prazo para a saída das tropas americanas implica uma "rendição", mesmo que estivéssemos a entregar o país a um governo soberano.
Esta não é uma estratégia para o sucesso - é uma estratégia que tem como objectivo permanecer, que vai contra a vontade do povo iraquiano, do povo americano e dos interesses da segurança dos EUA. É por isso que, no meu primeiro dia no cargo, eu daria aos militares uma nova missão: pôr fim à guerra.
Poderíamos perfeitamente retirar as nossas brigadas de combate com toda a segurança em 16 meses. No fim deste prazo estaríamos no verão (setentrional) de 2010. Encerrada a operação, permaneceria no Iraque uma força menor para a realização de missões específicas - perseguir os remanescentes da Al-Qaeda no Iraque e proteger os soldados americanos. Assim, não seria absolutamente uma retirada precipitada.
Como já afirmei, consultaria os comandantes de campo e o governo iraquiano para garantir que os nossos soldados fossem retirados e redistribuídos de maneira segura. Inicialmente, eles seriam retirados das áreas seguras e, depois, das áreas instáveis. Além disso, seria adoptada uma ofensiva diplomática com todas as nações da região a fim de assegurar a estabilidade do Iraque, e seriam destinados US$2 bilhões a uma nova iniciativa internacional para ajudar os refugiados iraquianos.
Pôr fim à guerra é essencial para cumprirmos o nosso objectivo estratégico mais amplo, a começar no Afeganistão e no Paquistão, onde o Taleban voltou a actuar e a Al-Qaeda dispõe de um refúgio seguro. O Iraque não é, e nunca foi, a frente principal da guerra contra o terror. Como ressaltou recentemente o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior conjunto, enquanto não reduzirmos a nossa missão no Iraque, não disporemos de recursos suficientes para acabar a nossa tarefa no Afeganistão.
Se eleito presidente, adoptarei uma nova estratégia, e começarei por enviar pelo menos mais duas brigadas de combate de apoio ao nosso esforço de guerra no Afeganistão. Para cumprirmos a nossa missão naquele país, precisamos de mais tropas, mais helicópteros, aperfeiçoar a colecta de informações e melhorar a assistência fora da área militar. Eu não tornaria os nossos soldados, os nossos recursos e a nossa política externa reféns de um desejo equivocado de manter bases permanentes no Iraque.
* Barack Obama, candidato democrata à presidência dos EUA, publicou este artigo no New York Times?

Radovan Karadzic: o homem da “limpeza étnica”

O antigo líder político sérvio Radovan Karadzic, preso nesta segunda-feira pelos serviços secretos sérvios, foi perseguido durante treze anos pela comunidade internacional, que o acusa de “limpeza étnica” na extinta Juguslávia.
Procurado por genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional de Haia, ele é considerado responsável, em particular, e juntamente com um assistente militar seu, pelo pior massacre na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, no qual foram mortos cerca de oito mil muçulmanos, em Srebrenica, em julho de 1995.
Era também procurado pelo seu papel no cerco a Sarajevo, que se arrastou por quarenta e trés meses e durante o qual mais de dez mil civis foram mortos.
Grande, com a cabeleira grisalha sempre revolta, Karadzic não era mais visto em público desde a sua fuga em 1996.
Considerado um monstro pelos croatas e pelos muçulmanos da Bósnia, para os sérvios, ele continua a ser um herói da guerra que dilacerou a Bósnia, de 1992-1995, após a proclamação da sua independência.
Nascido a 19 de junho de 1945, numa pequena cidade de Montenegro, Radovan Karadzic passou a infância numa aldeia perto da fronteira com a Bósnia.
O seu pai, do qual ele herdou o fervor nacionalista, foi preso por ter pertencido o movimento dos “Tchetniks”, grupo armado que combateu tanto os nazis, quanto os partidários comunistas de Bros Tito, durante a segunda Guerra Mundial.
Psiquiatra em Sarajevo nos anos de 1960, Radovan Karadzic começou a sua carreira política somente em 1990, tendo como mentor Slobodan Milosevic, o homem forte da Juguslávia, morto em março de 2006, na prisão do Tribunal Penas Internacional antes do fim do seu processo.
Após a queda do muro de Berlim, o vento de transformação que varria a antiga Europa Comunista atingiu a Juguslávia, que se dissolveu quando cada uma das suas seis repúblicas proclamaram a sua independência, em 1991.
Assim como Slobodan Milosevic, Tadovan Karadzic queria promover a anexação à Sérvia dos territórios povoados de sérvios na Croácia e na Bósnia, onde os sérvios representam cerca de quarenta e quatro por cento da população.
Auxiliado pelo general Ratko Mladic, Karadzic "limpa" a Bósnia dos seus elementos não sérvios, ocasionando que mais de um milhão de pessoas abandonam as suas cidades e duzentas são mortas durante a guerra.
Com os acordos de Dayton, no final de 1995, Karadzic proclama a Republica Srspka, enquanto os croatas e os muçulmanos dividem a outra metade do país, que se transforma na Federação croato-muçulmana.
Em Dayton, porém, Milosevic isola o aliado e, em julho de 1996, Karadzic é proibido de aparecer em público.
Entra então na clandestinidade, dispondo de uma poderosa rede de seguidores.
Uma lenda que o dava como intocável cresceu ao longo das operações frustradas da Nato para detê-lo, enquanto o Departamento de Estado norte-americano chegou a prometer uma recompensa de cinco milhões de dólares por qualquer informação que pudesse leva-lo à prisão.

ZIMBABWE - Governo e oposição assinam acordo para coligação

HARARE - O presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, e o líder de oposição Morgan Tsvangirai assinaram nesta segunda-feira, 21, um pacto que abre formalmente as negociações para um acordo de partilha de poder. O documento, assinado no primeiro encontro entre Mugabe e Tsvangirai em dez anos, estabelece os termos de uma negociação de governo compartilhado com o objectivo de encerrar a grave crise política que se instalou nos últimos meses no país.

Mugabe e Tsvangirai assinaram o acordo na presença do presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, que faz a mediação dos contactos entre os dois, durante uma cerimônia realizada em Harare, a capital zimbabwana. O acordo assinado vem à tona depois de um período de três meses de turbulência política durante o qual mais de 120 pessoas morreram e milhares ficaram feridas.

Após a cerimônia, Mbeki disse que o memorando compromete as partes a um "intenso programa de trabalho" para tentar finalizar rapidamente as negociações. "Todos os partidos zimbabwanos reconhecem a urgência dos assuntos que estão a discutir e se comprometeram a completar este processo o mais rápido possível", disse Mbeki aos jornalistas que presenciaram a assinatura do documento.

O presidente Mugabe, que está no poder há 28 anos, disse que o acordo inclui emendas na Constituição do país e algumas leis, todas acertadas com a oposição. Afirmou ainda que as negociações devem prosseguir sem a influência da Europa e dos Estados Unidos. Tsvangirai disse que a cerimônia da assinatura do acordo foi uma ocasião histórica.

O presidente Mugabe foi derrotado no primeiro turno das eleições presidenciais realizadas em 29 de março por Tsvangirai, que não obteve, no entanto, o número de votos para uma maioria direta. O segundo turno do pleito aconteceu em 27 de junho, mas Mugabe participou sozinho, pois Tsvangirai se retirou devido à onda de ataques e assassinatos contra os partidários do MDC por parte das milícias leais ao governo com o consentimento das forças de segurança.

Apesar de a comunidade internacional ter considerado ilegítimo o resultado das eleições, Mugabe, no poder desde a independência do Zimbabwe, em 1980, assumiu imediatamente o mandato e governa por decreto, pois ainda não convocou o Parlamento, no qual a oposição obteve a maioria nas legislativas realizadas também em março.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Emprego e Auto-Emprego: Comentário de Pedro Nacuo

A propósito do meu artigo sobre o emprego e auto-emprego, recebi do meu amigo e colega Pedro Nacuo, jornalista do "Notícias" de Maputo, a seguinte opinião:

"Tudo partiu da (des)necessidade que houve em subalternizar as escolas técnicas que haviam, o que o governo deve ter percebido e está a corrigir. Mas o país vai pagar por isso, porque nesse interregno, houve uma lutitánica pelos graus academicos. Rapidamente os doutores germinaram que nem cogumelos! A quantidade de gente formada hoje nao se pode acreditar seja de um país onde a maioria nao sabe o que terá na refeiçao seguinte. Por outro lado, quase todos estudaram apenas para serem chamados doutores e, assim, serem chefes, directores, ministros ou governadores. Porque na verdade, de algum tempo para cá, a própria superstrutura deixou-se levar com a ideia de que só pode ser responsável aquele que fez, no minimo uma licenciatura. E num país pobre, onde para se alcançar determinado estatuto social é preciso ser politicamente correcto, ocupando cargos politicos de reconhecida importância, todos correram para serem doutores, porque só assim poderiam ser ministros, governadores e outros responsaveis do Aparelho do Estado. E conseguiram. Só que esses lugares sao poucos. Agora que o número de doutores está a aumentar é que nos estamos a lembrar que nao formamos o homem capaz de fazer coisas mais necessárias como é a produçao da riqueza. Formamos muitos doutores, muitos pensadores, mas nao formamos produtores.

E quando terminam o curso os actuais doutores, voltam a chorar para a Sociedade, como se nao tivessem ido à Universidade para nao chorar! Quer emprego e está a pedí-lo à Sociedade, que ele sabe que é pobre e como emprego que ele pode ter é "navegar" na Internet, ler jornais, nao o encontra, porque esses lugares estao pejados de gente que todos os dias quer saber se o seu gabinente continua igual ao do outro director.

Por outro lado, por falta da formaçao integral, pois todos se especializam em determinadas areas, desde a Escola Secundária, nada mais podem fazer para além daquilo que diz ter defendido na Faculdade. Se é jurista nao sabe onde fica Tsangano e nem sabe porque é que nao se pode falar de cheias no Niassa. Diz que nao se especializou em geografia. Se é médico nada sabe sobre a legislaçao básica. Cada doutor parece ter um só olho e quando se parte esse, perde de vez a vista. Eis a realidade no terreno, infelizmente."

PEDRO NACUO

sábado, 19 de julho de 2008

ALBUM DE FOTOS - MONTREUX JAZZ FESTIVAL 2008, SUÍÇA

Gilberto Gil ao vivo no Montreux Jazz Festival, na Suíça, no dia 12 de julho

Chaka Khan, Freda Payne, Petula Clark, Nana Mouskori e Angelique Kidjo participam de homenagem aos 75 anos de Quincy Jones


Quincy Jones foi homenageado pelo fundador do Montreux Jazz Festival, Claude Nobs


Gilberto Gil foi um dos brasileiros que se apresentaram no festival de Montreux


Herbie Hancock e Quincy Jones dividem o palco no Montreux Jazz Festival, na Suíça


Os norte-americanos do The Raconteurs tocaram no dia 7 de julho, no Miles Davis Hall


Cee-Lo Green, vocalista do Gnarls Barkley


Joan Baez actuou no dia 6 de julho

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Formar empreendedores ou eternos empregados? Eis a questão

Por Edmundo Galiza Matos

Todos quantos se interessem por questões relacionadas à formação profissional, concordarão comigo que hoje, mais do que nos anos seguintes à independência nacional, o país debate-se desesperadamente por possuir gente bem formada e, preferencialmente, gente empreendedora.

Com a primazia das novas tecnologias e os desafios a elas inerentes, a actual ênfase que se dá à luta contra a pobreza absoluta não se compadece com políticas de ensino e formação profissionais apenas projectadas para “atirar cá para fora” individuos cuja perspectiva pessoal imediata é, simplesmente, procurar emprego, casar e constuir família.

Quer isto dizer que aos alunos e aos formandos deve-se-lhes fornecer ferramentas básicas mas fundamentais que não apenas o saber: idéiais, iniciativas e empreendedorismo.
Empreendedorismo visto aqui como sendo aquela capacidade de, perante um mercado de trabalho que oferece poucas oportunidades de emprego, gerar e pôr em prática idéias e iniciativas de auto-emprego.

Por outras palavras, e não tenhamos medo de o dizer, os nossos sistemas de ensino e formação profissionais, devem insuflar e até inflacionar o nosso mercado de trabalho, com gente preparada para se empregar a si próprio e dar emprego. Ou seja: queremos patrões, de preferência honestos, é preciso que se diga.

Portanto, seria desejável que nos nossos jornais se publicassem anúncios não só de oferta de emprego mas também de auto-emprego. Gênero: Patrões, procuram-se.

É verdade que é vocação dos centros de formação profissional e outras dotar os individuos de conhecimentos para as exigências dos ramos para os quais são treinados, não estando sob a alçada daquelas instituições procurar e dar emprego aos seus graduados. Mas é igualmente verdade que esses graduados devem sair dos bancos dos laboratórios, das oficinas, etc, também com o fito de, não encontrando colocação no mercado laboral, se “desenrrascar” (passe a expressão), nem que seja debaixo de um cajueiro, tendo sempre presente que a meta é ser um empreender bem sucedido à custa unicamente do seu suor e em paz consigo próprio.

Perguntar-nos-emos: quais então as entidades que mandariam publicar nos jornais ou folhetos anúncios do tipo: “Patrões, procuram-se?”.
Confesso que não sei. Os Bancos? Ou alguma instituição pública?
Uma, ambas e outras, dotadas de capacidade para conceder créditos bonificados aos candidatos a patrões, não seria uma saída?

Sei que estou pra aqui a divagar. A sonhar alto, se quiserem... Mas de uma coisa estou certo e baseando-me numa reportagem passada aqui mesmo na Rádio Moçambique: jovens de uma instituição de ensino superior, após a cerimónia de graduação, disseram que, ganha a batalha da formação, a sua luta daí em diante era, nada mais nada menos, que procurar emprego, depois constituir família e, se Deus quiser fabricar (desculpem o termo) filhos, filhos que, a pensarem como os progenitores, serão eles também futuros empregados.
Este é o sonho dos nossos graduados.

EUA - O país precisa de "Comissão da Verdade"

Por Nicholas D. Kristof, do New York Times News Service

Quando um prestigiado comandante do exército americano acusou os Estados Unidos de cometer crimes de guerra contra seus prisioneiros, fica claro que as coisas precisam mudar.
"Não há mais nenhuma dúvida de que a administração atual cometeu crimes de guerra", diz Antonio Taguba, o major aposentado que investiga os abusos no Iraque no novo e explosivo relatório sobre tortura americana dos Médicos para Direitos Humanos. "A única pergunta que continua sem resposta é se aqueles que ordenaram o uso de tortura serão responsabilizados pelos seus atos."
O primeiro passo para isso não envolve tribunais. Em vez disso, precisamos de uma Comissão da Verdade nacional para guiar o processo de autocrítica e purificação.
Isso foi feito na África do Sul após o apartheid, com a Comissão de Verdade e Reconciliação. Outro exemplo é a Comissão Kerner, estabelecida pelos próprios Estados Unidos nos anos 80 para examinar o confinamento de japoneses americanos durante a Segunda Guerra Mundial.
Hoje precisamos de uma Comissão da Verdade similar, com poder de convocar e investigar os abusos cometidos após 11 de Setembro.
Nós já sabemos que o governo dos Estados Unidos incluiu Nelson Mandela numa lista de possíveis terroristas e que o exército americano ensinou técnicas de interrogatório emprestadas de métodos chineses usados em prisioneiros americanos na Guerra da Coréia – mesmo sabendo que essas técnicas de tortura produziriam confissões falsas.
É uma desgraça nacional que mais de 100 prisioneiros morreram em custódia americana no Afeganistão, Iraque e Guantánamo. Após dois prisioneiros afegãos terem sido espancados até a morte por soldados americanos, o investigador do exército americano descobriu que as pernas de um dos prisioneiros haviam sido “trituradas”.
Além disso, muitos dos torturados eram inocentes: A administração era tão incompetente quanto imoral. O grupo de notícias McClatchy acabava de publicar uma série devastadora sobre tortura e outros abusos, onde citava Thomas White, o antigo secretário do Exército, dizendo que era óbvio que pelo menos um terço dos prisioneiros de Guantánamo não deveriam estar lá.
McClatchy diz que um prisioneiro, Mohammed Akhtiar, sofreu abusos físicos de soldados americanos, apesar de ser um conhecido defensor dos Estados Unidos. Outros prisioneiros militantes cuspiram nele, o espancaram e o chamaram de “infiel” por causa de seu histórico de ações anti-Taliban.
Esses abusos aconteceram em parte por que por vários anos após o ataque de 11 de Setembro diversas instituições nacionais não fizeram o que deveriam ter feito. O Partido Democrático deitou e rolou em vez de se posicionar como oposição leal. A mídia ficou na posição de cão de guarda, e decepcionou o público em geral.
Mesmo assim, tivemos heróis, incluindo grupos em defesa de liberdades civis e advogados de pessoas detidas. Alguns juízes entraram na onda, e alguns poucos conservadores dentro do governo se rebelaram contra o que estava acontecendo. Eric Lichtblau, do The New York Times, escreveu em seu novo livro, "Bush's Law", que o secretário do Serviço de Imigração e Naturalização, James Ziglar, foi contra os planos de fazer batidas nos bairros árabes das principais cidades americanas.
O livro conta que Ziglar declarou em uma reunião "Existe uma coisa chamada Constituição", acrescentando que tais batidas seriam ilegais e que ele não faria parte disso.
Entre as pessoas que eu mais admiro estão os advogados militares que arriscaram suas carreiras, desafiaram o Pentágono e se opuseram aos seus colegas de happy hour – tudo para preservar os suspeitos de terrorismo islâmico em circunstâncias onde a evidência muitas vezes era ambígua. Num momento em que uma nação trilhou o caminho do corporativismo, esses oficiais militares trilharam um caminho diferente, mais honrado, e merecem medalhas por sua coragem.
A Comissão da Verdade que investiga esses problemas deveria ser um grupo não partidário composto por oficiais respeitados do exército e da segurança, incluindo generais, almirantes e quadros importantes das agências de inteligência. Um grupo como esse daria credibilidade às suas decisões, que seriam respeitadas por todos os setores políticos – e não pense que eles teriam medo de ser honestos. Os oficiais do exército e de agências de inteligência que eu conheço estão chocados com os abusos tanto quanto qualquer outro grupo, em parte por que eles perceberam que se os seus colegas podem torturar, isso quer dizer que nós também seremos torturados.
O próximo presidente, seja ele Barack Obama ou John McCain, deveria se comprometer com uma Comissão da Verdade no início de seu mandato. Esta comissão apresentaria um relatório para nos ajudar a incorporar lições de nossos fracassos a fim de evitá-los nas próximas crises.
Quanto ao que fazer em Guantánamo, a melhor sugestão veio de uma publicação médica, a PLoS Neglected Tropical Diseases. Ela sugere que as instalações da prisão sejam usadas para pesquisar doenças tropicais que afligem milhões de pessoas no mundo inteiro. Uma excelente sugestão: os Estados Unidos deveriam fechar a prisão e transformá-la em uma base de pesquisa para lutar contra essas doenças que faz tantas vítimas entre os mais pobres, e talvez pudéssemos falar sobre "Guantánamo" com orgulho em vez de vergonha.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Presidente senegalês diz que Bush alertou para envio de tropas a Darfur

DACAR 17 de julho (Reuters) - O presidente do Senegal, Abdoulaye Wade, disse esta quinta-feira que o presidente dos EUA, George W. Bush, havia informado os países africanos sobre a possibilidade de o governo norte-americano enviar os seus soldados para Darfur (Sudão) caso o continente não faça nada para acabar com o suposto genocídio que ali ocorre.
Segundo Wade, Bush, que defende veementemente a tomada de uma acção internacional para colocar fim aos cinco anos de conflito em Darfur, havia feito o alerta em conversa com ele. Mas o presidente senegalês não especificou quando ou em quais circunstâncias isso teria ocorrido.
Ao comentar a decisão do procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional, adoptada na semana passada, de pedir a prisão do presidente do Sudão, Omar Hassan al-Bashir, acusando-o de ter cometido crimes de guerra, Wade disse que Bush tinha "sempre falado em alto e bom som que os EUA estavam convencidos do facto de Bashir ter praticado genocídio em Darfur".
"Eu precisei comunicar ao presidente Bashir e aos meus outros colegas africanos o aviso do presidente Bush sobre a possibilidade de os EUA ignorarem o Conselho de Segurança (da Organização das Nações Unidas, ONU) e enviarem soldados a Darfur caso não façamos nada para acabar com aquela tragédia", afirmou Wade, num comunicado divulgado em Dacar.
"Eu e meus colegas africanos tentamos dissuadi-lo de fazer isso e tentamos convencê-lo a nos permitir tentar resolver esse problema entre os africanos", acrescentou.
Os EUA deram apoio ao envio de uma força da paz da ONU e da União Africana (UA) para Darfur e chegaram até mesmo a ajudar no transporte aéreo dessas forças para a e da região sudanesa.
O governo norte-americano, porém, já envolvido com missões militares no Iraque e no Afeganistão, não chegou a enviar soldados para Darfur, onde, segundo estimativas de especialistas, 200 mil pessoas morreram e outros 2,5 milhões foram expulsas das suas casas nos cinco anos de conflito.
Wade afirmou encarar o aviso de Bush sobre enviar tropas para Darfur "com muita seriedade. Especialmente depois do que ocorreu no caso da invasão norte-americana do Iraque, quando ele me informou do que ocorreria com dois dias de antecedência".

UE - Nova Cruzada Contra Mugabe

BRUXELAS - Os membros da União Européia concordarão em ampliar as sanções contra o Zimbabwe, incluindo a restrição de viagens e congelamento de bens de mais colaboradores do presidente Robert Mugabe, além de medidas contra companhias, segundo afirmaram diplomatas nesta quinta-feira, 17.

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O bloco planea tornar impossível que Mugabe viaje para a Europa. No ano passado, o presidente do Zimbabwe participou em dois eventos internacionais no continente europeu. "Existe um acordo em princípio para reforçar as sanções. O ministros aprovarão em breve", disse um diplomata europeu.

Segundo outro diplomata consulto pela Reuters, entre as medidas contra o Zimbabwe estão o congelamento de bens e o banimento das actividades de companhias do país na Europa ligadas a Mugabe. Ele afirmou que os ministros de Relações Exteriores do bloco aprovarão a proposta na próxima terça-feira, 22.

A UE recusou-se a reconhecer a reeleição de Mugabe no segundo turno presidencial de 27 de junho, em que ele foi o único a concorrer depois que a oposição deixou a disputa pela violência contra opositores. O embargo europeu já existente inclui a proibição de envio de armas, da emissão de vistos e o congelamento de bens de 100 oficiais do governo, incluindo Mugabe.

Com muito estilo... assim caminha a humanidade

Marilyn Monroe dizia: ''Não sei quem inventou o salto alto, mas toda mulher deve muito a ele.'' Do alto dos saltos que a imortalizaram como uma das mulheres mais sexy do século, ela sabia do que estava falando. Metonímia da personalidade, os sapatos definem e resumem quem os usa. Marylin só não sabia que os saltos foram justamente inventados para proteger os pés de quem andava pelas ruas empoeiradas de séculos atrás. Não sabia também que, hoje, os saltos não são a única exclusividade quando uma mulher quer desfilar elegância e sensualidade. Sandálias rasteirinhas, tênis, sapatilha, coturno podem fazer maravilhas em um visual.
Depois de passarem séculos amordaçados em bottines, ganharem uma leitura sexy nos anos 20, uma cara sisuda e pragmática nos anos de Guerra, voltarem ultra-femininos no pós-Guerra, ganharem cor, praticidade, atitude a partir dos anos 50, hoje os sapatos literalmente podem tudo. De meia-patas a escarpins, de mules a crocs, passando pelas já mundiais Havaianas, os calçados são ítens cada vez mais básicos e, ao mesmo tempo, mais ''fetiche'' no universo fashion. Exemplo? Na capa do já clássico O Diabo Veste Prada, em vez de um look, é um escarpin vermelho ''com salto de tridente'' que define o visual do filme.
Para quem quer entender melhor como a humanidade tem caminhado ao longo das últimas décadas, Sapatos - Crônica de Uma Sedução 1900 - 2008 é um belo guia. Idealizado para o público especializado, o livro está despertando tanto interesse que deve chegar ao público neste segundo semestre. Com edição da Francal, terá distribuição exclusiva da Livraria Cultura. Sob a coordenação da jornalista Perla Nahum, o livro traça linhas do tempo e do estilo que fizeram a história do sapato. Para dividir com ela a tarefa, Perla convocou uma equipe de especialistas. Além de Fernando de Barros, que, in memoriam, abre a publicação com um tratado sobre a porção Cinderela de cada mulher. ''O mundo está cheio de mulheres poderosas, com histórias ligadas aos sapatos'', afirma ele, que coordenou a primeira edição de Sapatos, em 1991. ''Nesse ano, a Francal, uma das maiores promotoras de eventos de negócios da América Latina, comemorava 23 anos e o livro foi encomendado a Fernando, com quem trabalhei, viajei muito e aprendi mais ainda'', conta Perla. ''A segunda edição ficou a meu cargo. Quem quiser saber mais sobre como adquiri-lo, pode ligar para (11) 2226-3122. E não poderia ser aberta com outro texto senão o do Fernando. Ele foi um mestre, conhecedor profundo da alma feminina. Amado, sedutor e cúmplice, como o sapato de Cinderela.''
Para completar o time, há nomes como Costanza Pascolato, Cynthia Garcia, José Simão, Lilian Pacce, Nirlando Beirão, Regina Guerreiro. É Regina quem lança um olhar sobre o século 20 e conta como de artigos de leis, que obrigavam as saias a deixarem os pés quase totalmente cobertos, o mundo passou a contar com sapatos com cada vez mais personalidade, cor, materiais e formatos variados. Das botinhas que enfeitavam os pés da moda francesa no fim do século 19 aos Manolo Blahnik de Carrie, muita sola se gastou para tornar os sapatos mais confortáveis. ''Toda mulher tem seu lado Carrie. Sapatos são a base para tudo. Definem se você está informal, sensual, esportiva ou sofisticada'', diz Lilian Pacce, que narra a revolução que os pés sofreram quando o rock e a alta-costura resolveram se unir em plenos anos 50. Rock, pós-Guerra, jovens rebeldes , o agulha de Marilyn...
Tudo ao mesmo tempo. ''Essa profusão de estilos e referências começou e não parou mais. Hoje pode tudo, misturar estilos, saltos, rasteiras, couro, borracha. O Brasil afirma-se no mercado internacional, tão competitivo, com criatividade. Em tempos em que todos tinham medo de perder mercado, o País exporta para 130 países. Este ano vai fechar com a quantia de mais de US$ 2 bilhões em exportação. Tanto no estilo quando na hora de negociar, o brasileiro é criativo, acessível e simpático. Isso agrega valor e nos ajuda a firmar o pé em um mercado cada vez mais global'', conclui Perla.

Drogas, Paixão, Confissões de uma primeira-dama?

''Você é minha droga/ Mais mortal que heroína afegã/ Mais perigosa que a branca colombiana.'' O extrato pertence a Tu Es Ma Came (Você é minha droga), a quarta faixa do álbum Comme Si de Rien N''Était, lançado em Paris na sexta-feira pelo selo Naive (do francês, ''ingênuo''). O disco, um ensaio em tom melancólico que prioriza o tempo como tema central, vai do pop ao bluegrass, passando por toques eventuais de folk e jazz. E tem na voz rouca - um tanto monótona - e nas letras de Carla Bruni seu charme e uma polêmica: é o primeiro disco lançado após seu casamento com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, que lhe conferiu um novo status político no país. Daí a pergunta: seriam as letras confissões de primeira-dama?


Antes mesmo de ser lançado, Comme Si de Rien N''Était era sucesso de público. Disponível no site www.carlabruni.com, a obra foi acessada mais de 500 mil vezes entre quarta e sexta-feira. Com produção de Dominique Blanc-Francarc, o álbum tem 42 minutos, divididos em 14 músicas, com 11 letras compostas pela cantora. Três atrações extras são La Possibilité d''Une ?le, adaptação do poema - também livro e futuro filme - do escritor francês Michel Houellebecq, e as regravações de You Belong to Me, de Bob Dylan, e Il Vecchio e il Bambino, do anarquista italiano Francesco Guccini.


É, em linhas gerais, um disco que mistura ternura e angústia. É doce porque, às vezes de uma forma elegante, é romântico; e é amargo por ter na nostalgia seu fio condutor. Essa temática surge já na primeira música, Ma Jeunesse, um tanto alegórica, que se inscreve na tradição francesa - embora sua autora seja italiana. Tem ritmo marcado pelo piano, um fundo à voz equilibrada de Carla, que entoa suavemente versos como ''minha juventude me olha cruel''.


Então se segue La Possibilité d''Une ?le. Bateria, baixo, teclado e uma guitarra de acordes discretos compõem um conjunto triste e emolduram a voz, da qual Carla parece conhecer os limites. Ela canta, adaptando com charme o poema de Houellebecq: ''Il a fallu que je connaisse/ Ce que la vie a de meilleur/ Quand deux corps jouent de leur bonheur/ Et sans fin s''unissent et renaissent.'


'L''Amoureuse, a terceira faixa, tem batida mais pop. É uma das músicas de trabalho do disco e, de quebra, a que mais inspira alusões à sua relação com Sarkozy - não necessariamente verdadeiras, já que as letras vinham sendo escritas há dois anos, desde No Promises, seu segundo trabalho. Mas, para prazer da imprensa européia, que foi seduzida pela beleza, ousadia e charme discreto da nova primeira-dama - além de destilar um gosto especial pela ''política-espetáculo'' -, Carla descreve seus braços como asas e completa no refrão: ''Eu estou apaixonada por você/ E eu canto por você a única das coisas pela qual vale estar aqui.''


Depois de encontrar declarações de amor, os que buscam nas letras da cantora seu testemunho de vida ficaram assombrados com o conteúdo de Tu Es Ma Came. Em ritmo de blues, ouve-se: ''Você é minha droga/ Meu tóxico, minha voluptuosidade suprema/ Meu encontro e meu abismo/ Você floresce no mais doce da minha alma.'' Mais à frente, Carla faz as referências à heroína afegã e à ''branca'' colombiana, banais no mundo artístico, mas inesperadas na boca de uma primeira-dama. (A prova de que nem tudo o que ela fala é interpretado como informalidade é a reação do mundo político. Fernando Araújo, chanceler da Colômbia - o país que fornece 90% da cocaína consumida nos EUA -, protestou com ironia: ''Essas coisas acontecem quando misturamos política com espetáculo.'')


Após o baque, em Salut Marin, Comme Si... parece cair no marasmo. Percebe-se então certa monotonia que levará à conclusão de que o disco é chato. Os arranjos continuam de bom gosto, e flautas, saxofones e harmônicas emprestam cores às músicas, mas fica claro que a receita se repete. É assim com Ta Tienne e Péché d''Envie. A versão de You Belong to Me, em voz e violão, deixa claro o limite de Carla como cantora, mas tem o mérito de quebrar a fadiga. Em Le Temps Perdu, a primeira-dama volta à sua temática central, lembrando o estilo da francesa Olivia Ruiz, sucesso na França em 2006 e 2007 com o álbum La Femme au Chocolat.


Já em Déranger les Pierres, Carla acentua a melancolia e a chatice e em L''Antilope - que já gerou um primeiro clipe, com bastidores da gravação - e Notre Grand Amour Est Mort deixa a sensação de que talvez fosse melhor acabar mais cedo. Mas não: Il Vecchio e il Bambino acaba sendo agradável surpresa, talvez pela única oportunidade de escutar a cantora em sua língua materna.


Comme Si de Rien N''Était não é um desastre. Homenagear a ''branca colombiana'' - coisa que um de seus ex, Eric Clapton, fez com bem mais bom gosto em Cocaine - também não torna Carla Bruni uma iconoclasta que se une a seu marido para dessacralizar as funções de presidente e primeira-dama, como se apressaram a apontar alguns críticos do governo francês. Talvez a melhor opção seja encarar o álbum como o próprio título recomenda, ''como se nada estivesse acontecendo''. ''É uma frase que ilustra bem como eu fiz o disco, uma maneira dura, mas também tenaz, como se nada estivesse acontecendo em relação à minha posição de hoje, de mulher'', disse Carla, em entrevista à rádio France Inter - a única promocional que concedeu, na qual desmentiu vínculo entre seu trabalho como compositora e sua condição de mulher de presidente. ''Não é o meu casamento com o chefe de Estado que me causa dúvidas. Minhas dúvidas são se as canções são boas.'' Não apenas as dela, claro.

Batman, Heroísmo e democracia



Por Luís Carlos Merten

Ele é impressionante, sim, e a pergunta que você vai se fazer, aturdido diante da sensacional criação de Heath Ledger como Coringa, é - de que zona sombria de sua personalidade o ator retirou a inspiração para seu anarquista tão intenso e radical? A morte prematura de Ledger, no começo do ano, com certeza vai transformar o Coringa no foco de interesse de Batman - O Cavaleiro das Trevas, mas você vai ver que a importância não é só midiática. O Coringa é o oposto que completa o herói. São antinômios perfeitos. O herói e sua projeção explosiva, ou negativa. Mas será injusto com o Batman de Christian Bale e o próprio filme de Christopher Nolan se, de repente, Heath Ledger virar o ''plus a mais'' do blockbuster que toma amanhã de assalto centenas de salas de todo o País.


Se Batman - O Cavaleiro das Trevas é uma tragédia, o pathos passa por Bale e seu herói torturado, não pelo Coringa, nem por Harvey Duas Faces, o outro vilão, interpretado por Aaron Eckhart, que começa o filme do lado do bem e realiza uma passagem para o lado escuro da própria força. Coringa começa o filme como um vilão acabado, o louco que, como diz Alfred, o mordomo a quem Michael Caine dá humanidade e fleuma, quer ver o circo pegar fogo. Harvey é o vilão que se constrói perante os olhos do espectador, como Annakin Skywalker, passando para o lado escuro para virar Darth Vader em outra série, Star Wars. Mas a pergunta persegue o espectador - como Heath Ledger virou esse louco que age e ri de maneira sinistra, e antecipa reações do Homem-Morcego e de Harvey para fazê-los cair nas ciladas que prepara?


Ledger começou como herói teen, fazendo o filho de Mel Gibson em O Patriota, de Roland Emmerich, e o escudeiro que sonha alto em Coração de Cavaleiro, de Brian Helgeland. Muita gente considerou um ato de coragem - ou de suicídio artístico - que um jovem ''viril'' tenha embarcado na aventura de dar alma ao pastor gay de O Segredo de Brokeback Mountain, de Ang Lee. Veio depois o poeta junkie de Candy, de Neal Armfield. Heath Ledger já vinha flertando com sua porção destrutiva, mas seria mera especulação fazer uma ponte entre os personagens recentes e a morte por overdose. O Coringa, de qualquer maneira, seria um ponto de não retorno de sua carreira. Terá ele percebido isso?


Para tristeza - ou desespero - dos críticos que gostam de generalizar e descartam, em bloco, os blockbusters de Hollywood, Batman - O Cavaleiro das Trevas é mais uma prova de que existe vida inteligente no cinemão. Desta vez, quem fornece a evidência é Christopher Nolan, que já havia feito Batman Returns, renovando a franquia reiniciada por Tim Burton em 1989. Nolan surgiu com dois thrillers, Amnésia, famoso por contar sua história de trás para a frente, e Insônia, no qual ele subverteu o próprio conceito do filme noir, fazendo com que sua história de crime se passasse no dia eterno do Ártico.


É possível perceber agora que, na verdade, Nolan, consciente ou inconscientemente, já vinha se preparando para O Cavaleiro das Trevas e, em especial, para a cena do andaime, quando Batman suspende o Coringa pelo pé e a câmera descreve um momento para igualar o homem invertido - metáfora moral - e o herói. Tudo converge para essa cena e o herói penitente passa o tempo todo brigando consigo mesmo. O desejo de vingança, após a morte dos pais, transformou Batman num justiceiro, mas ele se questiona o tempo todo sobre seu papel na sociedade. O filme é sobre a organização social, sobre a necessidade ou não de heróis, sobre os riscos que mesmo o heroísmo impõe à democracia. Tem tudo a ver com os EUA de George W. Bush e, curiosamente, embora esta não fosse a intenção, com o Brasil em que os policiais estão virando piores que bandidos para o trabalhador. Grande filme.


Preste Atenção...


...nas locações reais em Hong Kong e Chicago. A cena de Batman no edifício Sears Tower foi feita pelo próprio Christian Bale, sem dublês, de tal maneira o ator incorporou o personagem. Pena que no Brasil ainda não existam cinemas imax. São 6 cenas nessa tecnologia, como a dos saltos do avião e do edifício, para dar a vertiginosa sensação de vôo livre, inédita numa obra de ficção...


...na voz do Coringa. O diretor baseou a composição física do personagem em Johnny Rotten (Sex Pistols) com uma pitada de Iggy Pop, mas a voz aterrorizante e cavernosa foi criação de Heath Ledger...


...na fotografia. Nolan e o fotógrafo Wally Pfister criaram novo estilo. Escureceram as bordas da tela, criando imagens mais escuras das quais os personagens parecem saltar como figuras expressionistas, aprimoramento do que Tim Burton fez no Batman de 89...


...na sinistra ambivalência do Coringa, que ''contamina'' o herói e o leva para áreas também sombrias. Batman não é mais filho do otimismo pré-Guerra Mundial de Bob Kane e também vai adiante da desilusão pós-Vietnã que criou o Cavaleiro das Trevas. O novo Batman e o Coringa surgem num mundo em chamas - os créditos iniciais - marcado pelo terrorismo.